sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Quando somos FDPs?

O verniz da civilidade é ralo, descasca por qualquer coisa. O Ensaio sobre a cegueira, de Saramago e Meirelles, mostra isso. Basta o homem ser ameaçado em sua segurança e conforto para que as piores coisas venham à tona. Como diz uma sábia amiga, mais velha, "até nós mesmos damos umas escorregadas de vez em quando". Sim, todos nós escorregamos – na m..., fica subentendido.

Recentemente, tive decepção enorme com uma pessoa próxima que julgava minha amiga. Afinal, nós éramos amigos. Mas de repente, tudo mudou. Como uma mudança de canal. Estranho... Procurei entender a origem de seu comportamento, coloquei-me em seu lugar e consegui enxergar que talvez me sentisse de forma semelhante ao que imagino que se sentia – e daí o comportamento estranho. As nossas maneiras de lidar com o desconforto e com a insegurança é que são muito diferentes.

Mas ninguém é santo. Eu mesma, outro dia, em almoço de trabalho, me vi elogiando um colega que emagreceu não sei quantos quilos enquanto ao lado de nós almoçava uma moça bem gordinha. Percebi que ela escutava a conversa e que o teor a incomodava. Mas continuamos o papo e confesso que senti um prazer mórbido com a situação. O almoço terminou, eu e o colega nos levantamos e refleti: "é assim que eu sou má". Porque é claro que, se fosse fácil emagrecer, a moça escolheria ser magra em vez de gorda!

Esse é um post um pouco amargo, um pouco virulento. Mas faz parte do processo de deixar para trás uma relação que um dia foi de confiança e amizade, mas que desandou.

E vocês, quando e como são malvados? Lembrem-se, hoje é Haloween!...




terça-feira, 28 de outubro de 2008

Alguém te querer já é uma grande coisa

– Pois é, Valéria. O problema daquele cara é que ele só queria me levar pra cama!

Eu escutava minha amiga enquanto meu namorado dirigia, carro lotado, voltando de programação noturna. Ela me falava ao pé do ouvido, mas ele escutou. E mais tarde, juntos, ouvi sua opinião.

– Ouvi sua amiga, L. reclamando de um cara que só queria levá-la pra cama. Como assim, "só queria"? Isso já é uma graaande coisa... ALGUÉM te quer, nem que seja só pra levar pra cama...

Hahaha, nunca me esqueço dessa ponderação. E no sábado, encontrei amiga que era atriz mas mudou de profissão, agora é terapeuta. Estava me falando de um dos diretores da clínica onde trabalha, que tem a seguinte teoria: o sexo é uma função vital, uma energia que precisa de vazão, senão causa desequilíbrio e doenças (concordo plenamente!) a menos que seja canalizada para uma atividade criativa.

Segundo este camarada, a nossa fixação no amor romântico só atrapalha as coisas. Ficamos esperando o companheiro ideal e deixamos de fazer sexo quando dá vontade, quando isso é tão natural quanto beber água. Interessantíssimo esse ponto de vista, não acham?

Tudo isso pra dizer que quando alguém quer a gente é bom escutar, sentir, abrir bem os olhos, a boca e, se for o caso, o coração.





sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bóiacross e a metáfora para a vida

No PETAR, nós fizemos bóiacross. Significa deitar-se de barrriga para baixo sobre uma bóia enorme amarrada de modo a formar um colchão. Vamos deslizando pelo rio tal qual sapos e aprendemos algumas coisas.

1) No início, queremos remar desperadamente com medo de virar, de perder a direção etc. Logo percebermos que não é preciso se movimentar tanto, mas simplesmente deixar-se levar pelas águas... Corrigindo ou pouquinho aqui, outro pouquinho ali...

2) Quanto menos pesados somos, menos chances temos de "enroscar" numa pedra.

3) O rio corre ora calmo e plácido, formando piscinas e lagoas; ora agitadíssimo, sobre pedras bem próximas da superfície. Como a vida... (ainda bem que não chegamos a nenhuma cachoeira!)

