quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Carta ao Papai Noel

Uma amiga que é terapeuta me ensinou:

- No fim do ano, escreva sua carta ao Papai Noel. Diga tudo o que espera ganhar no ano que vem. Leve a cartinha consigo na noite de Natal e no Ano Novo. Depois, guarde num lugarzinho dentro da agenda para que possa olhar de vez em quando ao longo do ano seguinte, e ver o que se concretizou ou está em vias de...




Fiz isso ano passado e foi muito bom. Agora em dezembro, reli a cartinha e vi que 80% do que pedi se concretizou. Algumas coisas não se realizaram exatamente como eu queria, mas através de desdobramentos ainda melhores e mais surpreendentes. Papai Noel foi generoso comigo.

Agora vou dizer tchau, porque vou viajar e retorno em 2010! Nosso destino: Belém do Pará com suas mangueiras centenárias, o Rio Amazonas, a Ilha do Marajó, bombons de cupuaçu, pato-no-tucupi, tacacá, pau-de-chuva, passeio de búfalo, igarapés... Férias!




Deixo uma dica de programa para os próximos dias: assistir Avatar em 3D, de preferência. Fiquei encantada... Queria morar em Pandora e ter uma trança mágica igual ao dos habitantes de lá... Me lembrei de quando vi Guerra nas Estrelas pela primeira vez e o quanto fiquei impactada... A mágica de Hollywood está viva neste novo filme.

Beijos, até 2010!


domingo, 20 de dezembro de 2009

A felicidade, agora

Tem certas horas na vida em que a gente sente que as coisas finalmente estão acontecendo. Chegando. Após o longo trabalho de arejar a terra, semear, regar e esperar, é hora de colher. E a colheita é farta e bela!

Essas horas não são comuns, mas também não devem ser raras. Tudo depende da gente acreditar e trabalhar. Não pode ficar parado esperando cair do céu.

E aí, quando a felicidade chega, devemos nos permitir curtir, aproveitar, rir, celebrar, agradecer.

Porque as dificuldades são tantas, normalmente, que quando chega a bonança a gente tende a ficar meio desconfiado. Tipo aquele ditato: "quando a esmola é muita, o pobre desconfia".

É a nossa dificuldade em acreditar que somos merecedores da felicidade. Merecedores de ganhar bênçãos e alegrias. Ninguém virá tirá-las de nós (às vezes, parecemos crianças receosas de tirarem nossos brinquedos, como alguém deve ter feito no passado).

É claro que tudo passa, o ruim e o bom. Isto também passará. Mas devemos viver o presente sem medo de nos entregar, especialmente quando o momento é belo.

E quando alguém perguntar:

- Tudo bem?

Responder com um sorriso do rosto e toda a confiança de que for capaz:

- Tudo ótimo!

Eu os convido a celebrar e agradecer as coisas boas que colhemos neste fim de ano. Mesmo quem teve um ano difícil deve ter coisas boas para comemorar: conquistas, realizações, mudanças positivas no rumo da vida.

Vamos agradecer e pedir ao Universo que seja generoso com a gente em 2010. Nós merecemos.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Não foi nem nunca será

Em uma reunião de amigas, escutei a conversa:

- Fulano e beltrana se separaram.

- Faz tempo. Ele até já tem outra.

- Ficaram casados tantos anos... Quantos?

- Uns 12.

- Pois é... Mas continuam tão amigos. Já viu?

- Vi. É incrível, mesmo, como marido e mulher que se separaram podem ser tão amigos.

Uma outra, que também escutava em silêncio, soltou:

- Vai ver que foram sempre amigos. Vai ver que era isso.

O comentário me fez refletir... Porque às vezes eu me pego lamentando ter perdido a convivência e a relação com homens com quem me relacionei e cuja companhia, em certa época, me era tão agradável. Questiono a minha conduta: fui desonesta com eles? Em algum momento agi de má fé? Não sou digna de sua amizade?

Nada disso. Acontece que certas relações não foram nem nunca serão de amizade. Pois há laços profundos, conteúdos invisíveis e poderosos, que arrastam a esperança de uma relação mais leve e cordial para um redemoinho insondável e impossível de ser compreendido.

O jeito é deixar amorosamente para trás, junto com o passado. E acreditar que a vida trará novos amores e amigos que preencherão nossas vidas com o que há de mais doce.


domingo, 13 de dezembro de 2009

Musas inspiradoras para 2010

Musas, segundo a mitologia grega, eram as nove filhas de Mnémosine e Zeus. Foram criadas no Monte Olimpo e manifestavam seus dons através do canto, dança, alegria e outros atributos, encantando e inspirando as divindades do panteão. Daí vem a expressão musa inspiradora.

Eu os convoco a eleger nossas musas - ou musos - inspiradores para 2010. Pode ser gente que vemos na mídia ou parte do seu círculo de amizades. O que importa é que sejam bons exemplos, referências para lembrarmos na caminhada rumo aos nossos objetivos ao longo do ano que vem. As musas nos dizem: "É possível conseguir o que deseja. É possível ser feliz."

Minhas musas inspiradoras para 2010 são:

Meu amigo Alex, que junto com seus dois irmãos mais novos criou há 11 anos a empresa de educação à distância Eduweb. Este mês ela se fundiu a outras duas empresas do setor - QuickMind e Milestone - dando origem à Affero, que atua no Brasil e países de língua portuguesa, e já nasce com um faturamento de R$ 20 milhões - a previsão é chegar a R$ 35 milhões em 2010. Meu amigo é um milionário!

Vera Lúcia, querida amiga que ousou desfazer o casamento de 30 anos porque estava infeliz fazia tempo, e deu um salto no espaço. Dois anos depois encontrou Jean Pierre, e após um longo namoro vão se casar neste dia 19 de dezembro. Vale dizer que ambos têm mais de 60 anos, mas não passam de 20 na alma e no coração. Tenho certeza de que serão muito felizes!

Maia Macrae Afua Andoh é a filhinha recém-nascida de Julie e Kofi, cuja história de amor eu narrei no post Eu vi o amor nascer (26 de março de 2009). O nome Macrae representa o clã escocês do qual descende a querida Julie. O nome Afua é o mesmo da rainha-mãe do povo Ashanti, de Gana, África, do qual descende Kofi. O nascimento dessa abençoada família é uma inspiração para mim, que sou uma afortunada por ter visto o Amor nascer há dois anos, quando presenciei o primeiro encontro do casal.

Pronto: essas são as minhas fontes de inspiração para 2010. E as de vocês? Vou adorar saber.

Abaixo, as musas no Monte Olimpo, na Grécia.


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Os lugares da sua vida

São aqueles em que você passa e tem vontade de ficar. Pensa: aqui eu seria capaz de morar. Ou passar uma temporada. Ali, você se imagina a salvo de todos os problemas. A vida será bela, calma e incomum.

Paraty é um dos lugares da minha vida. Visitei a cidade pela primeira vez aos 20 anos, sozinha. Tinha visto um editorial de moda em uma revista e fiquei encantada com o cenário. Decidi que precisava conhecer aquele lugar.

Cheguei em um feriado chuvoso, a cidade lotada. Acabei me hospedando em um quarto na casa de uma senhora que fabricava sorvete. Ela me tratou muito bem. E eu me enchi de sorvete.

O casario antigo à beira-mar, os barquinhos coloridos na enseada, os flamboyants e buganvilles repletos de flores, as montanhas cobertas de florestas ao redor, cachoeiras escondidas na mata... e o clima de Paraty. É inexplicável. Parece que eu sabia que viveria momentos importantes da minha vida ali, como de fato acontece até hoje.

Outros lugares da minha vida são: Trancoso (BA); Florença (Itália), Jericoacoara (CE), Olympus (Turquia) e Londres.

E vocês, quais são os lugares de suas vidas?

(Abaixo, a Rua do Fogo, a minha rua favorita em Paraty).


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O portal

Uma jovem que eu conheço, excepcionalmente sábia para seus 30 anos, me disse outro dia:

- Até hoje eu só trabalhei. Nunca namorei ninguém muito tempo. Não tive nenhum relacionamento verdadeiramente marcante. Mas cheguei onde queria. Estou chegando. Agora, é hora de investir no amor.

