sábado, 13 de setembro de 2008

Frivolidades e grandes emoções

Numa semana em que as coisas se acumularam para acontecer todas juntas, garantindo grandes emoções, resolvi escrever sobre frivolidades, para a mão não pesar muito... Então, vamos lá:

Indicação de revista

Aqui em casa, nós somos fãs da Vogue RG (http://www.rgvogue.com.br/). Faz um ano que compramos quase todo mês e os motivos são vários. É uma revista com muita informação sobre as novidades ultrafashion que acontecem no mundo. Revista de perua! Mas as reportagens são ultra bem escritas, nada caretas, e assim ficamos sabendo da última moda em Paris, Londres, Nova Iorque e outros lugares um pouco distantes, mas que procuro manter sempre na mira. Pés no chão e cabeça nas nuvens, certo?

A edição deste mês (Adriane Galisteu na capa) traz perfil do dono da grife de roupas de malha super simples e super em alta nos EUA, American Apparel. Além da história do case de sucesso, a matéria conta que o empresário Dov Charney costuma trabalhar de cueca samba canção e suas peças têm certificado de produção sustentada. Ou seja, nada de usar mão de obra de criancinhas da Asia, como a Gap foi flagrada recentemente fazendo – e alegou que "não sabia"!

Tem também perfil de Natalie Klein, filha do dono das Casas Bahia, jovem discretíssima que levanta um império da moda em São Paulo, a NK Store, que se prepara receber – e vender – a grife Marc Jacobs, pela primeira vez no Brasil.

E mais: ensaio fotográfico com a diretora artística de acessórios da Chanel pelada, os seios enormes e nada turbinados; editorial de moda sobre jóias, as peças expostas em acessórios de cozinha (anéis lindíssimos em mãos cobertas por luvas de lavar louça!!!); as últimas páginas sempre têm fotos das festas mais quentes no Rio, SP e lá fora, e ainda a seção Anos Dourados, com flagras do jet set dos anos 50, 60 e 70. Neste número: Jorginho Guinle, Carmen Mayrink Veiga e Odete Lara em festas no Copa Palace, uns 40 anos atrás. Um barato!

Indicação de filme

Lemon tree, longametragem israelense que consegue ser comercial sem ser enlatado, muitíssimo bem feito e bem interpretado. Conta a história de uma mulher palestina, viúva, que mantém um limoeiro há mais de 50 anos, plantado por seu pai. Um belo dia, o ministro da defesa de Israel se muda para a propriedade vizinha e o serviço secreto decide que é preciso derrubar as árvores, pois podem esconder terroristas. Aí, começa uma epopéia ao mesmo cômica e triste, com direito a um romance no meio. Muito bacana!






***

Hoje é o dia do bat mitzva da minha filha de 13 anos. Não sou judia, mas o pai dos meus filhos é. Ninguém é muito religioso, mas ela escolheu seguir o caminho dele por "uma questão cultural" (suas própria palavras).

Na quinta-feira, houve uma espécie de batismo, pois só quem nasce de um ventre judeu pode ser considerado assim, e ela precisou se converter. Foi muito emocionante. Primeiro, na presença do rabino (Nilton Bonder), teve que aceitar uma série de preceitos como "Você tem consciência de que isto que está sendo feito agora não pode ser desfeito? Nunca poderá renegar sua fé?" e "Você sabe que os judeus foram perseguidos ao longo da história da humanidade e que volta e meia isso torna a acontecer, e que pode acontecer novamente?" Ela respondeu sim a tudo.

Depois, ficamos sozinhas eu, ela e uma ajudante da sinagoga. Ela tirou toda a roupa, ficou nua, e fazia muito tempo que eu não a via nua, ela não deixa. Vi as formas de seu corpo de mulher surgindo meio tímidas, meio desajeitadas, mas ela já é uma mulher. Então, ela entrou na piscina, chamada mikva, e havia uma luminosidade muto bonita, às 10 horas da manhã, filtrada através de tijolos de vidro translúcido. A ajudante abre uma espécie de fonte de onde jorra água colhida da chuva. E após receber a água desde a cabeça, ela mergulha três vezes, tirando os pés do chão, dizendo uma reza enquanto submersa.

Saiu da piscina e me deixou enxugá-la. A ajudante nos deixou a sós. Passei a toalha na superfície do seu corpo em transformação, o mesmo que eu banhei e enxuguei tantas vezes quando ela cabia nas palmas das minhas mãos. Muita querida filha! Que Deus a abençoe e proteja! Mil vezes!!!

Hoje tem mais emoções... Depois eu conto.

8 comentários:

Carolina disse...

Sobre a revista vou logo comprar deu vontade de cara.
Sobre os rituais e as transformações da sua pequena fiquei imaginando a força desta religião que é tão querida pra mim;. Morei a minha infância e adolescência em bairro de judeus e como consequência a religião e sua importância cedo adentrou a minha vida por caminhos de amor e amizade com aqueles com quem convivi e ainda, graças a Deus, fazem parte da minha vida.
Felicidades a sua pequena mulher!

Márcia Régis disse...

Eu também leio a Vogue RG... e sobre o batismo da nossa mocinha, que relato emocionante: abençoada é vc também minha amiga, ali junto com seu clã, como vi ontem no Bat Mitvá... deu a seus filhos um clã, o sentimento de pertencimento a uma tribo, uma linhagem, a uma família! Que Deus abençoe a mocinha mil vezes!! Urrá! bjs

Anônimo disse...

Valéria querida, a Vogue não leio, que a vida mal me deixa tempo para todos os livros, que dirá revistas. Mas o que me trouxe lágrimas e me faz romper o silêncio de amiga-leitora foi a emoção do ritual vivido por sua filha e compartilhado por você. Que os deuses de todas as religiões as abençoem e que os bons fluidos de todos os mundos, mesmo os não religiosos, estejam sempre presentes em suas escolhas. Beijo carinhoso.

Pâmela disse...

Que lindo!
Adorei a descrição do bar mitzva da sua filha. Deve ter sido mesmo emocionante!
Bom, quanto à revista, nunca li, mas vou dar uma procurada nas bancas. Adoro revistas femininas que nos deixam com a cabeça nas nuvens... Hahaha!
(Nós é que precisamos nos concentrar em manter os pés no chão, não?)
Quanto ao filme, gostei também. Vou ver se acho em alguma locadora por aqui. (O que eu duvido, já que só temos filmes hollywoodianos por esses lados de cá do país).
Ótima semana pra você!
Fiquei curiosa com os 'outros acontecimentos da semana'. Não demore muito pra voltar, eim!
Beijos!

Carolina disse...

É isso aí, amiga!
Abrindo fronteiras...

Adorei aquela de antisemita do teu ex, aliás coisa que eles tem e muito ( "os nossos" judeus) é um humor inteligente. Thank god!
bjos e boa semana

DOIDINHA DA SILVA disse...

Adorei a emoção do ritual, achei lindo...Deve ter sido muito lindo...

Tânia N. disse...

Me emocionei com a sua descrição do Mikvé...até chorei!

Adriana Calábria disse...

Ei cadê vc?
Estou saudades e curiosa pra saber dos outros acontecimentos!
Vi seu recado lá no blog. Valeu a dica! Agora já estou melhor.
Abraços!