Foram 2 quilômetros sobre o rio Bethary. Ao longo do caminho, fui agradecendo a Deus pelo momento maravilhoso, o céu azul, revoadas de pássaros e borboletas, selva e savanas.

Olha o maluco aí embaixo levando o cachorro de carona.







*Foto retirada do site http://www.ecocave.com.br/album-fotos-petar/albumFotos.asp. O guia que nos levou através do PETAR era da Ecocave.

domingo, 19 de outubro de 2008

Quem tem medo de cavernas?

Quando eu falo em cavernas, o que vem à cabeça de vocês?

O que vinha pra mim, antes de eu entrar em uma era: medo. Medo do escuro, medo do que pudesse estar escondido nelas, medo do desconhecido. Mas quando entrei na primeira caverna de verdade, na Chapada Diamantina, Bahia, o que senti foi acolhimento, descanso, sossego. Entendi porque, quando uma pessoa morre e é enterrada, os outros dizem: foi descansar.

A sensação boa ficou na lembrança e por isso, me inspirei a conhecer as cavernas do PETAR – Parque Estadual Turístico do Alto da Ribeira, em São Paulo, encostadinho no Paraná. Longe pra caramba! Não me perguntem por que escolhi esse roteiro. Não sei. Alguma coisa eu tinha que fazer lá. E fiz: enfrentei os meus medos, que resolveram aparecer todos de uma vez. Buuuu!!!

O PETAR é a maior reserva de mata atlântica contínua do país. Ultra bem preservada. Em cima, abundância de água, bichos e natureza exuberante. Embaixo, um queijo suíço. São mais de 300 cavernas, a maioria delas inexplorada. Abertas ao público (trechos), são sete. Fui em todas.

Mas como o momento de vida é outro, bem diferente daquele em que estive na Chapada, logo na primeira caverna, a do Morro Preto (foto1), me bateu uma paúra...






– Mas medo de que? Eu conheço essa caverna como a palma da minha mão... – argumentava o guia.
– Não sei. É algo bem abstrato – eu tentava explicar. Só sosseguei depois que estava do lado de fora, vendo a luz do sol.

Continuamos. Três cavernas no primeiro dia; cada uma, uma emoção. A Santana (foto 2) é considerada a mais ornamentada do país.






No segundo dia, após uma trilha lindíssima no fundo de um cânion margeando o rio Bethary, fomos na Cafezal – e houve nova crise de medo. Isso sem falar que na noite anterior, todos os medos haviam desfilado na minha cabeça: medo de me machucar, de adoecer, de morrer, de perder o emprego, de envelhecer sozinha, de não conseguir realizar os meus sonhos. Mesmo com toda a natureza em volta, dormi mal pacas.

Tudo finalmente mudou dentro da Caverna Água Suja (foto 3, a entrada), que visitamos logo após a Cafezal. São 800 metros de caminhada dentro d´água, em direção ao centro da Terra. Bocarra enorme e um riozinho de água límpida escorrendo lá de dentro. Após a primeira curva, desapareceu a luz do dia e a pequena lâmpada que levamos encarapitada no capacete (obrigatório) mal dava para iluminar os limites do salão aonde estávamos. Brrrr...







Seguimos caminhando, escalando pilhas de enormes pedregulhos, passando através de labirintos de estalactites, túneis de vento geladíssimo, até chegar à passagem para o coração da caverna, onde existe uma pequena cachoeira. Para alcançá-la é necessário atravessar metro e meio de teto baixo, quase rente à água. Temos que nos abaixar e posicionar o rosto exatamente nesse espaço de cerca de um palmo onde dá para respirar. Reclamei, bati pé, disse que não ia, mas todos foram e eu fui também...