De fato, ela está tendo bastante sucesso e reconhecimento na área onde atua. Continuou:

- Existem certos portais que nós temos que atravessar sós. Você conhece a Parábola de Kafka?

Eu não conhecia. Então, ela me contou a história - presente no livro O processo, de Franz Kafka - do homem que passa a vida inteira sentado no lado de fora de um portal e não ousa atravessá-lo porque o porteiro diz que é difícil, e que depois dele há outros portais tão ou mais difíceis que aquele. O homem se senta e espera, espera, até ficar velhinho. Pouco antes de morrer, ele se levanta e pergunta ao porteiro:

"Por que, até hoje, ninguém mais apareceu para tentar atravessar esse portal?"

O porteiro tem que berrar para que o velho escute, pois já está surdo:

"Porque era destinado exclusivamente a você. Ninguém mais poderia atravessá-lo. Mas agora já não há tempo, e fecho-o."

Essa história ficou reverberando dentro de mim, durante meses... Eu estou atravessando um portal - não é o primeiro e nem será o último. A travessia é longa e, às vezes, a solidão é enorme!... Preciso de muita paciência e fé em que chegarei, em breve, a um reino de paz e felicidade, onde viverei feliz para sempre!

Até surgir no horizonte um novo portal.



domingo, 29 de novembro de 2009

Infância

A professora faltou e o colégio apresenta uma substituta que a turma não conhece, e que tampouco sabe os nomes das crianças.

Bagunça, gritaria, risadas... Lá pelas tantas, Bernardo, um dos meninos mais levados da sala, cai no chão com cadeira e tudo. A professora, furiosa, pergunta:

- Garoto! Aonde você pensa que está???

João Pedro, outro indisciplinado, responde:

- No chão, ué!...

HAHAHAHAHAHAHAHAAAAAAAAAAAA!!!

A mulher, soltando fogo pelas ventas:

- Qual é o seu nome, menino? - para aquele que está no chão.

Bernardo responde:

- Frederico...

HAHAHAHAHAHAHAHAAAAAAAAAAAA!!!

A professora sai da sala bufando. Cinco minutos depois volta com a diretora. Esta, que conhece cada um ali desde os 2 anos de idade, aperta os olhos, mãos na cintura:

- Quem aqui é o Frederico?...

Meu filho me contou essa história, que aconteceu na sala dele, e eu ri muito... Que delícia a infância, né? Convenhamos que não é certo desrespeitar assim uma professora, mas...

Me lembrou Oscar Wilde, que em O retrato de Dorian Gray diz queItálico depois que envelhecemos, aquilo de que menos nos arrependemos são os erros cometidos na juventude.

Boa semana a todos!



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O jovem Benjamin Moser

O jovem Benjamin Moser é uma graça. Encantador. Fala com tanto amor e propriedade sobre Clarice Lispector que é como se ela fosse sua parente. Como se estivesse viva. É isso: Clarice reviveu segunda-feira, no palco do Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura no Conjunto Nacional (SP), através da voz e das histórias narradas por seu biógrafo, um rapaz de 33 anos, alto, louro, lindo (gay), que fala português tão bem quanto quanto inglês.





Moser é norte-americano nascido em Houston e formado em História. Conheceu a obra de Clarice por acaso, na universidade, quando escolheu estudar português após fracassar no aprendizado de mandarim (chinês).

- Não havia vagas em outros cursos de idiomas, então, eu fiquei com o português.

No meio do curso, o professor sugeriu a leitura de alguns escritores brasileiros: Jorge Amado, José Lins do Rego... e Clarice Lispector.

- Li A hora da estrela e fiquei impactado. O que me pegou - e o que me toca até hoje - é o desejo de saber mais, de ir além do que os olhos vêem. Isso não é para todos, nós não podemos passar muito tempo pensando em Deus e no que está além da realidade. Clarice pagou um preço alto por ser assim.

Segundo Moser, Clarice ainda carregava o peso de uma infância passada na miséria, em uma aldeia no interior da Ucrânia. Era comum, naquela época, os soldados russos invadirem as aldeias de judeus e estuprarem as mulheres. Num desses ataques, a mãe de Clarice foi violentada e contraiu sífilis.

Acontece que não havia tratamento para a doença. Havia, sim, a crença em que uma mulher com alguma doença venérea, ao ficar grávida, seria automaticamente curada. Clarice foi concebida com esse fim e é lógico que a mãe não se curou.

- Quando criança, ela rezava pedindo que um milagre salvasse a mãe, o que nunca aconteceu. Talvez por isso tenha escrito "Escrevo como que para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha."

Quem quiser conhecer Benjamin Moser pessoalmente pode ir à Livraria da Travessa Ipanema nesta quinta-feira, dia 26/11, a partir das 19h30. O homem passou os últimos 5 anos lendo, estudando, viajando e realizando entrevistas (mais de 100) para compor Clarice (CosacNaify, R$ 79,00) Vale!



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Encontro com Lygia

"A palavra é a ponte que eu estendo até o leitor. E digo: 'vem até onde eu estou'".

Essa foi uma das falas da dama da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles, na Livraria da Vila, domingo, 14h30. Muito animada, aparetamente recuperada da morte do filho único, o cineasta Goffredo Telles Neto, ela compareceu à livraria acompanhada de uma das netas e de meia dúzia de amigos escritores.

Magrinha, 86 anos, caminhando com certa dificuldade, mas como sempre elegante - os cabelos grisalhos com duas mechas mais brancas na frente - ela conversou durante uma hora e meia com a platéia lotada. Contou vários causos, especialmente sobre a amizade com Clarice Lispector, inspirada pela presença, de surpresa, do biógrafo norte-americano da escritora ucraniana, Benjamin Moser, que está em SP para o lançamento do livro Clarice (CosacNaify), segunda-feira, às 18h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

Algumas outras falas de Lygia:
"Eu e Clarice viajamos para um congresso de escritores em Cali, na Colômbia. O avião começou a sacolejar e eu comecei a rezar: 'Meu Deus, não quero morrer agora.' Clarice percebeu o meu nervoso, segurou o meu braço e disse, com seu sotaque carregado: 'Lygia, querrida, fique tranqüila. A minha cartomante já disse que eu não vou morrer de desastre."




"Aos 18 anos, eu estudava educação física e direito ao mesmo tempo. De manhã, dava braçadas na piscina, jogava vôlei, fazia ginástica olímpica... E esgrima! Havia o uniforme branco com aquela máscara e, no lugar do coração, tinha um coração de feltro vermelho colado. O professor dizia: 'olhem o coração! Cuidado com o coração exposto! Touché!' Até hoje, o meu coração está exposto".

"Clarice acreditava em Deus. Ela me dizia: ' Lygia, querrida, o que somos nós sem Deus? Nada.' Nós conversávamos muito. E fumávamos. Mas havia certas assuntos, certas dores que a Clarice carregava, e nós calávamos sobre esses assuntos. Todo ser humano tem cavernas dentro de si, onde jazem coisas nas profundezas. Nós respeitávamos as nossas cavernas."

"Eu e o João Ubaldo fomos a um encontro de escritores em Berlim. Eu não falo uma palavra de alemão. Mas comentei com ele que precisava comprar um creme para a pele, que haviam me recomendado, de lá. O Ubaldo disse: 'eu falo muito bem o alemão!'
Fomos juntos a uma farmácia e ele falou um monte de coisas com a atendente, e ela trouxe o tal creme. Agradeci e a viagem continuou. Chegando ao Brasil, abri o pacote e vi que a bula do produto era em alemão, sem versão para o inglês ou espanhol. Procurei um colega da Academia Paulista de Letras, que era alemão, e pedi que traduzisse para mim. O homem leu, leu, virou pra mim e disse: 'Mas Lygia, esse creme é para crescer a barba!'"

Ao fim do encontro, Marcelino Freire anunciou: "Lygia Fagundes Telles é a esctitora homenageada da Balada Literária 2010". Vida londa a Lygia!



domingo, 22 de novembro de 2009

Balada Literária



Estou em São Paulo para a Balada Literária promovida pelo escritor Marcelino Freire, mas ainda não consegui assistir a nenhuma palestra... Por enquanto, é festa. Vejam o blog da também escritora Ivana Arruda Leite, com os registros da noite deste sábado no bar Mercearia:
http://doidivana.wordpress.com/

Quem tiver paciência de rolar a barra lateral vai me ver no meio das fotos...

