"Não existe problema que não ofereça uma dádiva a você. Você atrai os problemas porque precisa das dádivas por eles oferecidas."
No ano passado, uma das comemorações do meu aniversário foi um jantar em casa para minhas amigas mais antigas, as Canarinhas, com as quais estudei do jardim de infância à oitava série no Colégio Canarinhos – escola particular de classe média alta no Leblon, que não existe mais.
Meu convite era original: cada uma – oito ao todo – deveria trazer um presente que coubesse em uma caixa de fósforo e um pedaço de papel onde deveria escrever sobre algo que aprendeu na vida. Num momento apropriado da festa, os presentes seriam trocados e cada uma leria a mensagem da outra.
Foi uma noite divertida e emocionante ao mesmo tempo. Primeiro, cada uma entendeu as regras à sua maneira. Houve gente que trouxe presente grande e a mensagem dentro da caixa de fósforo, e gente que preparou cópias da mensagem para distribuir às outras... Essa confusão foi motivo de muitas gargalhadas. Mas na hora da leitura dos papéizinhos, a energia mudou completamente. Muitas de nós choramos. Afinal, um aprendizado de vida é algo muito profundo e valioso.
Recebi a mensagem acima da minha amiga Andréa P. E no dia de hoje, me lembrei muito dela.
Como contei na postagem anterior, minha mãe está internada num hospital. Saiu do CTI na sexta-feira, o perigo passou. Ela tem muitos problemas de saúde e desde sempre eu cuidei dessa mãe. Desde pequena. Com o agravante que nós duas somos filhas únicas, não há irmãos, tios ou primos para ajudar. É hardcore!!!
Desde janeiro, nossa relação não andava boa. Tive que impor certos limites e ela sempre detestou e infringiu todos os limites. Por isso, vinha me maltrantando e eu estava conformada; achei que seria assim daqui por diante. Mas hoje tudo mudou. Beijinhos, carinhos, abraços, beijinho de esquimó (nariz com nariz), que a gente sempre deu uma na outra, mas que andavam esquecidos. Que gostoso! Voltei a ter mãe!
Por isso, me lembrei da postagem da Andréa. Em menos de uma semana um problema surgiu, mas outro – enorme e dolorido – foi embora, dando lugar à dádiva: a reconciliação com minha mãe. Já entendi o porque dessa doença...
sábado, 14 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Flores em você

Hoje, como faço quase toda quinta-feira, comprei flores na feira da Rua General Argolo, em S. Cristóvão, perto da empresa onde trabalho. Lírios amarelos. Voltei com eles para o escritório e, no fim do dia, fui visitar minha mãe no hospital (tivemos um susto na terça-feira à noite, mas já está tudo sob controle, graças a Deus).
No caminho da empresa até o hospital, e no hospital, essas flores amarelas mexeram com o imaginário e as emoções de todo mundo. No balcão da clínica, o atendente brincou com sua colega: "suas flores chegaram! Antes tarde do que nunca!" A moça me olhou sem graça e fez cara feia pra ele. Tentei salvar a barra: "Essas flores, eu não ganhei, não. Me dei de presente hoje". Ela sorriu aliviada.
Dentro do CTI, depositei minha bolsa e as flores na bancada dos médicos e fui ficar ao lado da minha mãe. Cada enfermeiro ou enfermeira que chegava fazia uma piada sobre as flores. Eu levantava o dedo e dizia: "são minhas!"
É Dia dos Namorados, né?
Lembrei que há dois anos, recebi três ligações no Dia dos Namorados. No ano passado, estava namorando. Este ano, estou só. Pensei, pensei... e me lembrei do meu amigo C., com quem convivo desde agosto do ano passado. Não é meu namorado, mas também não é somente amigo, só sei que... é a pessoa para quem mandei um torpedo hoje: "Feliz Dia dos Namorados!" Ele me ligou de volta todo feliz (pois sei que também não está namorando).
E me lembrei da minha amiga Vera Lúcia, que faz aniversário no mesmo dia que eu (31 de janeiro), e que terminou um casamento de mais de 30 anos aos quase 60, filhos já adultos. Tivemos uma conversa certa vez, em São Pedro da Serra, em que ela disse: "tenho medo de que nada mais aconteça". Pensei cá com meus botões: "Glup! É verdade; é se for assim?" Pouco tempo depois ela estava namorando o Jean Pierre, um francês naturalizado brasileiro que tem os cabelos brancos e bigode preto, motivo pelo qual meus filhos o apelidaram carinhosamente de Inspector Clouseau.
Duas semanas atrás, relembrei essa conversa e a Vera: "Eu disse isso? Não me lembro!..." Sim, porque fazem dois anos que ela e Clouseau estão juntos; já viajaram à Europa várias vezes, ele a apresentou à família etc.
Dedico essa postagem a todos que, hoje, não têm namorado (a) para mandar flores, mas que mantêm o coração aberto para o amor, porque "o maior ato de coragem é amar. O amor é o maior agente de transformações" (Contardo Calligaris na Marie Claire que está nas bancas).
Viva o Amor!
quarta-feira, 11 de junho de 2008
A pausa do tempo
Na empresa onde eu trabalho existe um banheiro no terceiro andar que é espaçoso e tem uma grande janela aberta para a paisagem de S. Cristóvão. Dá pra ver a cúpula do Museu de Astronomia, cercada de palmeiras imperiais, o elevado da Linha vermelha e uma série de altas e frondosas mangueiras, que enfeitam os quintais do antigo casario ainda existente na vizinhança.
Quando estou de saco cheio, ou triste, ou simplesmente preciso de uma pausa no trabalho, eu vou pra lá. Nem sempre estou com vontade de fazer xixi, mas pego um copo d´água, entro numa das cabines – a tal que tem a janela – e fico lá respirando o ar da rua e admirando a vista. Também já chorei nesse banheiro, em algumas ocasiões. É o meu refúgio.
