sábado, 14 de março de 2009

A descoberta do Brasil... e a Amizade

Descobrir o Brasil a bordo de um ônibus da Itapemirim, 48 horas sem parar atravessando Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, até chegar ao Ceará. Aos 18 anos eu pensava que o Nordeste do país era igual ao Rio de Janeiro, de onde só havia saído para ir à Europa. Essa viagem mudou a minha vida. Tanto, que a repeti nos dois anos seguintes, e assim posso dizer que conheço bem o meu país: paisagens, vegetação, gente, clima – um filme passava na janela do ônibus e, do lado de dentro, eu e minhas duas amigas reformulávamos nossa adolescência a caminho de nos transformarmos em mulheres, fazer nossas escolhas, definir o nosso futuro. Quanto essas viagens influíram em nós? Muito.



Arraial da Ajuda, Bahia


Este post é dedicado às amigas que estão no Rio de Janeiro hoje, vindas de lugares muito distintos. Uma veio de Alicante, na costa da Espanha, a outra veio de Mariana, perto de Ouro Preto, Minas Gerais. E aqui estamos juntas, onde tudo começou, tantos anos, tantas histórias, e a doçura desse encontro – que levou muuuito tempo para acontecer do jeito que acontece agora – ocupa todo o espaço, vou parar por aqui, pois tenho que me dedicar a elas.





Salvador, Bahia




Jericoacoara, Ceará


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Aviso: segunda-feira A Pausa do Tempo vai mudar. É a celebração de 200 postagens e um ano no ar – completo em 6 de janeiro. O blog é capricorniano e isso é muito bom!!! Vamos ter novo visual, concurso e prêmio. Espero vocês lá!


quinta-feira, 12 de março de 2009

Acreditar

Assisti à premiere mundial de ET em Cannes, no Festival de Cinema, acompanhada de meu pai. Steven Spielberg estava presente, de smoking preto e bonezinho vermelho, e foi aplaudido de pé pela platéia lotada por mais de 5 minutos. Lembro que os seguranças do palácio do festival, de pé junto às portas de saída, limpavam as lágrimas com as costas das mãos emocionados...

Desde então, já vi e revi o filme umas 20 vezes. A NET anda reprisando e, no sábado passado, revi mais uma vez com minha filha. No primeiro vôo da bicicletinha diante da lua, comecei a chorar. Mas já vi essa cena tantas vezes... Por que esse choro?

Porque, pela primeira vez, senti que ET fala diretamente à criança que vive dentro de nós; e que, um dia, acreditou que tudo era possível.

Spielberg é um artista maravilhoso, que mantém viva a criança dentro de si. Ele acredita que tudo é possível e realiza os nossos sonhos de criança: conviver com ETs, ver dinossauros povoando novamente a Terra...

Uma parte de mim continua acreditando que tudo é possível... A maior parte, graças a Deus. Além de tudo, apesar de tudo.

E você, também acredita?

terça-feira, 10 de março de 2009

Selinhos irados

Confesso que tenho uma certa preguiça em cumprir as tarefas dos selinhos... Mas duas queridas me citaram em seus blogs e resolvi cumprir. Aí vai!



Sete coisas que me fazem sorrir - de Respirando-me:

1 Ler gibis da Turma da Mônica com meu filho

2 Ouvir I Pod dividindo o fone de ouvido com minha filha

3 A lua cheia no céu

4 Nadar no mar

5 A minha gatinha Piblu

6 Um bebê bem fofinho e risonho. Qualquer um.

7 Rezar

Oito coisas que quero fazer antes de morrer - de Percepções da Vida:

1 Ir à África do Sul com meus filhos

2 Percorrer o Sudeste da Ásia com meu Amor

3 Ir à Austrália e à India

4 Escrever muitos livros - virtuais ou físicos, tanto faz.

5 Ser lida por muita gente
6 Ir à Israel, Egito e Jordânia

7 Percorrer toda a Península Ibérica

8 Ir ao Marrocos e conhecer o deserto

segunda-feira, 9 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

Não tomarás o nome de Deus em vão

Contrariando o mandamento comum a quase todas as religiões – Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus em vão – o Criador é invocado a toda hora, nas mais estapafúrdias situações. Se Ele levar isso a sério, a estamos fritos... Como parece que já está acontecendo!

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, dizer que o médico que fez o aborto na menina de 9 anos violentada – e que corria risco de vida, caso levasse adiante a gravidez de gêmeos – cometeu crime pior do que o padrasto, autor do estupro, é pra chorar.