O plano é assisitir a Lygia Fagundes Telles conversando com Manuel da Costa Pinto e outros escritores convidados da Balada, às 14h30, na Livraria da Vila. Vamos ... (cansada!)

Aqui, a programação completa do evento: http://baladaliteraria.zip.net/



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fotos e um breve registro

Amigos, foi uma semana intensa... Muito trabalho e estou bastante cansada, mas o resultado foi considerado excelente por todos os envolvidos e estamos todos felizes!

Muito se falou de ebook e ereader. Muitas questões e poucas respostas. O importante é que o evento deu uma chacoalhada em quem vinha acompanhando a evolução do suporte para o livro com perplexidade. Agora, sabemos do que se trata, ouvimos gente que acompanha o panorama e reflete sobre ele. Temos o que dizer, opiniões começam a se formar. Principalmente, estamos ligados ao presente, nos sentindo vivos e integrados. Subimos no bonde da História!

Obrigada a todos que compareceram, haverá outras oportunidade para os que não foram. Abaixo, alguns registros do primeiro e do segundo dia.




Ao fim da mesa de quarta-feira: Lucia Riff (esq.), Rui Campos, eu, Suzana Vargas, Carla Branco (gestora de projetos culturais da Oi) e Carlo Carrenho. Todos felizes!


A platéia do Oi Futuro Ipanema, lotada e interessada. Teve gente que compareceu aos três dias de evento., inclusive às oficinas à tarde.


Nossos convidados no palco: Álvaro da Costa e Silva, o Marechal (editor do caderno Idéias do JB, o segundo da esq. para dir.) fez mediação engraçada e brilhante.



No primeiro dia, Fabiano Vianna (esq.) - o homem das fotonovelas (umas graças! http://www.crepusculo.com.br/), eu, Heloisa Buarque de Hollanda, Suzana Vargas, Murilo Marinho - o criador do e-reader nacional e Diego, gerente do projeto - e Fábio Earp. Este último, fez um exercício de futurologia muito consistente. O cara é o autor do único estudo sobre a cadeia produtiva do livro realizado no Brasil, e saca muuuuito do assunto.
Em breve, postarei as fotos do último dia. Obrigada por acompanhar o blog!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Livro@Futuro.com

Amigos, a vida quando acontece, resolve acontecer toda de uma vez. As coisas boas também.(Normalmente as pessoas só prestam atenção quando as coisas ruins se acumulam). Então, aí está o grande evento na semana que vem. A entrada é franca. Quem mora no Rio pode ir. Vou adorar receber vocês lá. Até!



Livro@futuro.com
Ideias, debates e workshops sobre livro e leitura na web

Discutir o futuro do livro como produto e objeto de consumo frente à revolução provocada pelos leitores digitais é a proposta do seminário Livro@Futuro.com, realizado no Oi Futuro em Ipanema (RJ), nos dias 16, 18 e 19 de novembro. O evento terá mesas-redondas reunindo profissionais de todos os segmentos do mercado editorial e representantes da criação literária nacional, além de workshops sobre novos recursos de expressão criativa na rede. Todas as atividades têm entrada franca.

Com patrocínio da Oi, o projeto tem curadoria e produção minha e de Suzana Vargas, diretora da Estação das Letras (http://www.estacaodasletras.com.br/).

MESAS-REDONDAS Horário: 19h30 às 21h –(senhas serão distribuídas com meia hora de antecedência)

Dia 16 de novembro, segunda-feira
Livro digital: apocalipse ou integração? A revolução digital na indústria cultural
Participantes: Heloísa Buarque de Hollanda, editora do Portal Literal e da Aeroplano Editora e curadora da antologia digital Enter; Murilo Marinho, diretor da Mix Tecnologia e criador do Mix Leitor D, o primeiro leitor nacional de ebooks; Fábio Sá Earp, economista autor do estudo A economia da cadeia produtiva do livro, produzido para o BNDES.
Mediadora: Manya Millen, editora do caderno Prosa & Verso do jornal O Globo.

Dia 18 de novembro, terça-feira
O Brasil como mercado para o livro virtual
Participantes: Lucia Riff, agente literária diretora da Agência Riff; Rui Campos, sócio-diretor da Livraria da Travessa; Carlo Carrenho, publisher da Thomas Nelson Brasil.
Mediador: Álvaro Costa e Silva, editor do caderno Idéias do Jornal do Brasil.

Dia 19 de novembro, quinta-feira
Da criação à web – Modos de produção, leitura e divulgação na era digital
Participantes: Michel Melamed, artista e escritor; Ítalo Moriconi, escritor e crítico literário; Ana Paula Maia, escritora.
Mediador: Almir de Freitas, editor sênior da Revista Bravo!

WORKSHOPS (15h às 18h - 30 vagas; inscrições: 21-3237-3947 e 3201-3010).

Dia 16, segunda-feira
Revistas literárias na internet – Como fazer?
Oficina com Márcio-André e Victor Paes, escritores e editores da revista digital Confraria do vento, especializada em cultura contemporânea: http://www.confrariadovento.com/

Dia 18, quarta-feira
Oficina de fotonovela na internet
Oficina com FABZ, arquiteto e designer, criador das fotonovelas eletrônicas do site O Crepúsculo: http://www.crepusculo.com.br/

Dia 19, quinta-feira
Como publicar seu livro na internet
Oficina com Ana Paula Maia, escritora, autora dos romances O Habitante Das Falhas Subterrâneas e A Guerra dos Bastardos. Mantém o blog: http://www.killing-travis.blogspot.com/

Oi Futuro em Ipanema – Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema (Próximo à Praça General Osório). Tels.: (21) 3201-3010
http://www.oifuturo.org.br/

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desdobramento: Martha no Portal da Revista Época

Amigos, a matéria na veja especial teve um desdobramento inesperado. Fui convidada por Ruth de Aquino, diretora da Revista Época no Rio, a escrever um texto sobre minha mãe para o blog Mulher 7 X 7, que ela mantém junto com outras seis jornalistas.

Ruth, para quem não sabe, foi a primeira mulher a ser diretora de redação de um jornal brasileiro, O Dia. Ela foi minha chefe no período 1997-1998, quando eu assinava a página Religião & Fé, no jornal.

O convite da Ruth trouxe a oportunidade de contar o outro lado da história. O lado sombrio, difícil e dolorido - talvez o mais valioso. Quem quiser se aventurar, vá lá:

http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/11/11/martha-a-primeira-miss-brasilia-ha-50-anos/

Muito obrigada, Ruth!

domingo, 8 de novembro de 2009

Miss Martha na VEJA Especial - 50 anos de Brasília

Milagres acontecem todos os dias... Só temos que ter olhos e coração para ver. Eles não acontecem na hora em que a gente quer, é preciso saber esperar...

No final de Julho, li no informativo Jornalistas & Cia, que abastece de informações o mercado de jornalismo, que a Veja estava preparando uma edição especial, comemorativa dos 50 anos da fundação de Brasília.

A pequena nota revelava o nome e o email do editor, Fábio Altman, dizendo que nos próximos meses estaria encarregado exclusivamente dessa tarefa. Ao ler isso, surgiu uma idéia... Uma semente que tratei de plantar imediatamente: escrevi ao jornalista me apresentando e contando sobre a minha mãe, que estava muito doente, mas era a 1º Miss Brasília.

Fabio não apenas me respondeu como enviou uma repórter à Vila do Sol, onde minha mãe mora, para entrevistá-la. Eu avisei:

- Não sei se vai render...

Mas ela fez questão de ir assim mesmo.


Em agosto, recebemos a visita de Debora Chaves, que conversou com minha mãe (na medida do possível, então), olhou atenciosamente todo o álbum de fotografias em que estão guardadas todas as fotos e recortes de jornais da época.

Mais alguns meses se passaram e esta semana recebi um email do Fabio Altman avisando que a revista estaria nas bancas neste domingo - 8 de novembro - e que minha mãe estaria nela.