A travessia é rápida, mas foi suficiente para promover uma mudança em meu interior. De repente, era como se eu não precisasse fazer força, estava sendo puxada, atraída. E me deparei com a cachoeira, dois metros de queda d´água, uma jóia encrustrada no interior na caverna. Entrei de cabeça, com roupa e tudo. Nada de frio ou paralisia: ação! Fiz minhas preces silenciosas, pedi que me libertasse do medo e pronto. Estava nova em folha.

Voltamos andando muito rápido, para gerara calor, e logo eu estava vendo a luz do sol. Daí em diante, a viagem foi tranquila. (Foto 4, saída da Água Suja)




domingo, 12 de outubro de 2008

Viver para escrever

Nascer para escrever
Aprender para escrever
Tentar para escrever
Querer para escrever
Arriscar para escrever
Sonhar para escrever

Ler para escrever
Ler para escrever
Ler para escrever

Escrever para escrever
Mostrar para escrever
Ouvir as criticas para escrever
Publicar para escrever
Continuar para escrever

Viver para escrever

***

Amigos, estou em semana de ferias, nesta segunda-feira vou para lugar bem distante da civilizacao. Nao creio que terei acesso a computador (quem sabe?). Na volta, contarei as coisas belas e terei visto e vivido. Abracos, ate a volta.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Bourbon Street tonight

Falando em trabalho, na terça-feira fui a São Paulo para o lançamento do livro O País dos Petralhas, de Reinaldo Azevedo, dono do blog de política mais lido do país. (http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/). Estiveram lá o governador José Serra, o prefeito Kassab e o vice Alberto Goldman, e muitas outras celebridades. O programa paulista de humor CQC também esteve e fizeram muitas brincadeiras. Deve ir ao ar na segunda que vem.

Ao fim do evento, exausta, atravessei a cidade e fui encontrar minha querida amiga Rosane, do blog Miojo, e o marido no clube de jazz Bourbon Street (http://www.bourbonstreet.com.br/index.php), em Moema. Cheguei lá mais de meia-noite e havia show da banda The Bad Plus, que tocou no Tim Festival do ano passado. Os caras fazer versões jazzísticas de clássicos do rock: Nirvana, Neal Young e outros. Muito bom!

Ao fim do show, o dono da casa veio se sentar na nossa mesa. E durante mais de uma hora – todo mundo meio pra lá de Marrackesh, mais de cansaço do que de qualquer outra coisa –, ele contou a história da abertura do Bourbon Street, que nasceu há 15 anos de uma conversa de mesa de bar. O tempo parou e todos ficamos ouvindo, um comentário aqui, outro ali, enquanto os olhinhos do homem brilhavam.

Após alinhavarem um lindo projeto todo feito à mão, porque naquela época não se usava computador como hoje, os dois sócios viajaram a New Orleans, para pedir patrocínio ao governo local. Jogaram muita conversa fora com as autoridades e voltaram com uma carta (!) de apoio e nenhum tostão no bolso.

Compraram uma casa antiga, investiram todo o dinheiro que tinham na reforma e ampliação. Quando a plata acabou, os parentes entraram como sócios. Quando isto não foi suficiente, foram aos bancos e empenharam tudo: carro, apartamento, etc. O show de abertura tinha que ser grandioso. Fizeram uma lista das pessoas que desejavam: Joe Cocker, Nina Simone, B.B. King... Mas todos os empresários, ao ouvir que se tratava de um clube novo, no Brasil, diziam: Não!

Graças a um golpe de sorte, B.B. King vinha para uma turnê na América Latina contratado por outro empreendimento. Na hora H, com passagens compradas e tudo, o cara deu pra trás com o cachê e... B.B. King acabou no Bourbon Street. Ou melhor, começou. Tudo começou com B.B. King no Bourbon Street! E a guitarra que o mestre deixou de presente está exposta bem na entrada, como um troféu por todo o trabalho duro que rende frutos há 15 anos!

Na hora de ir embora, me despedi do homem agradecendo por ter compartilhado comigo aquele relato; ele passou as mãos nos cabelos, sorriu, e por um momento vi seus olhos marejados de lágrimas.

