"(...) A partir desta interferência, a dupla dá adeus à filosofia e engrena uma história banal de casal, com longa lista de cobranças, expectativas e desiluções”.
A frase me saltou ao olhos em meio à crítica da jornalista Susana Schild sobre o filme Cópia fiel, obra do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, em cartaz nos cinemas cariocas. Não vi o filme, mas fiquei pensando: ao perseguirmos tanto o amor, será essa a recompensa, o pote de ouro ao fim do arco-íris? Acho que não!
Porém, ao olharmos para trás, quantas das histórias de amor que vivemos não incluíram esses componentes: cobranças, expectativas, desiluções? Todas, ou quase. É preciso muito cuidado para não cair nessas fáceis armadilhas que estragam a felicidade.
Querem ver? Listei, com base em minha própria experiência, situações comuns no dia a dia dos casais:
- Manipular pela culpa – O outro deu uma pisadinha na bola e a gente arma um circo, faz crescer uma tromba do tamanho de um bonde, e a cara feia dura dias... Pobre do outro.
- Fazer criancices para chamar atenção – Uma mulher que conheci me contou: “hoje eu me enfiei em um bingo a tarde inteira e não avisei ninguém”. “Por que?”, perguntei. “Para eles sentirem a minha falta e virem atrás de mim”. E olha tinha quase 50 anos, filhos criados.
- Não falar o que está incomodando e deixar a coisa “apodrecer” dentro – Isso cria ressentimentos terríveis.
- Deixar de falar “eu te amo” ou outras coisas lindas que vêm à boca por vergonha ou para “não baixar a guarda”.
- Criticar o outro e querer mudá-lo para que “caiba no seu sonho”, como já disse Cazuza.
- Não perder a oportunidade de citar um ex-namorado para provocar ciúmes no outro.
Muito mais... Tudo isso são tonterías (palavra do espanhol que eu adoro) passíveis de protagonizarmos a qualquer tempo.
Vamos ficar de olhos e coração bem abertos... E nos permitir viver uma linda - e nada banal - história de amor.