Confesso que minhas mãos tremeram ao abrir a revista... Mas lá está ela, sorridente, posando em frente ao Palácio do Planalto, quando Brasília era ainda um canteiro de obras.

Ohem! Vejam! É com muita alegria que eu narro essa história toda a vocês. Porque em agosto, eu não acreditava que minha mãe sobreviveria para ver sua foto estampada na revista de maior circulação do país, 50 anos após o período de maior glória em sua vida.

Sem dúvida, milagres acontecem.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Verão no Rio de Janeiro

Após quatro meses de chuva e frio quase ininterruptos, o sol brilha sobre o Rio de Janeiro. O verão chegou. Em todo lugar só se fala do calor, muito embora as reclamações contenham uma ponta de orgulho e felicidade por finalmente reconhecermos nossa cidade como ela realmente é. Antes, estava parecendo Londres!

O Rio de Janeiro tem muuuitos problemas. Eles estão estampados nas capas dos jornais do mundo inteiro, para todo mundo ver. Uma vergonha. Tanto, que o cantor Lobão mudou de cidade. Foi morar em São Paulo. Há duas semanas, ele escreveu um artigo no Estado de S. Paulo explicando o motivo da mudança. Falou que não aguentava mais os cariocas e o seu escapismo. Se temos futebol, praia e Carnaval, as balas perdidas podem voar por aí que nem ligamos. Não é bem assim.

A questão é que na praia, no Carnaval e no futebol, todos se encontram: ricos e pobres, honestos e marginais, homos e heteros, velhos e jovens, e por aí vai... Essas zonas de interseção mantem um equilíbrio tênue, que nos últimos tempos vem sendo quebrado com muita frequência. E nós sofremos, sim.

Tudo isso para dizer que esta semana eu curti - sem culpa - o primeiro dia de verão no Rio de Janeiro. Acordei cedinho, peguei a bicicleta e pedalei até o Arpoador. O mar estava calmo, verde e cheio de peixinhos. Idosos, crianças e gringos se banhavam com sorrisos de orelha a orelha. Nenhuma nuvem no céu azul turquesa. Concordo com um amigo que costuma dizer:

- Isso aqui ainda tem que piorar muito para ficar ruim.

Amigos e leitores quem não moram no Rio de Janeiro, eu os convido a visitar a cidade neste verão. Vamos sair e beber um chope. Pegar uma praia no fim de tarde e assistir ao por do sol no Arpoador. Ir à Lapa e sair num bloco de rua. Assistir a um clássico no Maracanã (essa eu passo!)

O máximo que pode acontecer é ter que fugir de um arrastão (eu tenho uma técnica: em vez de correr para o calçadão, a dica é ir para o mar, onde ninguém vai); correr de uma bala perdida; ficar queimado feito um pimentão. Mas desconfio que assim mesmo vocês vão gostar.



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Amor em paz

Me pediram para escrever sobre o amor... Quem sou eu e com que propriedade posso fazer isso?

Sou um simples ser humano que já se apaixonou algumas vezes, amou poucas vezes e conheceu muita gente por aí. O que aprendi ao longo da vida é que para encontrar um amor é preciso - antes de olhar para fora e para os outros - prestar atenção a nós mesmos. Estamos realmente abertos? Prontos a nos deixar levar pelas mudanças e transformações promovidas pelo amor?

Porque um relacionamento de verdade traz esse movimento quase sempre acelerado, que nos faz ter a ilusão de que estamos perdendo o controle. E isso dá medo. (Bobagem! Não controlamos nada!)

A pessoa que atraímos, por sua vez, é um termômetro do nosso estado atual. Quem reclama que só atrai gente complicada deve olhar para si mesmo: eu sou complicado? Como? O que preciso fazer para mudar?

"Os semelhantes se atraem" é uma frase muito verdadeira que remete a outra, da Bíblia: "Diga-me com quem andas e te direi quem és."

Por fim, entre muitas outras coisas que poderia dizer sobre o amor, prefiro citar a dedicatória do livro Somos todos iguais nesta noite (Ed. Rocco), do escritor carioca Marcelo Moutinho para a esposa Flávia: "Para F., o amor em paz."

Sim, quando estamos em paz ao lado de uma pessoa é sinal de que chegamos lá.




quinta-feira, 29 de outubro de 2009

As verdadeiras riquezas

O ser humano nunca está satisfeito. Faz parte da nossa natureza, acho. Como disse o Domingos de Oliveira na mesa da Flip: "O homem, quando está solteiro quer estar casado. Quando está casado, quer estar solteiro." E por aí vai.

Fui jantar com minhas amigas e cada uma tinha uma reclamação: os filhos não colaboram, a solidão, o marido que não ajuda em casa. Lá pelas tantas, uma delas soltou:

- Tem coisa pior...

Aí contou uma história horrível de uma mãe em luta com a filha drogada. Todas nós começamos a nos sentir melhor: nossa miséria não é tão grande assim! É claro que todos temos problemas e eles têm seu grau de importância. Não podemos fingir que não existem só porque sempre haverá algo pior. Mas será que nos lembramos das coisas boas que já temos? Nossas verdadeiras riquezas?

Rapidamente fiz um balanço da minha vida atual: na minha casa reina a paz, o amor e a felicidade; minha mãe se curou de um modo que eu nunca imaginei que seria possível, de corpo e alma; o trabalho está encaminhado; o amor... Diz o Werner - ave Werner! - que a vida humana é constituída de quatro esferas: física, emocional, mental e espiritual. Se estamos bem em pelo menos três delas, rapidamente a outra ficará bem também!

Então, vamos parar de reclamar e mãos à obra! Nada de reclamação! Vamo que vamo!




domingo, 25 de outubro de 2009

A corrente

Semana passada fui convidada a almoçar por uma pessoa que queria me ouvir falar sobre como está a minha vida depois que deixei a segurança do emprego para tentar encontrar o meu lugar no mundo. Foi uma oportunidade muito proveitosa. Porque à medida que narrava minha história, ia percebendo o encadeamento das situações. Lá pelas tantas, me peguei dizendo:

- Você assistiu Procurando Nemo? Lembra da parte em que o pai entra em uma corrente submarina junto com um bando de tartarugas? Ele ainda estava longe de encontrar o filho, mas a corrente o leva até bem perto do seu objetivo.

"Quando encontramos o nosso lugar no mundo, funciona de um jeito parecido: as coisas vão se encadeando, levando a gente ao encontro dos nossos objetivos. Presentes e surpresas que não esperávamos acontecem. Aí a gente sabe que está no caminho certo."

Meu interlocutor me agradeceu muito e disse que eu o inspirei. Ele também resolveu dar um tempo e apostar no que ama fazer: escrever. Dou a maior força!

Eu mesma devo me lembrar das minhas palavras, pois às vezes alguma coisa dá errado - isso acontece, faz parte - e o ânimo esmorece. Mas aí, bastará contar a mim mesma a minha própria história para lembrar.

Assim vamos.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os 140 caracteres

"O interessante da ferramenta é que a gente começa a pensar em 140 caracteres. São aqueles pensamentos aleatórios que nunca encontrariam um lugar, uma trama ou um enredo. (...) O Twitter é um orfanato. Todos os pensamentos que não tinham pai ou mãe podem ser acolhidos pelo Twitter."

O poeta Fabrício Carpinejar desponta como o teórico - e o prático - do Twitter. Semana que vem ele lança o livro www.twitter.com/carpinejar , com frases que cunhou para a ferramenta que chegou devagarinho (faz uns 3 anos) e foi cativando todo mundo ao propor uma nova maneira de pensar e escrever: só é possível se expressar com 140 caracteres.

E não é que, uma vez no Twitter, as frases começam a surgir dia e noite, talhadas para esse formato? Quanta coisa dá para dizer com 140 caracteres!

E ainda tem a questão do anonimato, que dá uma liberdade enorme. O Twitter é uma enxurrada onde se igualam eu, Zé das Couves, Willam Bonner, Ashton Kutcher, Carpinejar... Eu os sigo, outros me seguem, lá pelas tantas a gente não lembra quem está seguindo quem, perde as contas, o controle, as estribeiras. Mas somos todos subservientes à regra das 140 letrinhas e vamos nos comunicando desse jeito, em meio a pérolas e maluquices que surgem aqui e acolá.