Abaixo, a Bourbon Street original, em New Orleans.



domingo, 5 de outubro de 2008

Biblioterapia

Deu no Publish News http://www.publishnews.com.br/index/default.asp :

Talvez você fique duas horas no trânsito para ir a um trabalho que odeia. Talvez você tenha filhos pequenos e só sobrem cinco minutos de vez em quando para ler. Talvez você esteja para embarcar em uma viagem de três semanas para a Amazônia e busque um livro que fale de tudo sobre o destino. Tudo o que o aflige e tudo o que o encanta. Nós vamos encontrar a receita de leitura certa para você. É assim que a School of Life (literalmente, Escola da Vida) define a "biblioterapia", projeto lançado no início deste mês em Londres. A idéia é a seguinte: o cliente preenche uma ficha com informações sobre sua história, suas aspirações e seus hábitos e, a partir de uma consulta com um especialista, recebe indicações de leitura que o ajudem a enfrentar uma nova fase, encarar uma etapa importante ou simplesmente aproveitar um momento da vida. Uma sessão custa 35 (R$ 120), mas pode-se escolher um contrato de cinco meses, em que o biblioanalista acompanha suas leituras e troca informações por e-mail, por 50 (R$ 170).

Adorei essa história. Acho que eu gostaria de me consultar com um biblioanalista, pra ver o que ele tem a dizer. Mais ainda, acho que daria uma boa profissional nessa área. Já pensou?

Isso me faz lembrar crônica do jornalista português João Pereira Coutinho, colunista da Folha de S. Paulo, cujo delicioso livro Avenida Paulista sairá pela Record em 2009. No texto Como Jane Austen pode mudar sua vida (e olha que eu nem gosto da Jane Austen), ele garente que Orgulho e preconceito é capaz de curar todos os males do amor. Porque os personagens Elizabeth e Darcy se odeiam à primeira vista e só com o tempo começam a aceitar o amor que sentem um pelo outro. Diz João Coutinho:

O amor assusta mais do que todos os fantasmas que habitam o coração humano (...) O amor não sobrevive aos ritmos da nossa modernidade. O amor exige tempo e conhecimento. Exige, no fundo, o tempo e o conhecimento que a vida moderna de hoje não permite mais (...) A nossa frustração em encontrar o "amor verdadeiro" é apenas um clichê que esconde o essencial: o amor não é um produto que se compra para combinar com os móveis da sala. É uma arte que se cultiva. Profundamente. Demoradamente.

Salve, João! Se pudesse, eu o escolheria para meu biblioanalista.

E vocês, o que pensam dessa nova terapia? Que livro indicariam para curar qual mal? Vão dizendo que eu vou anotando...

sábado, 4 de outubro de 2008

Saúde, trabalho, felicidade

Achei curiosa a escolha e a ordem das palavras escritas a pilot sobre uma prancha de ímã, colada na geladeira da casa do meu sobrinho. Ele tem pouco menos de 40 anos e é um legítimo self made man carioca. Quer dizer, nasceu em berço esplêndido mas quando chegou à maioridade a família já havia perdido todo o dinheiro. Restava uma casa enorme, meio caindo aos pedaços, no Itanhangá.

Nessa casa ele e dois colegas, companheiros de surf nas ondas da Barra da Tijuca, começaram um negócio. Uma agência de publicidade. O negócio foi crescendo, crescendo, e hoje a Script é uma das mais bem conceituadas agências do Rio, quiçá, do Brasil. http://www.scriptonline.com.br/home/index.php

A casa caindo aos pedaços foi totalmente reformada e serve de moradia para ele, a esposa – empresária do ramo da moda – e os dois filhos de 4 e 2 anos. Eu sou muito orgulhosa desse meu sobrinho!

Venho refletindo muito sobre essa questão do trabalho pois estou numa fase de mudança, buscando melhorar de vida, crescer, prosperar. Todo mundo quer isso, mas tem gente que pensa em outras formas de ganho: loteria, casamento, sei lá! Para mim, por causa da minha história de vida, é importante que essa riqueza e properidade venham do meu trabalho.

