sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alguém aí tem filho adolescente?

Putz!... A adolescência chegou aqui em casa com força total: arrombando portas, quebrando tudo, abrindo passagem.

Não que isto esteja acontecendo ao pé da letra, mas é como se fosse.

De repente, aquela doçurinha que saiu de dentro da sua barriga não quer saber mais de você. Pelo contrário, se você diz 'azul', ela diz 'roxo'. Se você diz 'alto', ela diz 'baixo'. Se para você é 'bom', para ela é 'ruim'.

Temos que nos transformar em monges para suportar o atrito!

Mas como foi na nossa época?

Fui uma adolescente tardia, a rebeldia irrompeu por volta dos 20 anos. Não sei se foi melhor ou pior, o fato é que a crise da entrada na vida adulta se estendeu... Só fui procurar estágio no último semestre da faculdade, a contragosto, com vergonha dos outros colegas que já estavam trabalhando. Até então, eu escapulia em qualquer oportunidade, viajando de ônibus ou de carona por todo lugar do Brasil. Meu pai já tinha morrido e a pobre da minha mãe ficava em casa se preocupando e segurando a barra sozinha. E olha que sou filha única. Coitada!

Na hora de encarar a vida real, doeu!... Mas cá estamos nós.

Lembrando disso, extraio de mim uma dose extra de paciência... Haja!


domingo, 23 de outubro de 2011

Desejos que são necessidades

Acredito que certos desejos que nos acompanham a vida toda mereçam ser ouvidos e realizados, pois são mais que desejos, são necessidades do ser, da alma.

Não sou espiritualista nem sigo a doutrina de Kardec. Mas acredito que, quando não realizamos essas necessidades, nós as levamos conosco para outras vidas. E assim vamos acumulando tarefas.

Não deixe para amanhã o que pode resolver hoje - é uma das minhas frases favoritas.

Acontece que esses desejos/necessidades quase sempre são difíceis de realizar. É trabalho pra vida inteira. Quem está disposto?

"Todos os caminhos que levam ao que o coração almeja são longos", disse Joseph Conrad, autor do clássico da literatura inglesa Coração das trevas. E pensar que ele nasceu polonês, só foi aprender inglês aos 21 anos e antes de publicar seu primeiro livro já tinha tentado o suicídio!

As necessidades não realizadas ficam nos atormentando, gritando dentro da gente, inimigas da paz. É preciso reconhecê-las e olhar para elas sem medo. O que é possível realizar? Por onde podemos começar?

Muitas vezes, arranjamos desculpas muito bem fundadas para não realizar as necessidades. Essas teorias só existem na nossa cabeça e são como uma prisão. As grades são invisíveis, mas nós as enxergamos como se fossem de ferro, muito fortes...

Ah, se soubéssemos que bastaria um passo à frente, um sopro, para que se desfizessem no ar!... Ai, que vontade de provar a liberdade!...

Às vezes, acho que o maior medo do ser humano é da felicidade. Vai entender...



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Surpresa!

O que é a vida senão uma sucessão de situações corriqueiras e chatices - formam a nossa rotina, sem a qual enlouquecemos - pontuada por alguns fatos espetaculares?

Conversar até altas horas com um escritor que se admira.

Jantar uma comida maravilhosa, acompanhada de um vinho maravilhoso, em companhia do primo querido da adolescência.

Ser acolhida com tanto amor e carinho e sentir-se em casa, apesar de tão longe de casa.

Viva a vida!

Com todas as suas chatices corriqueiras!

Daqui a pouco vem outra felicidade, outro momento espetacular.

Surpresa!

Vamos aguardar.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu não fui ao Rock in Rio

Mas curti muito, tudo, pela televisão. No conforto do lar. Estou ficando velha? Não, só que a única banda que eu realmente queria ver acabou. Quer dizer, ainda existe, mas acabou.

Guns´n Roses marcou época. Era o início dos anos 90 e, embora não tenha sido um período fácil na minha vida, foi marcado por muuuuuuita diversão. Querem ver?

No show do Guns que assisti em 1991, para começar, eu penetrei no Maracanã. Como??? Nada simples: comprei do cambista, por engano, ingresso para arquibancada enquanto todos os meus amigos iam na pista. Após chorar e me descabelar, combinei com a minha amiga Ana Paula, que tinha uma credencial: ela entraria primeiro e, uma vez lá dentro, tentaria me passar a credencial pela fresta da grade ao lado das bilheterias. Mas havia 1.000.000 de seguranças ao redor!

Quis o Céu que um camarada que tentava escalar o muro do Maracanã, para penetrar como eu, despencasse lá de cima. No que o cara se estatelou no chão, todos os seguranças foram em cima. Minha amiga passou rapidamente a tal credencial pela grade e eu entrei correndo e gritando pelos corredores de acesso ao gramado: uhú!!!!

Lá dentro, pulamos e dançamos muuuuuito ao som de Don´t Cry, Paradise City e, principalmente, Sweet Child O´Mine - esta última, um clássico.

Na volta para casa, ao corrermos para pegar um ônibus, Ana Paula caiu e arrebentou o joelho no chão. Viemos conversando com o motorista do ônibus, contando os melhores momentos do show. Era um 410, que passa batido pela Rua Jardim Botânico e não sobe a Lopes Quintas, rua onde morávamos. Teria que ser um 409 para subir a rua.

Mas, bem na esquina, o motorista que já tinha super ido com a nossa cara disse: 'Péra aí, você não pode subir a rua com esse joelho. Vou levar vocês lá em cima!" Virou a direita e, saindo do percurso normal da linha, nos deixou na porta de casa.

Delícia, né?

Axl Rose não tem mais voz, mas ainda rebola e mantém o jeitinho matador. Mas prefiro vê-lo pela televisão, mudando de canal quando a saudade apertar.