Se você que está lendo esse texto ainda não entendeu direito o que é o Twitter ou para que serve, uma dica: isso não importa! Vai lá, cria uma conta e embarca na onda dos 140 caracteres. A sua criatividade vai te surpreender.

Ah! E o meu Twitter, para quem quiser me seguir: http://twitter.com/mvalmartins

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um ato de amor

Semana passada eu doei sangue. É o tipo de boa ação que a gente faz e tem que divulgar. Para que os outros doem também.

No primeiro semestre deste ano, minha mãe recebeu uma transfusão de sangue e acho que isso ajudou a salvar sua vida. Na semana seguinte, recebi um telefonema de um hemocentro informando sobre a origem do sangue doado e solicitando que eu fosse repor, porque os estoques são permanentemente baixos.

Doar sangue dá um certo trabalho porque a gente tem que se preparar para o antes e o depois. Não pode comer uma feijoada ou ir no McDonalds, porque eles pedem que não se coma nada gorduroso. Também não pode tomar bebida alcoólica ou estar com alguma infecção, nem que seja uma dorzinha de garganta ou algo parecido.

- Meus pacientes já estão com a imunidade tão comprometida que qualquer coisa os afeta - disse a médica que me atendeu no INCA - Instituto Nacional do Câncer.

Após preencher um questionário com perguntas como: quantos parceiros teve nos últimos 12 meses? Tem tatuagem? Frequenta casas de massagem ou de prostutuição? Usa ou já usou drogas injetáveis?

Me deitei em uma larga cadeira e veio a picada. Dói um pouco, mas nada insuportável. O máximo que se pode doar é 500 ml, uma bolsinha de sangue.

Na saída servem um lanche, mas eu não quis. Saí meio zonza e passei o dia todo mais pra lá do que pra cá. Quem decidir doar, não deve planejar uma balada para mais tarde, pois não vai funcionar. No dia seguinte, entretanto, eu estava 100%. Outra doação, agora, só daqui a 4 meses.

Ja havia doado sangue outras vezes, sempre campanhas da Casa do Hemofílico, que costuma estacionar um ônibus enorme nos espaços públicos para colher doações. Nunca havia me programado e me deslocado em esse propósito. Ufa! É um pequeno sacrifício. Mas os resultados - que a gente não vê no momento em que doa - são enormes. Minha mãe está aí de prova, vivinha da silva.

sábado, 17 de outubro de 2009

Piblu Marley

Assisti Marley & eu no DVD e chorei mais do que em A partida... Será uma fase sensível? A questão é que o filme abre a tampa das memórias de todos os bichos de estimação que tivemos. E como eles normalmente vivem bem menos que a gente, são faltas que vão marcando o nosso caminho...

Fui criada em uma família de cachorreiros dos dois lados. Minha avó materna tinha três cadelas vira-latas - Fany, Pupy e Tula - e uma gatinha siamesa, Carolina. Isso sem falar nos micos e peixes e passarinhos. Minha mãe, em uma de suas crises, chegou a acumular 15 cães e 12 gatos em nossa cobertura no Leme - o que me deixou um pouco traumatizada, confesso.

Mais tarde, em uma fase mais equilibrada, tínhamos quatro pequineses e um yorkshire em nosso apartamento no Jardim Botânico. Meu pai, por sua vez, na casa da Joatinga, tinha cinco pastores alemães na área da piscina e três dinamarqueses na área da casa. Isso sem falar no papagaio Louro que cantava "olêlê, olálá, pega no ganzê, pega no ganzá"; na macaca Dorotéia (durou pouco, coitada) e no tucano Kojac. Ah, se existisse Ibama naquela época!...

É claro que não me afeiçoei igualmente a todos esses bichos. Eu tinha os meus preferidos: as gatinhas Pitilica e Melissa. A primeira fugiu de casa e a segunda morreu doente nos meus braços, tal qual o Marley do filme.

Já adulta e com filhos, fui escolhida pela Piblu, uma pantera negra e selvagem que se revelou a nós miando desesperadamente quando dei partida no carro há cerca de seis anos, em Teresópolis. Ela ia ser cozida pelo motor! Não pudemos permitir, claro. E ela vive conosco desde então. Não permite que a peguemos no colo, não gosta de chamego, mas é uma grande companheira. E tem uma saúde de ferro!

Marley & eu, bobo do jeito que é, nos faz refletir sobre a vida, as escolhas que fazemos e a passagem do tempo. Também renova o olhar e o afeto por esses seres que nos acompanham por um período, deixando um legado de amor incondicional quando partem.

Abaixo, a pantera Piblu cochila ao lado de Freud, do mestre sufi Nasruddin e de uma amiga deles. Ah, com a Louise Hay ao fundo.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Como os escritores criam?



Todo mundo que gosta de escrever quer saber como os escritores criam. Porque é um trabalho solitário. Diferente do cineasta, que cria rodeado de gente. Diferente do cantor, que cria de frente para uma platéia. Diferente do pintor, que geralmente tem um modelo a sua frente. O escritor cria sentado em frente a um computador ou caderno. Todos dizem que é difícil, dificílimo. Mas como?

Para responder essas perguntas, saciar um pouco da nossa curiosidade e ao mesmo tempo nos inspirar, criei em parceria com o diretor do Laboratório Estação, David França Mendes, a série de encontros Como os escritores criam? Acontecerá na semana que vem e as inscrições estão abertas. Todas as informações estão no site: http://www.grupoestacao.com.br/laboratorio/

Aproveito para agradecer os comentários carinhosos para os posts recentes. É muito importante e reconfortante o apoio de vocês. Obrigada!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Um filme sobre a morte, o trabalho e o Amor

Demorei, resisti, mas acabei indo assistir A partida (Japão 2008), de Yojiro Takita, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2009. Fui adiando porque detesto ver filmes que eu sei que fazem chorar. Vou de cara amarrada, decidida a ser do contra. Mas no que diz respeito a esse filme, é impossível.

Um jovem violoncelista perde o chão quando a orquestra onde toca é dissolvida. Decide retornar a sua cidade natal, no interior, em parte para economizar, em parte porque sua auto-estima está péssima e ele acha que todas as suas chances terminaram. Chegando lá, arranja um emprego inusitado: preparar os mortos em uma cerimônia japonesa que bem que poderia existir aqui, por humanizar algo com que lidamos tão mal na cultura ocidental.

Os desdobramentos são vários: a esposa quer se separar, os amigos viram a cara. Ele se vê em dúvida o tempo todo e pergunta: "Pode ser este o trabalho da minha vida?"

Além de mostrar a morte de um ponto de vista que quase nunca vemos, o filme fala da importância de encontrar o nosso lugar no mundo e cumprir a nossa missão. Dar menor peso às pequenas coisas e reverenciar o comum. Os japoneses, na hora do derradeiro fechar do caixão, agradecem à pessoa que se vai pelo amor, pela troca, pela vida. Simples assim.

A partida é um filme que todos deveriam ver - só faz bem. Preparem os lenços, desamarrem as caras, abram o coração. E deixem as lágrimas rolar... Vale a pena.


sábado, 10 de outubro de 2009

O amor que transborda

Quarta-feira voltei ao Amor Singelo. Havia menos gente e a energia estava, digamos assim, mais calma. Seria por causa do tema?

Segundo o astrólogo e terapeuta Sergio Seixas, neste encontro, após discutirem durante meses as mazelas que afastam as pessoas do amor, eles falariam sobre as benesses - e os desafios - de quem encontra o verdadeiro amor. O título, a propósito, era: As doze jóias do amor, no sentido de que quem conquista cada etapa dessa jornada ganha uma jóia muito preciosa.

