terça-feira, 31 de março de 2009

Persépolis

Quando as coisas vão mal, cuidado... Pois podem piorar. Foi o que aconteceu no Irã, de 1977 a 1979, quando o Xá Reza Pahlevi, foco de grande insatisfação popular, foi deposto com o apoio de grupos de esquerda para dar lugar ao Aiatolá Khomeini, que rapidamente afastou os mais moderados e criou uma república islâmica radical, proibindo costumes ocidentais como mini-saia, rock, cinema, e instituindo pena de morte para prostitutas, homossexuais, marxistas, e judeus. Cruzes!

A História desse episódio recente já caiu no esquecimento, principalmente para nós, latino-americanos, por ser uma realidade muito distante da nossa. Mas vale a pena conhecê-la através dos desenhos da escritora e artista gráfica radicada na França, Marjane Satrapi. Ela é a autora da trilogia de HQ Persépolis, publicada no Brasil pela Cia das Letras, que foi transformada em longa-metragem de animação e ganhou, no ano passado, o Oscar de Melhor Animação e o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes, entre outras premiações.

O filme, disponível em DVD, conta a história da própria Marjane: a infância marcada pela revolução, a adolescência reprimida pelo regime autoritário, a primeira temporada sozinha na Europa, as desilusões amorosas, o relacionamento com a avó super-amorosa e pra frente.

Tudo narrado com humor e poesia através de um traço belo e elegante em tons de branco, preto e cinza. Um filme forte e encantador que merece ser alugado o quanto antes. Impossível não gostar.

domingo, 29 de março de 2009

O homem frágil

Outro dia, um amigo saiu-se com esta: “O que as mulheres não sabem é que o homem é um ser frágil”. “Coitadinhos!”, zombei. Mas ele ficou firme e me apresentou argumentos muito coerentes como, por exemplo, que as mulheres se reúnem e formam uma confraria que se ajuda em horas de urgência emocional, enquanto o sexo masculino não cultiva esse hábito.

Interessante!

Ao mesmo tempo, terminei de ler o romance A segunda vez que te conheci, de Marcelo Rubens Paiva – escritor que admiro desde Feliz Ano Velho, na adolescência. É a história de um jornalista que é abandonado duas vezes seguidas - primeiro pela ex-mulher, depois pela namorada – perde o emprego e acaba virando cafetão.

O livro é engraçado e tem um quê de surreal. Certos trechos, de fato, corroboram os argumentos do meu colega. Vejam:

Mulheres mentem para não machucar. Machucam porque mentem.

Passei a sentir pena de mim, ótimo, comecei a chorar, me achar o sujeito mais infeliz do planeta, abandonado injustamente pela mulher, com um medo terrível de ficar só, nunca mais encontrar alguém, um velho andando pelas ruas sem ter onde cair morto, sem ter quem cuidar dos machucados, sem ter com quem repartir.

Mulheres sentem menos frio e dor. Desconfio que mulheres sentem menos solidão.

Por que a ex-mulher aparece mais bonita, bem-humorada e feliz do que quando conviveu conosco?

O homem é um ser frágil? O que pensam vocês, homens e mulheres?


quinta-feira, 26 de março de 2009

Eu vi o amor nascer

Foi em Londres, ano passado. Quem acompanha o blog desde então sabe que fiquei hospedada em casa de jovem inglesa cuja família é de Trinidad Tobago. Julie é seu nome.

Uma noite, durante a minha estadia, ela resolveu preparar um jantar indiano com receita de família. Ajudei picando os legumes, pilotando o fogão. No fim, havia comida para um batalhão. Tanta, que ela resolveu convidar o vizinho de porta, jovem norte-americano cuja família é de Gana, África.

Ele chegou com garrafa de vinho tinto embaixo do braço, terno e gravata, educadíssimo e inteligente. Pensei: "Por que esses dois não interagem mais? A vida se tornaria muito mais interessante!"

O tempo passou, me correspondi com Julie algumas vezes ao longo do primeiro semestre de 2008, mas ela não gosta de emails, prefere cartas, e como já não tenho saco para escrever cartas, o contato foi interrompido e retomado agora, quando se completa um ano da minha visita à capital inglesa.