Em recente crônica em O Estado de S. Paulo, o escritor Marcelo Rubens Paiva comentou os anúncios estampados em ônibus urbanos circulando em Madri, Espanha, onde passou as férias, com os dizeres: Dios no existe. Foram contratados e pagos por uma associação de ateus (???). Idéia copiada, por sua vez, de grupo semelhante da Inglaterra, porém, mais cauteloso ao estampar nos ônibus londrinos: There is probably no God (Provavalmente não existe Deus).

Ao comemorarmos os 200 anos de nascimento de Charles Darwin, que ousou afirmar que o surgimento do homem na Terra se deu de forma diferente da descrita na Bíblia, cientistas britânicos criticam o “desfavor que vêm fazendo à ciência" colegas como o biólogo Richard Dawkins, autos do best seller Deus, um delírio (Cia das Letras). Porque ao fazer campanha pró-evolucionismo tem estimulado a ascenção do criacionismo - crentes ingênuos têm o seguinte raciocínio: a evolução significa ateísmo, então, não apoiamos a evolução!

Meu pai era um intelectual ateu convicto. Dois dias antes de morrer de doença terminal, me chamou e disse: "Se eu sair dessa, vamos ao santuário de Santa Teresinha, na França, agradecer..."

Diz a fábula sufi Os cegos e o elefante: “A criatura humana não está informada acerca da divindade. Para tal ciência o intelecto comum não oferece nenhum Caminho.” Quem ficar curioso, leia aqui.


quarta-feira, 4 de março de 2009

A medida da vida e do amor... Até a borda

Tomo a liberdade de reproduzir - só dessa vez, juro! - a série Começos inesquecíveis, do blog de literatura Todo Prosa, do jornalista Sérgio Rodrigues, linkado aqui. Faço-o para compartilhar com vocês o início do livro Nos penhascos de mármore (1939), do escritor alemão Ernest Jünger (CosacNaify).

"Todos conheceis a profunda melancolia que nos acerca, ao recordarmos tempos felizes. Eles são irrevogáveis, e deles somos cruelmente separados por uma distância maior que todas as distâncias juntas. Quando tornam a brilhar, as imagens do passado revelam-se ainda mais atraentes: lembramo-nos delas como do corpo da amada que morreu, que descansa nas profundezas da terra e, à semelhança de uma miragem, nos faz estremecer num esplendor mais alto e mais puro. De novo e sempre, em nossos sonhos ardentes, tateamos à sua procura, em cada pormenor e em cada ruga. Tudo se passa como se não tivéssemos enchido até a borda a medida da vida e do amor. E, no entanto, nenhum arrependimento traz de volta o que se perdeu. Ah, que este sentimento se torne uma lição a cada momento de felicidade!"

Tratemos, pois, de encher até a borda a medida da vida e do amor, a cada momento, não apenas os de felicidade, mas todos os momentos! Isso, sim, é estar vivo!




segunda-feira, 2 de março de 2009

Sexo e afeto

O Carnaval veio e foi embora, e observei a dinâmica dos relacionamentos nesses dias de folia. É a festa da carne. É a época do ano em que tudo é permitido. Essa é a graça!

Acompanhei as aventuras de amigas que, embarcando nessa onda, se abriram para a possibilidade de um relacionamento fortuito. Conseguiram, lógico. E como no Carnaval tudo é mais intenso, esses encontros também o foram. Mas no dia seguinte era uma rebordosa... Olhares compridos, ouvidos atentos esperando o telefone tocar... E nada.

Mandei-as ler o blog do Fabio Fernandes, Devaneios de um qualquer, onde ele lista as regras de comportamento para mulheres no dia seguinte: “Nunca tome a iniciativa de ligar. Se ele não te procurar, esqueça!”

Esse preâmbulo é para chegar ao seguinte: experiência já me fez compreender que esse tipo de encontro fortuito pode ser uma armadilha, porque o primeiro elo é o sexo. Caso evolua para uma relação, acabamos fazendo concessões porque o sexo é bom. Mas não é tudo. NÃO É POSSÍVEL PASSAR 24 HORAS POR DIA TRANSANDO. Infelizmente...

Vi a tristeza das minhas amigas que, na verdade, queriam ter recebido afeto, enquanto tiveram sexo. É uma confusão que todo mundo faz, eu mesma já caí nessa várias vezes.

A saída, talvez, seja tentar seguir o conselho do Padre Flynn, do filme Dúvida. Quando um dos alunos lhe diz que tem vergonha de chamar as moças para dançar nas festas, por receio de receber um ‘não’, ele aconselha: “Just don´t take it to the heart”.

É difícil para nós, mulheres, Padre Flynn!... Muito difícil...