De tudo o que foi dito, o que mais me marcou foi o relato da esposa do Sérgio, a terapeuta Lygia, que coordena o grupo junto com ele. Ela contou:

"No sítio onde moramos em Petrópolis, temos quatro cães da raça Golden Retriever. Nós os amamos muito, são parte da nossa família. A primeira deles, a matriarca Branda que deu origem aos outros, morreu há cerca de dois anos. Foi uma dor enorme! Muito choro e sofrimento. Na mesma época, minha cunhada perguntou se nós não gostaríamos de acolher a sua Golden, que morava sozinha em seu sítio em Correias e andava muito tristonha. Meu primeiro impulso foi dizer não. Como assim? Mal a Branda se foi e já querem logo ocupar o lugar dela? Não é possível! Mas após refletir, percebi que em vez de me fechar no meu sofrimento, eu devia deixar o amor transbordar. Porque senão, deixaria de ser amor. Recebemos a Kiki em nossa casa e ela suavemente ocupou o seu lugar. Já nos deu uma linda ninhada. Ela nos faz muito feliz!"

Eu sempre achei que após cada amor partido é preciso um tempo para se recuperar, colar os cacos, e então partir para outra. Já critiquei pessoas que fazem trocas repentinas de companheiro sem dar tempo ao luto. Pela primeira vez enxerguei a questão sob um prisma diferente. É... Pode ser.

E vocês, o que acham?


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nasceu!

Foram seis meses de trabalho árduo, sendo que no meio do caminho a minha mãe foi parar no hospital com infecção generalizada, passou 15 dias no CTI entre a vida e a morte e mais dois meses internada. Em meio a esse maremoto, eu realizava as entrevistas e redação do livro Beleza, um bom negócio (Ed. Senac Nacional), baseado na experiência do empresário e hair stylist de mega-sucesso Rudi Werner. Haja cabeça! Haja serenidade e criatividade! Mas eu consegui.

Rudi Werner, para quem não sabe, tem um salão em cada esquina do Rio de Janeiro, interior de São Paulo, Sul do Brasil e até em Angola. São mais de 40 lojas em constante expansão através de franquias. Ele é gaúcho do interior do Rio Grande do Sul, descobriu que seria cabeleireiro meio que por acaso e cresceu rapidamente. Seu império de beleza tem pouco mais de 10 anos.

O mais bacana foi conhecer e entrevistar esse homem maravilhoso, pai de três filhos, que é um dínamo de entusiasmo e energia. Para mim, foi como se tivesse aulas particulares de empreendedorismo, saía de cada encontro com a cabeça a mil, as idéias pululando. Mesmo sem saber, ele me ajudou muito na etapa atual da vida!

E agora o livro chega às livrarias. Mesmo quem não é da área de beleza gostará de ler, pois ele ensina o que pensou, planejou e executou para chegar aonde chegou. Há dicas preciosas!

Já agredeci ao Werner por todo apredizado e riqueza que me transmitiu, e agora agradeço publicamente: Ave Werner! Um obrigada, também, às minhas editoras no Senac Nacional, pela gentil e cuidadosa gestão de todo o processo.

Na coluna ao lado está a capa e demais infos sobre o livro. Abaixo, Werner corta o cabelo da primeira-dama do governo do Estado, Adriana, esposa de Sergio Cabral Filho.

domingo, 4 de outubro de 2009

Tudo está certo

Certas notícias desestabilizam a gente. Toda mudança assusta. A vida é inexorável e segue o seu curso. Que bom! Mas de vez em quando se apresenta cada novidade...

A gente pensa que está preparado para as situações, mas por mais que criemos simulações em nossa cabeça, quando a realidade aparece é muito diferente. Surgem sentimentos das profundezas... O que fazemos com esses fantasmas?

Neste domingo, fui caminhar na praia com a respiração presa, ofegante, antes mesmo de apressar o passo. O dia cinzento não ajudava. As preces não chegavam aos lábios, pareciam falsas e sem propósito.

Deixei meus passos me levarem. Fui caminhando até o fim da avenida e senti que deveria ir até a Pedra do Arpoador. Nem sempre vou até lá , pois é mais longe do que de costume.

Escalei a rocha e me deixei guiar até o ponto onde me senti mais confortável. Parei quieta e aí sim, a prece veio clara e límpida.

"Obrigada por ser quem sou e por estar onde estou, aqui e agora". Junto, veio a consciência de que tudo está certo. Não preciso me afobar ou me amedrontar. Estou no lugar certo, na hora certa e tenho a certeza de cumprir o meu trabalho. Não estou falando do lado profissional: sinto-me em dia com o universo! Graças a Deus!

Respirei fundo, olhei bem a paisagem, escutei o barulho do mar e as vozes das pessoas na praia. Senti meu corpo vivo, amparado pelos pés. Finalmente tomei o caminho de casa. A partir daí, o dia transcorreu normalmente.



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A todo volume

"A gente temia ficar saciado... Pois quando ficamos saciados, a gente meio que morre."

A frase é de Jack White, do White Stripes, no documentário It might get loud (Estados Unidos, 2008) que assisti nesta quinta-feira no Festival do Rio. Ele se refere a sua relação da música mas serve para outras coisas, né?

Resolvi me dar um mimo: parar tudo e ir ao cinema aproveitar a safra de filmes que brota no Rio todo mês de outubro. São centenas! Dá pra atordoar. O bom é que o ingresso diminui de valor: R$ 7,00 a meia e R$ 14,00 a inteira. Temos que cavar espaço na rotinha para aproveitar.

Entrei no cinema achando que estava vazio - a final, quem vai sair de casa com chuva torrencial numa quarta-feira, hora do jantar, para assistir a um documentário sobre rock? Resposta: um monte de gente. A sala escura estava lotada! Todo mundo batucando nas cadeiras e batendo os pezinhos no chão. Discretamente, mas sim.

Na tela, três ícones do rock e virtuoses da guitarra, de diferentes gerações, narram sua relação com o instrumento e a música: Mr. James Patrick Page - Jimmy Page -, Led Zeppelin; The Edge, U2; e Jack White, White Stripes.

O filme tem cenas maravilhosas, como Jimmy tocando novinho em um programa de televisão no interior da Inglaterra e dizendo: "quando crescer, quero ser biólogo". E já adulto: "desculpem, eu não sei cantar."

The Edge gosta de se refugiar em uma praia nublada da Irlanda para ensaiar e se inspirar. Foi lá que compôs Sunday Bloody Sunday. "Quando olhamos um bosque reflorestado, enxergamos um emaranhado de troncos. Mas quando chegamos num determinado ponto, vemos que estão perfeitamente alinhados. E há clareza." Isto é The Edge falando sobre o processo de criação de uma música.

Quem quiser aproveitar, ainda há sessões nesta sexta-feira, às 16h30 e 21h30 no Roxy 3 em Copacabana.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

The end

Welcome to the end... To now... There´s nothing to fear... The Energy Never Dies...

No início do CD The end, o novo do Black Eyed Peas, a voz de Will.I.Am ecoa distorcida por sintetizadores. Ele dá as boas-vindas a uma nova era de tecnologia em que não adianta querer controlar a música. Está disponível na rede e todo mundo vai baixar. Mas ele não lamenta. Agradece no encarte do CD à toda a cadeia da música: desde os "contrutores da indústria" aos "artistas que tocam com a alma", passando pelos "criadores do negócio do rádio" e aos que "desenvolvem a nova tecnologia". E termina: "It is THE END of that paradigm... Art will continue to inspire us... Let´s have real relationships now... Hello!"

Eu admiro muito os Black Eyed Peas! Cada um toca sua carreira independente e se reúnem para fazer um disco sensacional como este. O título deu margem a boatos de que estariam se desligando. Nada disso! Ressurgem com um hit que segundo a repórter Mariana Timóteo, do caderno Ela do Globo, que acaba de voltar de um mês de férias nos EUA, é o que mais toca nas rádios de lá: Boom Boom Pow.

Sabendo que eles amam o Brasil e o Rio de Janeiro - gravaram um de seus primeiros videoclipes aqui e regravaram junto com Sérgio Mendes o clássico da Bossa Nova Mas que nada, de 1966 - é impossível não reconhecer a influência do funk carioca em Boom Boom Pow. A melhor música do CD, entretanto, na minha opinião, é a deliciosa I gotta feeling - um hino à alegria, à vida, ao amor e à amizade.

Vejam o poder dessa canção no vídeo abaixo, um show ao vivo em Chicago, apresentado por Oprah Winfrey, no qual eles comandam a coreografia de 21 mil pessoas! Viva The Black Eyed Peas!


sábado, 26 de setembro de 2009

Freud e as mulheres

Essa semana, no dia 23 de setembro, completou-se 70 anos da morte de Sigmund Freud.