Qual não é a minha surpresa ao receber um longo email - o amor muda tudo! - de uma felicíssima Julie, contando que encontrou o amor de sua vida, e que ele morava bem ao lado de sua própria casa e ela não sabia. Fui a primeira a conhecer seu futuro noivo. Sim, porque nos próximos meses ela vai vender o apartamento que havia acabado de comprar quando estive lá e vão investir em uma nova moradia juntos.

Diz Julie: "Ele tem uma alma muito romântica e esse ano quer explorar o continente europeu comigo". A próxima parada, neste fim de semana, é Veneza. Sem contar que ela já foi à África duas vezes e conheceu pais, tios, cachorro, papagaio e periquito.

O email de Julie foi a coisa mais feliz que me aconteceu nas semanas mais recentes. Isso fortalece a minha fé na vida, pois a história dessa moça é tristíssima, nem vale a pena contar para não estragar a beleza dos fatos.

A grande notícia, aqui narrada, é o advento do Amor. Sinto-me privilegiada, pois eu o vi nascer.





segunda-feira, 23 de março de 2009

Algo que aprendi na vida - Resultado

Foi só eu falar que o texto vencedor seria publicado no blog e muita gente amarelou... Que responsa, né?

Poucos mandaram suas contribuições e a pessoa que mais se esmerou foi Halime, do blog Cup of tea. Não pensou muito, simplesmente escreveu. E saiu ótimo. Vou reproduzir mas quem quiser pode - e deve - visitar lá: http://grabacupoftea.wordpress.com/

Aprendi que vivo com minhas próprias pernas; aprendi que estar fisicamente longe de alguém não significa estar longe at all dessa pessoa; que é possível estar fisicamente perto e a alma estar a quilômetros de distância ao mesmo tempo; que existem mães e Mães; que trabalhar no que se ama é um passo fundamental para a felicidade; que mudar dói, mas é preciso quando se deseja ter uma vida melhor e mais saudável; que existem homens que mudam a vida de mulheres; que é gratificante ver o quanto se contribuiu para alguém crescer na vida; que a mulher que trai é o tipo mais confuso de mulher; que ter problemas não significa abrir mãos dos pequenos prazeres que dão sentido à vida; que uma criança renova o ambiente; que ter dinheiro para comprar roupas ou jantar fora é muito bom; mas que dinheiro não compra saúde; que ter sua casa é sinônimo de poder criar seu próprio mundo, por mais assustador que possa ser. E, às vezes, pode ser a única forma de se libertar e crescer; que os pais nem sempre estão certos, mas nem sempre totalmente errados; que a intuição e o coração podem ser os mais valiosos conselheiros; que os sonhos retratam muito bem sua alma; que amigas de verdade estão sempre por perto da forma como podem; que reuniões de trabalho podem ser divertidas e agregar conhecimentos; que conhecer pessoas significa tornar-se mais inteligente; que ler é não só viajar para um mundo particular, mas também uma forma de crescimento; que o tempo faz curar feridas; que pipoca combina com cinema, brigadeiro com amigas, ♥ Romulo com Halime, trabalho com prazer, Maraca com Mengão, Rio de Janeiro com sol. Aprendi que é delicioso ficar deitada na areia, observando o mar e não dispensar um mergulho delicioso no mar azul. Aprendi que a nossa felicidade depende exclusivamente de nós mesmos. E só na prática é que começou a fazer sentido.

***

Frase de amiga assistindo à cena do casamento na novela Caminho das Índias, na sexta-feira: "Eu bem que queria de ter nascido na Índia. Assim, meus pais arranjariam um marido para mim e eu não teria que me preocupar com isso!"



sábado, 21 de março de 2009

Romântica incurável

Conhecido meu "foi terminado” pela namorada e está mal. O desfecho aconteceu há menos de um mês. Ele me liga e pergunta: “tem alguma amiga solteira pra me apresentar? Preciso de companhia feminina pra esquecer...”

Não sei se sou romântica incurável, mas acho que pegar alguém para esquecer outro, anterior, não dá certo. A única vez em que fiz isso conscientemente não deu certo.