Ao ler as palavras escritas com pilot vermelho na porta da geladeira, percebi que ali estava a receita de prosperidade do meu sobrinho, cuja "eficácia" é visível para qualquer um. E pensei:

1) Saúde – Eu tenho, graças a Deus!
2) Trabalho – Reclamo à beça do meu chefe, um capricorniano obcecado que chega na empresa antes de todo mundo e é o último a sair. Mas ele me ensina a pôr o trabalho na frente de tudo, e reconheço que esse aprendizado me faltava, e que quando almejamos os melhores resultados isso é necessário.
3) Felicidade – Palavra genérica que inclui sorte no amor, paz interior, família saudável e unida etc, etc, etc. Meu sobrinho é muito prático! Aliás, é capricorniano também.

Sendo aquário com ascendente peixes e lua em gêmeos, eu deveria estar vivendo em uma comunidade no interior, cultivando a terra... Será? Escolhi outro caminho. E vamo que vamo!

Segue trailer da comédia O amor não tem preço, disponível em DVD, que fala da busca da riqueza e properidade e nos faz refletir sobre POR QUE e PARA QUE queremos isso.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Eu gosto de cobras

Já me encontrei com elas algumas vezes.


A primeira, quando fui fazer matéria do tipo "O que fazer ao ser picado por uma cobra etc" para a revista onde trabalhava, recém-formada. Fui ao Instituto Vital Brasil, em Niterói, onde se fabrica veneno anti-ofídico, e entrevistei o herpetologista (cientista especializado em répteis) Anibal Melgarejo. Ele me levou à sala das serpentes – venenosas, claro – e tirou várias das gaiolas. Pude acariciar cada uma delas com toda calma do mundo e fiquei admirada com a textura aveludada de sua pele. Fui embora sabendo muito sobre cobras e ganhei de presente um marcador de livros coberto com pele de serpente, que tenho até hoje.


A segunda, quando fazia uma caminhada desde Laranjeiras, em Paraty, até a Praia do Sono (onde caiu o helicóptero que levava Ulisses Guimarães). No meio do caminho entre uma praia e outra – percurso que só pode ser feito a pé – dei de cara com uma coral (verdadeira ou falsa, quem vai saber?) Ela estava a um metro de distância de mim, no chão. Minha amiga M., que viajava comigo, evaporou. Mas eu fiquei ali, parada, olhando-a e ela a mim. Três minutos depois, ela deu meia volta e entrou no mato. Pronto, seguimos viagem. Mas foi um encontro marcante e inesquecível.


A terceira, na Disney. Num show do Animal Planet, me ofereci como volutária da platéia. O apresentador vendou meus olhos e perguntou no meu ouvido: "você tem algum problema com cobras?" Respondi: "não." Em seguida, senti um peso sobre o meu colo e tiraram minha venda. Uma enorme serpente descansava sobre as minhas coxas. Acariciei-a feliz da vida e isso rendeu ótimas fotos.


A quarta vez foi no domingo passado. Na festa infantil do meu sobrinho-neto (uma longa história para explicar porque tenho sobrinhos-netos, um dia eu conto), eles contrataram um biólogo que levou bichos. Chinchila (fofa!), sapo cururu (maravilhoso!), lagarto, iguana e...



quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A pedra pintada pelas crianças... é bem melhor

Neste mês de outubro de 2008, comemora-se 80 anos do poema No meio do caminho tinha uma pedra, de Carlos Drummond de Andrade, do livro Alguma poesia (Ed. Record).

Para celebrar, realizamos um evento na Praça N. Sra. da Paz, em Ipanema, no sábado passado, 27/9. Compartilho com vocês algumas imagens desta manhã feliz. Vale dizer que o sol apareceu somente durante o evento, depois voltou a chover. Graças a São Pedro e São Cosme Damião.











No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade