Esses dias me peguei pensando fortemente na Branca de Neve. Flashes do filme que assisti umas 100 vezes quando minha filha era pequena me vieram a mente. O rosto da Branca, estampado em uma camiseta que não cheguei a comprar, também.
Uma bobinha, a Branca de Neve, sempre alheia aos perigos que lhe cercam. Mas com seu jeito ingênuo, sempre sorrindo e cantando, se safa do punhal do caçador, dos sortilégios da madrasta má, dos monstros e fantasmas que lhe perseguem na floresta escura.
No meu livro de entrevistas Encontros com Deus (Mauad, 1997), o escritor e religioso Frei Betto conta que, na juventude, teve uma crise de fé. Foi conversar com o padre que era seu mentor e ele aconselhou: “Betto, se você estivesse perdido em uma floresta escura, continuaria a andar ou esperaria amanhecer?” Ele refletiu e concluiu que era melhor esperar amanhecer.
Branca de Neve tomou conta dos meus pensamentos porque tenho andado na floresta escura sem saber ao certo quando verei a luz. Estou fora do alcance do caçador, insuflado pela madrasta má, mas ainda não sei a extensão dos efeitos de sua maldade. As árvores estendem seus galhos, como se fossem braços, se prendendo às minhas roupas e me impedindo de avançar. Pássaros noturnos voam sobre minha cabeça grasnando, turvando os pensamentos, anunciando dificuldades que rezo para não acontecer.
Quero ser Branca de Neve porque ela simboliza a leveza e a pureza mesmo quando o universo parece tramar contra nós. Chega a ser ignorante, a coitadinha, mas isso em nada diminui o valor de seu caráter pleno de Alegria e Bondade. No filme da Disney, após desabar, ela se levanta e segue seu caminho, faz novos amigos, cria uma nova existência para si junto do Príncipe Encantado.
Bobinha e leve como a Branca de Neve, aguardo o amanhecer.
domingo, 23 de fevereiro de 2014
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Balada em Praga - último post sobre a viagem
Perguntei ao recepcionista do hotel onde poderia ir sozinha, num sábado à noite. Ele me mostrou o mapa do centro da cidade e delineou um caminho: “Essa é uma rua com vários bares, vá andando e vai encontrar algum lugar”. OK, me arrumei e saí com a cara e a coragem.
Andando pela tal rua, avistei um grupo animado que se dirigia a uma portinha. Sem pensar, apressei o passo e me juntei a eles. Desceram uma escadaria e fui atrás, livrando-me da assustadora sensação de adentrar um bar sozinha, à noite, sendo mulher, em uma cidade estranha.
O bar era amplo, estava cheio e uma banda ótima tocava covers de rock. O vocalista, com voz gutural, lembrava O Coisa do Quarteto Fantástico, e mandava muito bem cantando sucessos do U2, Oasis, Pearl Jam, Guns and Roses.
Achei um lugar no balcão e pedi uma cerveja, mas logo me convidaram para uma mesa perto do palco, onde os ocupantes eram das mais variados nacionalidades: Nigéria, Japão, Espanha e... Bielorrússia. Este último, já tinha ouvido falar, mas não sabia que era um país (assim como a Macedônia, que vergonha). Depois fui conferir no mapa.
Terminei a noite dançando em meio a um grupo de mulheres na faixa dos 40 anos vestidas como colegiais. Eram cinco e não faço a menor ideia de porque estavam vestidas daquele jeito, porque não falo uma palavra de tcheco e elas não falavam inglês... Mas foram ótimas companhias.
A outra saída noturna foi um dia antes de ir embora e não quis repetir o lugar. Caminhei a esmo pela cidade até encontrar um bar que me pareceu bacana: posters irados nas paredes, música boa e alta. No subsolo, uma boate.
Me ajeitei no balcão e, dois minutos depois, o bar foi invadido por uma horda de jovens italianos. Cerca de 30 rindo, tagarelando. Queriam beber cerveja e o dono do bar exigiu os documentos de todos como prova de que eram maiores de idade. Em pouco tempo uma pilha de passaportes for erguida bem ao meu lado.
Finda a inspeção, o dono do bar chamou um ajudante para tirar chope para todo mundo. O balcão ficou coberto de canecos e os jovens queriam tirar fotos, até o dono do bar embarcou na brincadeira, mostrando o muque após tirar tanto chope. Menos de meia hora depois, tão rápido quanto havia chegado, o grupo desapareceu na boate no subsolo.
Permaneci ainda algum tempo observando as pessoas no bar, curtindo a música, depois também me fui, pois as férias haviam terminando e era hora de voltar para casa.
Andando pela tal rua, avistei um grupo animado que se dirigia a uma portinha. Sem pensar, apressei o passo e me juntei a eles. Desceram uma escadaria e fui atrás, livrando-me da assustadora sensação de adentrar um bar sozinha, à noite, sendo mulher, em uma cidade estranha.
O bar era amplo, estava cheio e uma banda ótima tocava covers de rock. O vocalista, com voz gutural, lembrava O Coisa do Quarteto Fantástico, e mandava muito bem cantando sucessos do U2, Oasis, Pearl Jam, Guns and Roses.
Achei um lugar no balcão e pedi uma cerveja, mas logo me convidaram para uma mesa perto do palco, onde os ocupantes eram das mais variados nacionalidades: Nigéria, Japão, Espanha e... Bielorrússia. Este último, já tinha ouvido falar, mas não sabia que era um país (assim como a Macedônia, que vergonha). Depois fui conferir no mapa.
Terminei a noite dançando em meio a um grupo de mulheres na faixa dos 40 anos vestidas como colegiais. Eram cinco e não faço a menor ideia de porque estavam vestidas daquele jeito, porque não falo uma palavra de tcheco e elas não falavam inglês... Mas foram ótimas companhias.
A outra saída noturna foi um dia antes de ir embora e não quis repetir o lugar. Caminhei a esmo pela cidade até encontrar um bar que me pareceu bacana: posters irados nas paredes, música boa e alta. No subsolo, uma boate.
Me ajeitei no balcão e, dois minutos depois, o bar foi invadido por uma horda de jovens italianos. Cerca de 30 rindo, tagarelando. Queriam beber cerveja e o dono do bar exigiu os documentos de todos como prova de que eram maiores de idade. Em pouco tempo uma pilha de passaportes for erguida bem ao meu lado.
Finda a inspeção, o dono do bar chamou um ajudante para tirar chope para todo mundo. O balcão ficou coberto de canecos e os jovens queriam tirar fotos, até o dono do bar embarcou na brincadeira, mostrando o muque após tirar tanto chope. Menos de meia hora depois, tão rápido quanto havia chegado, o grupo desapareceu na boate no subsolo.
Permaneci ainda algum tempo observando as pessoas no bar, curtindo a música, depois também me fui, pois as férias haviam terminando e era hora de voltar para casa.
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