Acho que, primeiro, é preciso perdoar, soltar o outro e os sentimentos que nos mantém ligados a ele. Limpar a área, como já ouvi dizerem muito acertadamente. Então, fertilizar a terra, semear e esperar crescer a nova plantação. Requer paciência, cada vez mais rara.

É um idealismo? A dura realidade é que reagimos mais de acordo com nossos instintos e assim vamos sendo guiados? Quero acreditar que não. Podemos mais que isso.

E vocês, o que acham?






quinta-feira, 19 de março de 2009

Revista Zupi

Deslizando entre as bancadas da livraria Unibanco Arteplex, em Botafogo, chamou minha atenção uma foto muito maluca, em preto e branco, de um homem de costas levando um bebê pelado no cangote. Por um momento, parece que o bebê é a cabeça do homem. Fui fuxicar e descobri a revista Zupi, editada por uma turma de designers de São Paulo. Nunca tinha visto essa revista antes e foi uma agradabilíssima supresa.

Zupi é pouco maior que um gibi, feita de papel de excelente qualidade. Suas páginas mostram o trabalho de jovens artistas, escritórios de design, coletivos, e ainda há espaço para novos criadores. Estes devem mandar suas artes para a redação e, após avaliação, podem ser publicadas na seção Galeria. A edição 007 da revista dedica nada menos que 30 páginas a esses novos talentos.

E a foto do bebê? É do fotógrafo André Cypriano e faz parte do livro Rocinha (Ed. Senac São Paulo) dedicado à favela. Zupi exibe uma pequena amostra que me fez ir atrás da edição original. Entre as fotos mais incríveis, a de um menino negro só de shorts, sentado em uma escada estreita de cimento, segurado uma arma nas mãos. Será um revólver de brinquedo? Não sabemos. Mas o menino tem a dura feição de um homem. Não é mais criança, apesar do corpo franzino de uns 8 anos.

O site do André é chiquérrimo e exibe slide show com as duas fotos mencionadas no post e muitas outras: http://www.andrecypriano.com/.

Já o site da Zupi não faz jus à revista, poderia ser mais visual. Mas vale a pena uma xeretada. E depois, ir à caça nas livrarias. http://www.zupi.com.br/

segunda-feira, 16 de março de 2009

Algo que aprendi na vida

Aprender a viver é que é o viver mesmo, escreveu Guimarães Rosa.

Hoje, A Pausa do Tempo completa 200 postagens. É muita estrada! Caminho ao longo do qual aprendi a ter coragem de me expor, doar minha escrita ao mundo, ouvir opiniões – nem sempre positivas, mas na maioria das vezes, sim. Ainda bem!

Pensei em um jeito bacana de comemorar e resolvi propor algo interativo. Vocês, leitores, são convidados a escrever um pequeno texto sobre o tema Algo que aprendi na vida e enviar para mim até segunda-feira que vem, dia 23 de março. O melhor texto será publicado no blog e o autor ganhará um exemplar do meu livro Encontros com Deus – 21 personalidades narram sua busca espiritual (Mauad Editora) com depoimentos de Paulo Coelho, Gilberto Gil, Frei Betto e outros não tão famosos assim.

Outra forma de celebração é o novo visual. Toda segunda-feira haverá nova frase ou poesia ou texto na coluna à direita. Aceito colaborações dos leitores, que serão avaliadas para posterior publicação.

Espero receber muitos textos... e OBRIGADA por visitarem A Pausa do Tempo. Com vocês, eu sou mais feliz!

Email para envio do texto: pausadotempo@gmail.com




sábado, 14 de março de 2009

A descoberta do Brasil... e a Amizade

Descobrir o Brasil a bordo de um ônibus da Itapemirim, 48 horas sem parar atravessando Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, até chegar ao Ceará. Aos 18 anos eu pensava que o Nordeste do país era igual ao Rio de Janeiro, de onde só havia saído para ir à Europa. Essa viagem mudou a minha vida. Tanto, que a repeti nos dois anos seguintes, e assim posso dizer que conheço bem o meu país: paisagens, vegetação, gente, clima – um filme passava na janela do ônibus e, do lado de dentro, eu e minhas duas amigas reformulávamos nossa adolescência a caminho de nos transformarmos em mulheres, fazer nossas escolhas, definir o nosso futuro. Quanto essas viagens influíram em nós? Muito.