Nesse mesmo dia, quarta-feira, fui à Livraria Argumento e chamaram minha atenção dois livros recém-lançados de autores contemporâneos de diferentes nacionalidades, que vieram ao Brasil para a Bienal do Rio: A mulher foge, do israelense David Grossman e A mulher perdida, do australiano Tim Winton. Pobres homens! O que os leva a escrever romances com esses títulos?

Imediatamente me lembrei do artigo da psicanalista Maria Rita Kehl, publicado no jornal O Estado de S. Paulo domingo passado, em caderno especial em homenagem a Freud. Rita relembra a célebre pergunta de Freud à amiga Marie Bonaparte: "Mas afinal, o que querem as mulheres?"

O pai da psicanálise, segundo a estudiosa, não previu a virada de jogo e o papel que as mulheres assumiriam na sociedade do futuro. A mulher descrita por Freud em seus artigos é um ser delicado e inacessível, um mistério para o homem que nunca sabe como lhe dar prazer - exceto o prazer maior, da maternidade.

Isso corrobora minhas observações de que as mulheres, hoje em dia, tornaram-se tão livres e independentes - inclusive financeiramente - que os homens ficam paralizados diante delas, sem qualquer iniciativa, com medo de serem rejeitados. Hoje, eles esperam que nós tomemos a iniciativa!

A mulher por sua vez, ainda não abandonou completamente o sonho romântico do homem protetor, e espera que ele tome a iniciativa. Assim, vivemos um impasse que impede que muitos encontros, amor e felicidade se realizem.

Maria Rita encerra seu artigo tentanto responder à perguta de Freud: "Ora, eu quero o mesmo que você seu bobo!" Mas esse mesmo ainda é um mistério...


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Leblon do Canarinhos

Antes do Leblon ser o bairro das novelas do Manoel Carlos, houve o Leblon do Canarinhos. Explico: era um colégio na Rua General Venâncio Flores onde hoje se ergue um edifício de apartamentos. Antes havia ali uma outra construção, era a escola onde estudei do maternal à oitava série. Não fiz lá também o ensino médio porque não havia.

Esse nome infame - Canarinhos - sempre nos causou certa vergonha. Principalmente na adolescência, quando, já marmanjos, éramos obrigados a prounciá-lo quando alguém perguntava: "Aonde você estuda?" A resposta era garantia de piadas e as perguntas de sempre: "como?" "hã?" Dava vontade de inventar: "estudo no Santo Inácio!"

O Leblon do Canarinhos era uma delícia!... Muito mais calmo que o de hoje. Não havia tantos bares e restaurantes. Todo mundo morava nas redondezas do colégio e ia embora para casa a pé - menos eu que morava no Jardim Botânico e tinha que pegar ônibus, humpf!

As aulas de ginástica eram no quartel que existe até hoje no bairro, nós íamos andando acompanhados do professor. A quadra de esportes era em frente à prisão do quartel. Os soldados encarcerados por indisciplina ficavam assistindo aos nossos jogos, escutavam os nossos nomes e torciam:

- Vai lá, Valéria!

- Toca a bola, Andréa!

Nesta terça-feira, encontrei minhas colegas do Canarinhos. Nós nos reunimos quatro a cinco vezes por ano em um bar ou em nossas casas, e as conversas e o carinho são ancestrais... Dessa vez, foi no restaurante Mian-mian em Botafogo. Fizemos tanta baderna, falamos e rimos tão algo que os casais de namorados nos olhavam como se dissessem: "Mas quem são essas loucas desmioladas?"

E a gente nem aí...

Dedico esse post às minhas amigas Canarinhas. Que continuemos voando alto, bem juntas, por muito tempo!


domingo, 20 de setembro de 2009

Valéria na Bienal

Sábado foi o grande dia - pelo menos para mim. Mais um "tijolo" na minha construção!

Comecei batendo um papinho com Mr. Robert Kyiosaki e sua esposa Kim na Sala dos Autores. Às 15h, começou a palestra dele no Auditório Euclides da Cunha, o maior dentro da Bienal. A platéia estava lotada de fãs e gente interessada em aprender a ficar rico. Algo que ele disse e repetiu: "Nunca diga não tenho dinheiro para isso, mas sim como posso ter dinheiro para isso? Se ficarem repetindo não tenho dinheiro para isso, serão sempre pobres." Cruzes!




Acima, eu apresentando Mr. Kyiosaki e Kim. Abaixo reparem no chão, à esquerda, o tabuleiro do jogo Cashflow, que ele inventou para ensinar como parar de correr atrás do dinheiro e fazer com que ele passe a trabalhar a nosso favor.


Abaixo, a platéia lotada - e interessada - no auditório Euclides da Cunha.



Às 18h30, começou o Café Literário com o jornalista Arthur Dapieve (direita), de O Globo, e o irlandês Joseph O´Neill - autores de Black music e Terras baixas, respectivamente. Este último recebeu elogios de Barack Obama, o que chamou atenção de todos para a obra. Mr. O´Neill, no entanto, evita posar de estrela. Disse que acha ótimo Obama ter gostado do livro, mas que "política e literatura não devem ser misturados". Tá certo!



Dapieve e O´Neill falaram sobre seus livros, sobre suas influências - Tintin para o primeiro e Joe Fante para o segundo - e sobre as cidades onde vivem, e que são os cenários de suas obras: Rio de Janeiro e Nova Iorque. Eu estava muito compenetrada, mas quem olhava de longe me contou depois que eu me balançava perigosamente na cadeira, sem perceber. Já pensou se ela vira para trás e eu caiu de pernas para o ar???




Na platéia do Café Literário havia gente importante para mim, profissional e afetivamente. Fiquei muito feliz!!!



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Exposição José Olympio na Bienal

Nesta quarta-feira fui à Bienal passear, bisbilhotar as estantes, ler as orelhas, fuxicar os saldos. Ô, coisa boa!

A melhor surpresa, no entanto, foi a Exposição José Olyimpio - O editor e sua casa, montada dentro do pavilhão verde - o mesmo das grandes editoras. É um espaço enorme, lindamente decorado com projeto museográfico do bamba das capas de livro, Victor Burton.

Um painel narra a cronologia da vida do grande editor: nascido no interior de SP, foi para a capital aos 15 anos para trabalhar como livreiro na Livraria Garraux. Aos 28, compra uma biblioteca e abre a Livraria José Olympio Editora, inicialmente na Rua da Quitanda, Centro do Rio. Em 1934, a loja muda-se para a Rua do Ouvidor, onde fica até 1955.

Uma parede da exposição é estampada com uma imensa foto da fachada da livraria na Ouvidor. Me encanta ver jovens estudantes de escolas públicas amontoando-se em frente à foto, pedindo aos colegas que tirem fotos suas como se estivessem olhando as vitrines da José Olympio hoje.

Que mais? Inúmeras primeiras edições e edições antigas de Graciliano Ramos, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Drummond, Manuel Bandeira e outros.

Um texto datilografado e marcado a caneta por Guimarães Rosa, que vem a ser um texto de marketing para ajudar a vender Grande Sertão Veredas - enfatizando que não se mencione nada sobre o fim do livro, para não estragar a surpresa dos leitores!!!

O poema José, de Drummond (E agora, José?...), datilografado pelo poeta e com um bilhete ao final: "Sossega, José. Não há de ser nada. A vida da Casa vai continuar." Um consolo ao amigo editor na época do Estado Novo, quando os negócios tiveram queda de 70%!

A Exposição José Olympio é um mundo dentro do mundo da Bienal. Valeria a pena visitar a feira nem que fosse só para ver a mostra. Ainda dá tempo. Até domingo. Abaixo, a fachada da livraria antigamente.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

O passado está encerrado

"Só existe o presente. Eu me amo por ter me conduzido através do passado até o presente."

Volta e meia pego o livro da Louise Hay e abro aleatoriamente. Sempre é válido relembrar certos trechos e descobrir outros, que antes passaram despercebidos - talvez porque eu não estivesse apta a enxergá-los.

Ontem, antes de dormir, li essa frase. Ela foi como uma seta direto no meu coração. Sim, o passado está encerrado. Graças a Deus! Graças a muito trabalho e esforço interno!

Quanto é importante deixarmos de ser assombrados pelo passado! Não falo do passado recente, mas daquele remoto, lá atrás, embaixo de todas as camadas. Quantos de nós podemos dizer que tivemos uma infância feliz?

Já ouvi dizer que as dificuldades fazem parte das "leis desse planeta" e que o modo de vida humano - pelo menos do jeito que a sociedade ocidental escolheu - tende à desarmonia e à doença. É horrível, mas se olharmos em volta...

Este fim de semana li entrevista do fotógrafo Sebastião Salgado no Estado de S. Paulo onde ele diz que se deparou com uma comunidade indígena que não interfere no desenvolvimento das crianças, deixa-as livres. Ele queria fotografar um indiozinho que não parava quieto, pediu ajuda à mãe índia e ela simplesmente não sabia como atendê-lo.

Uma amiga recente, casada há 5 anos, me conta o que mais admira em seu companheiro: "Ele teve uma infância feliz... Não tem muitos grilos. É tão maduro emocionalmente, sabe dar limites às minhas frescuras. Sinto-me tão segura ao lado dele!"

Que felicidade! Mas creio que a maioria - a grande maioria de nós - não teve essa dádiva e precisa trabalhar para transformar o lixo em ouro.

A recompensa é viver livre no presente. O passado está encerrado.



domingo, 13 de setembro de 2009

Vai voltar!

Há épocas na vida em que a gente tem que investir - até mesmo dinheiro, se for o caso - sem ter a garantia de retorno, pelo menos no curto prazo. É difícil? Arriscado? Sim. Mas talvez seja a única chance de dar um salto, subir um degrau na escadaria da vida, contruir uma realidade diferente em vez de ficar no mesmo lugar andando em círculos.

Esta semana, tive a oportunidade de conversar com Thalita Rebouças, autora de livros infanto-juvenis que atingem uma faixa bem específica de público: meninas pré-adolescentes.

Em todas as Bienais - Rio ou SP -, Thalita encara diariamente uma fila de centenas de garotas ávidas por seu autógrafo, sempre acompanhado de um beijo de batom. Ela retoca os lábios a toda hora, tira fotos, abraça e beija as leitoras. Sabe que isso é parte do trabalho.

Em nossa conversa, ela me contou que o marido foi quem deu força para que, em 2001, desse um tempo na carreira de jornalista e se dedicasse a escrever - porque era o que mais amava de fazer desde criança. Desde então, já vendeu mais de 350 mil livros - muito para os padrões de qualquer país!

Enquanto conversávamos, Thalita me presenteou com broches com as imagens de seu rosto e as capas dos livros. No início, quando a editora ainda não sabia se daria certo, ela mesma desenbolsava suas economias e investia na produção de caderninhos de anotação, canetas e broches como material de marketing. Fazia e pensava: "Um dia, tudo isso vai voltar." Voltou mesmo.

Isso me faz acreditar que quando a gente ama o que faz e tem um plano, pode e deve investir nele de olhos fechados, mesmo que os outros nos chamem de loucos, porque vai voltar. Em dobro, em triplo, multiplicado! Thalita também foi chamada de louca e hoje é um fenômeno editorial.

Abaixo, a moça trabalhando.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Bienal do Livro 2009

A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro começa hoje e vai até 20 de setembro. É um evento muito importante, tanto quanto a FLIP, mas com feição diferente. Enquanto a primeira privilegia grandes nomes da literatura mundial, a segunda é mais comercial. Ou seja, na Bienal o foco são os livros e o mais importante é vendê-los.

Este ano, pela primeira vez, a Bienal será uma feira de negócios à semelhança da maior e mais imporatante feira de livros do mundo, a Feira de Frankfurt, em outubro. Agentes literários de todo o mundo estão vindo ao Brasil para o evento. Hoje e amanhã (quinta e sexta-feira) há uma série de reuniões marcadas entre esses agentes e os editores das variadas casas editoriais. A intenção desses encontros é intercambiar informações para vender livros entre si: estrangeiros querem publicar brasileiros lá fora e vice-versa.

É claro que, nesse jogo, tem mais chances quem é best seller ou tem potencial para ser. O mercado editorial, nas últimas décadas, tornou-se cada vez mais focado em lucro. Todos estão sempre em busca de um novo A cabana, Código da Vinci, Marley & Eu. A literatura genuína ainda tem seu lugar, mas é mais fácil para quem já está estabelecido. Para quem está chegando agora, é difícil...

Mas existe a internet, espaço democráticíssimo. Hoje, está na capa do jornal Extra: Paulo Coelho libera seus livros - inclusive três romances inéditos - para download gratuito na internet. Basta acessar o blog do mago e baixar. Paulo é esperto e sabe que estamos vivendo uma mudança de paradigma, do livro impresso para os leitores eletrônicos. No Brasil a coisa anda mais devagar, mas nos EUA caminha a passos largos.

Tudo isso para compartilhar com vocês esse momento especial que estou vivendo, dando meus primeiros passos como agente literária, sendo conduzida por gente generosa que está me ensinando e abrindo os caminhos. Obrigada!

Manterei vocês informados das novidades. Abraços e beijos.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Minas

Minas foi carinho e descanso. O conforto de ser acolhida por amigos de tantos anos, a intimidade que só o tempo e a história compartilhada constroem: lembranças, causos, piadas... E a alegria de ver os filhos, nossa segunda geração, rindo e brincando juntos. A amizade perpetuando-se.




O lençol freático no interior da Mina da Passagem, em Mariana. Água clara como vidro!



O ponto alto da viagem foi a visita a Chapada, vilarejo com meia-dúzia de casas a 40 minutos de Mariana. Havia um "festival gastronômico" - barraquinhas de bambu servindo iguarias típicas: tropeiro, galinhada, costelinha com ora pro nobis (verdura semelhante à couve com a qual o pessoal reforça as refeições na roça), umbigo de banana (refogado salgado feito com as pontas das bananas, acompanha costelinha e angu). Hum!...



Igrejinha de Sant´Anna, na Chapada


Mas antes da degustação, resolvemos descer uma pirambeira enooorme até a cachoeira do Castelinho, encravada nas rochas no fundo do vale. Água gelada! Mas não dá pra pensar duas vezes: tchibum!

A cachoeira e a pirambeira


De repente, o céu tornou-se cor de chumbo e a chuva de pingos grossos e fortes nos fez bater em retirada. Medo de tromba d´água! Subimos a pirambeira em tempo recorde, e foi bom porque espantou o frio.

Em Chapada, afundamos em generosas porções de comida regada a cervejinha gelada e doses de pinga do alambique local, servida como cortesia. Ê, trem bão!

Cães de olho na minha costelinha com ora pro nobis

De volta à casa, vi o entardecer embaixo das cobertas, quentinha, antes de me cair num sono reparador.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Bom feriado!

Essa semana, o trânsito do Rio de Janeiro estava infernal. Pergunto a razão ao motorista do táxi - verdadeiros oráculos ultimamente - e ele responde:

- É o feriado.

Como assim, o feriado?

- É que as pesssoas começam a correr, querem resolver tudo de última hora, para poder viajar. - Deu um suspiro e completou: - E na terça-feira começa tuuudo de novo...

Verdade. E me surpreendo correndo também. Motivo: nesta sexta-feira viajo com a família para Ouro Preto (MG). Dessa vez vou passear, visitar amigos cariocas que migraram para lá há muitos anos e estão bem felizes e satisfeitos. Serão três dias de desligamento, até porque o meu celular Vivo, em Minas, é morto: não funciona.

Peço desculpas por não ter visitado os blogs essa semana, mas é que estou na correria também. Espero desacelerar em Ouro Preto e voltar renovada, porque semana que vem tem Bienal!

E tenho uma surpresa pra vocês: visitem o site do evento - http://www.bienaldolivro.com.br/ - e confiram a programação do Café Literário no dia 19 de setembro!

Desejo um ótimo feriado a todos, com muito Amor, paz e diversão. Até a volta!!!