sábado, 25 de dezembro de 2010

Seu desejo em 2011

Minha sobrinha-neta, Maria Luiza, de 2 anos, ganhou do Papai Noel um livro que vinha com um kit fada: saia de tule lilás, tiara de 'brilhantes' e... uma varinha de condão que, ao ser projetada para frente, como que para realizar um desejo, fazia um barulhinho assim:

Blimblimblimblimblum!...

Maria Luiza percorreu a casa brandindo a varinha pra lá e pra cá, encantada com o barulhinho. Quando cansou-se dela, tomei-a pra mim. Já tinha bebido algumas cervejas e a inspiração pode se manifestar à vontade.

- Mamãe, o que você deseja em 2011? - perguntei a minha mãe.

- Pernas boas e fortes!

- Pernas boas e fortes para a mamãe em 2011!... - blimblimblimblimblum!

Assim, eu também percorri a casa perguntando às pessoas os seus desejos e brandindo a varinha: blimblimblimblimblum!

Alguns não sabiam o que pedir. Um rapaz de Brasília estava em dúvida quando a esposa respondeu por ele:

- Um novo plano de carreira!

- OK! - Blimblimblimblimblum!

Outros eram vagos ou filosóficos.

- Eu quero paz para o mundo...

- Quero não desejar mais...

Mas eu era enfática:

- Tem que ser algo prático!

Minha sobrinha Rafaela, mãe da Maria Luiza, captou bem o espírito da coisa:

- Quero trabalhos bons e bem remunerados! (Ela é atriz)

Blimblimblimblimblum!

E Jaci, a babá que ajudou a criar os meus sobrinhos, e que depois os ajudou a criar os filhos deles, e que perdeu sua filha única esse ano:

- Quero um homem bom, corajoso, um companheiro!

É isso aí, Jaci. Em frente!

Blimblimblimblimblum!

E vocês, qual é o seu desejo para 2011?

Blimblimblimblimblum!


Natal

Um dos filmes mais impressionantes que já vi foi Sonhos, do cineasta japonês Akira Kurosawa - esse, sim, um camarada que dialogava com os mistérios entre o céu e a terra.

No primeiro episódio, uma criança infringe uma regra e as conseqüências são terríveis. Ela terá que caminhar além do arco-íris e interceder por sua vida, caso contrário, pagará com a morte.

A criança ouve o desafio e sai caminhando, serena, em direção ao arco-íris. O episódio termina aí e ficamos sem saber o resultado. Não por acaso, acho, esse conto visual ilustrava o pôster do filme, na época, e também ilustra a capa do DVD.

Na noite de 24 de dezembro, eu me lembrei desse conto e o compreendi como nunca. Havia, também, um desafio: minha mãe, pela primeira vez em 5 anos e após ressuscitar do Reinos dos Mortos, participaria da festa de Natal na casa da minha sobrinha Rafaela. Em cadeira de rodas, com enfermeira e tudo o mais, mas viva e lúcida.

O problema é que não havia táxis especiais para cadeiras de rodas disponíveis nesse dia. Eles evaporaram! Resultado: teríamos que colocar a vovó dentro de um táxi comum - tarefa hercúlea, pois ela pesa mais de 80 kg e não é uma pessoa 'fácil'.

Bolei um plano. Peguei meus filhos e os presentes e levei-os, primeiro, à casa da Rafaela. Depois, saí pelas ruas vazias de gente e de carros, sozinha, em busca de um táxi.

Nessa hora, lembrei o episódio de Sonhos. Eu sou com aquele menino, seguindo na vida com uma missão sem saber como ou quando ou se conseguirei cumpri-la. Mas em frente, com alegria e fé.

Abaixo, nós com a vovó já na instalada festa.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Estou em Buenos Aires!



Desculpem o chá de sumico, mas umas pequenas férias me fizeram voar... Volto neste fim de semana para contar as coisas bonitas que vi e vivi, com fotos e tudo o mais.

Beijos!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Queridos amigos

O ano vai chegando ao fim e é hora de finalizar ciclos e descansar, para recomeçar em 2011 com energia renovada.

Esse foi o terceiro ano da Pausa do Tempo. Com o crescimento e a expansão de Shahid Produções Culturais - graças a Deus - não tive o mesmo empenho e disponibilidade para alimentar o blog e comentar os posts dos outros. Mas nem sempre dá para fazer tudo o que desejamos, temos que escolher Ou isto ou aquilo, como expressa tão bem em versos Cecília Meirelles, em um de seus poemas mais famosos.

Compartilho com vocês meus planos para 2011 em relação ao blog: devo continuar escrevendo pelo menos uma vez por semana, como venho fazendo nos meses mais recentes; vou terminar de organizar os melhores textos e publicá-los em um livro. Ainda não tenho detalhes, mas vou lhes manter informados, podem estar certos disso.

Quando tudo estiver definido, meu plano é encerrar A Pausa do Tempo... E me dedicar a outro tipo de criação escrita. Ou começar outro blog, quem sabe?

Agradeço a todos que me leram e continuam lendo nesses três anos, e aos que chegam por acaso a todo momento. E vamo que vamo!

Ou isto ou aquilo, de Cecília Meirelles

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Beijos em todos!