Arraial da Ajuda, Bahia


Este post é dedicado às amigas que estão no Rio de Janeiro hoje, vindas de lugares muito distintos. Uma veio de Alicante, na costa da Espanha, a outra veio de Mariana, perto de Ouro Preto, Minas Gerais. E aqui estamos juntas, onde tudo começou, tantos anos, tantas histórias, e a doçura desse encontro – que levou muuuito tempo para acontecer do jeito que acontece agora – ocupa todo o espaço, vou parar por aqui, pois tenho que me dedicar a elas.





Salvador, Bahia




Jericoacoara, Ceará


***

Aviso: segunda-feira A Pausa do Tempo vai mudar. É a celebração de 200 postagens e um ano no ar – completo em 6 de janeiro. O blog é capricorniano e isso é muito bom!!! Vamos ter novo visual, concurso e prêmio. Espero vocês lá!


quinta-feira, 12 de março de 2009

Acreditar

Assisti à premiere mundial de ET em Cannes, no Festival de Cinema, acompanhada de meu pai. Steven Spielberg estava presente, de smoking preto e bonezinho vermelho, e foi aplaudido de pé pela platéia lotada por mais de 5 minutos. Lembro que os seguranças do palácio do festival, de pé junto às portas de saída, limpavam as lágrimas com as costas das mãos emocionados...

Desde então, já vi e revi o filme umas 20 vezes. A NET anda reprisando e, no sábado passado, revi mais uma vez com minha filha. No primeiro vôo da bicicletinha diante da lua, comecei a chorar. Mas já vi essa cena tantas vezes... Por que esse choro?

Porque, pela primeira vez, senti que ET fala diretamente à criança que vive dentro de nós; e que, um dia, acreditou que tudo era possível.

Spielberg é um artista maravilhoso, que mantém viva a criança dentro de si. Ele acredita que tudo é possível e realiza os nossos sonhos de criança: conviver com ETs, ver dinossauros povoando novamente a Terra...

Uma parte de mim continua acreditando que tudo é possível... A maior parte, graças a Deus. Além de tudo, apesar de tudo.

E você, também acredita?

terça-feira, 10 de março de 2009

Selinhos irados

Confesso que tenho uma certa preguiça em cumprir as tarefas dos selinhos... Mas duas queridas me citaram em seus blogs e resolvi cumprir. Aí vai!



Sete coisas que me fazem sorrir - de Respirando-me:

1 Ler gibis da Turma da Mônica com meu filho

2 Ouvir I Pod dividindo o fone de ouvido com minha filha

3 A lua cheia no céu

4 Nadar no mar

5 A minha gatinha Piblu

6 Um bebê bem fofinho e risonho. Qualquer um.

7 Rezar

Oito coisas que quero fazer antes de morrer - de Percepções da Vida:

1 Ir à África do Sul com meus filhos

2 Percorrer o Sudeste da Ásia com meu Amor

3 Ir à Austrália e à India

4 Escrever muitos livros - virtuais ou físicos, tanto faz.

5 Ser lida por muita gente
6 Ir à Israel, Egito e Jordânia

7 Percorrer toda a Península Ibérica

8 Ir ao Marrocos e conhecer o deserto

segunda-feira, 9 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

Não tomarás o nome de Deus em vão

Contrariando o mandamento comum a quase todas as religiões – Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus em vão – o Criador é invocado a toda hora, nas mais estapafúrdias situações. Se Ele levar isso a sério, a estamos fritos... Como parece que já está acontecendo!

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, dizer que o médico que fez o aborto na menina de 9 anos violentada – e que corria risco de vida, caso levasse adiante a gravidez de gêmeos – cometeu crime pior do que o padrasto, autor do estupro, é pra chorar.

Em recente crônica em O Estado de S. Paulo, o escritor Marcelo Rubens Paiva comentou os anúncios estampados em ônibus urbanos circulando em Madri, Espanha, onde passou as férias, com os dizeres: Dios no existe. Foram contratados e pagos por uma associação de ateus (???). Idéia copiada, por sua vez, de grupo semelhante da Inglaterra, porém, mais cauteloso ao estampar nos ônibus londrinos: There is probably no God (Provavalmente não existe Deus).

Ao comemorarmos os 200 anos de nascimento de Charles Darwin, que ousou afirmar que o surgimento do homem na Terra se deu de forma diferente da descrita na Bíblia, cientistas britânicos criticam o “desfavor que vêm fazendo à ciência" colegas como o biólogo Richard Dawkins, autos do best seller Deus, um delírio (Cia das Letras). Porque ao fazer campanha pró-evolucionismo tem estimulado a ascenção do criacionismo - crentes ingênuos têm o seguinte raciocínio: a evolução significa ateísmo, então, não apoiamos a evolução!

Meu pai era um intelectual ateu convicto. Dois dias antes de morrer de doença terminal, me chamou e disse: "Se eu sair dessa, vamos ao santuário de Santa Teresinha, na França, agradecer..."

Diz a fábula sufi Os cegos e o elefante: “A criatura humana não está informada acerca da divindade. Para tal ciência o intelecto comum não oferece nenhum Caminho.” Quem ficar curioso, leia aqui.


quarta-feira, 4 de março de 2009

A medida da vida e do amor... Até a borda

Tomo a liberdade de reproduzir - só dessa vez, juro! - a série Começos inesquecíveis, do blog de literatura Todo Prosa, do jornalista Sérgio Rodrigues, linkado aqui. Faço-o para compartilhar com vocês o início do livro Nos penhascos de mármore (1939), do escritor alemão Ernest Jünger (CosacNaify).

"Todos conheceis a profunda melancolia que nos acerca, ao recordarmos tempos felizes. Eles são irrevogáveis, e deles somos cruelmente separados por uma distância maior que todas as distâncias juntas. Quando tornam a brilhar, as imagens do passado revelam-se ainda mais atraentes: lembramo-nos delas como do corpo da amada que morreu, que descansa nas profundezas da terra e, à semelhança de uma miragem, nos faz estremecer num esplendor mais alto e mais puro. De novo e sempre, em nossos sonhos ardentes, tateamos à sua procura, em cada pormenor e em cada ruga. Tudo se passa como se não tivéssemos enchido até a borda a medida da vida e do amor. E, no entanto, nenhum arrependimento traz de volta o que se perdeu. Ah, que este sentimento se torne uma lição a cada momento de felicidade!"

Tratemos, pois, de encher até a borda a medida da vida e do amor, a cada momento, não apenas os de felicidade, mas todos os momentos! Isso, sim, é estar vivo!




segunda-feira, 2 de março de 2009

Sexo e afeto

O Carnaval veio e foi embora, e observei a dinâmica dos relacionamentos nesses dias de folia. É a festa da carne. É a época do ano em que tudo é permitido. Essa é a graça!

Acompanhei as aventuras de amigas que, embarcando nessa onda, se abriram para a possibilidade de um relacionamento fortuito. Conseguiram, lógico. E como no Carnaval tudo é mais intenso, esses encontros também o foram. Mas no dia seguinte era uma rebordosa... Olhares compridos, ouvidos atentos esperando o telefone tocar... E nada.

Mandei-as ler o blog do Fabio Fernandes, Devaneios de um qualquer, onde ele lista as regras de comportamento para mulheres no dia seguinte: “Nunca tome a iniciativa de ligar. Se ele não te procurar, esqueça!”

Esse preâmbulo é para chegar ao seguinte: experiência já me fez compreender que esse tipo de encontro fortuito pode ser uma armadilha, porque o primeiro elo é o sexo. Caso evolua para uma relação, acabamos fazendo concessões porque o sexo é bom. Mas não é tudo. NÃO É POSSÍVEL PASSAR 24 HORAS POR DIA TRANSANDO. Infelizmente...

Vi a tristeza das minhas amigas que, na verdade, queriam ter recebido afeto, enquanto tiveram sexo. É uma confusão que todo mundo faz, eu mesma já caí nessa várias vezes.

A saída, talvez, seja tentar seguir o conselho do Padre Flynn, do filme Dúvida. Quando um dos alunos lhe diz que tem vergonha de chamar as moças para dançar nas festas, por receio de receber um ‘não’, ele aconselha: “Just don´t take it to the heart”.

É difícil para nós, mulheres, Padre Flynn!... Muito difícil...