Frequentemente, quando vou lá no meio da tarde, encontro a Caroline, que trabalha numa das editorias, lavando as mãos. Falamos um rápido "oi" e continuamos na nossa pausa. Já observei: ela molha as mãos, pega uma porção de sabão e as ensaboa durante longos minutos, vagarosamente. Não interrompo, é a sua pausa do tempo no meio da loucura do trabalho.
Quando estava na faculdade, no penúltimo ano, queria viajar para a Bahia mas não tinha dinheiro. Arranjei emprego numa loja no Shopping Rio Sul na temporada pré-Natal. Era uma pancada: 6 horas de pé (não era permitido se sentar), 15 minutos de 'break' e uma semana antes do dia 24 a jornada foi estendida até as 23h.
Lembro que quando a loja fechava as portas todo mundo saía correndo para trocar de roupa – inclusive eu – a fim de ir embora daquela prisão. Mas uma das moças, Roberta, fica sentada toda arrumada, com o olhar perdido, comendo pipocas. O pipoqueiro do andar nos doava toda sua pipoca restante do dia reunida em dois grandes sacos: um com sal e outro doce. Eu achava graça da Roberta, que não tinha pressa de fugir daquele buraco, mas hoje entendo: era a sua pausa do tempo.
Observo ao meu redor formas variadas de pausa do tempo. Minha filha, nas manhãs dos fins de semana, não contem com ela. Às vezes, não quer nem falar. Uma grande amiga, depois que todos vão deitar, fuma um baseadinho. É o relax antes de dormir. Outro amigo escala a Cachoeira dos Primatas, no Horto, quase todo dia. Chega lá em cima, toma um banho, respira o ar puro e desce.
E vocês, como fazem sua pausa no tempo? O intervalo de "regeneração" de que tanto necessitamos? Ajuda a manter a saúde...
Quando estou de saco cheio, ou triste, ou simplesmente preciso de uma pausa no trabalho, eu vou pra lá. Nem sempre estou com vontade de fazer xixi, mas pego um copo d´água, entro numa das cabines – a tal que tem a janela – e fico lá respirando o ar da rua e admirando a vista. Também já chorei nesse banheiro, em algumas ocasiões. É o meu refúgio.
Frequentemente, quando vou lá no meio da tarde, encontro a Caroline, que trabalha numa das editorias, lavando as mãos. Falamos um rápido "oi" e continuamos na nossa pausa. Já observei: ela molha as mãos, pega uma porção de sabão e as ensaboa durante longos minutos, vagarosamente. Não interrompo, é a sua pausa do tempo no meio da loucura do trabalho.
Quando estava na faculdade, no penúltimo ano, queria viajar para a Bahia mas não tinha dinheiro. Arranjei emprego numa loja no Shopping Rio Sul na temporada pré-Natal. Era uma pancada: 6 horas de pé (não era permitido se sentar), 15 minutos de 'break' e uma semana antes do dia 24 a jornada foi estendida até as 23h.
Lembro que quando a loja fechava as portas todo mundo saía correndo para trocar de roupa – inclusive eu – a fim de ir embora daquela prisão. Mas uma das moças, Roberta, fica sentada toda arrumada, com o olhar perdido, comendo pipocas. O pipoqueiro do andar nos doava toda sua pipoca restante do dia reunida em dois grandes sacos: um com sal e outro doce. Eu achava graça da Roberta, que não tinha pressa de fugir daquele buraco, mas hoje entendo: era a sua pausa do tempo.
Observo ao meu redor formas variadas de pausa do tempo. Minha filha, nas manhãs dos fins de semana, não contem com ela. Às vezes, não quer nem falar. Uma grande amiga, depois que todos vão deitar, fuma um baseadinho. É o relax antes de dormir. Outro amigo escala a Cachoeira dos Primatas, no Horto, quase todo dia. Chega lá em cima, toma um banho, respira o ar puro e desce.
E vocês, como fazem sua pausa no tempo? O intervalo de "regeneração" de que tanto necessitamos? Ajuda a manter a saúde...
domingo, 8 de junho de 2008
A natureza
Após uma semana de trabalho maçante, tudo o que esperamos do fim de semana é relaxamento e diversão. Mas e quando o fim de semana exige mais trabalho? E trabalho chato (pois também há o trabalho bom)?
Na sexta-feira à noite eu estava meio desconectada de tão cansada e exaurida. Várias tarefas sem graça me aguardavam no dia seguinte; a principal delas, para dar uma idéia: fazer compras de mês, pois a casa estava oca. Então, só para fazer algo diferente, decidi ir ao supermercado na Barra da Tijuca, apesar de ter uma Sendas bem pertinho de casa.
"Sorria, você está na Barra", diz a placa ao fim do túnel da Joatinga. Virei à direita em direção à Barrinha. 20 minutos esperando para entrar no estacionamento do supermercado Mundial. Mas foram 20 minutos olhando a Pedra da Gávea com sua exuberante floresta verdinha cobrindo a encosta. Era um lindo dia de sol. Um vento suave trazia o cheiro do mar e de churrasco. A Barra da Tijuca, nos fins de semana, cheira a churrasco.
Bateu uma saudade de quando eu morei na Barra, bem pertinho dali, na Joatinga. Meu pai se mudou para lá em 1972 e, desde então, eu passava os domingos com ele. Marcou muito a minha infãncia e a minha vida, aquele encontro semanal com a natureza.
Encontros intensos, pois no início, quando a casa ainda não tinha piscina, meu pai e eu descíamos pelas pedras até o canal da Joatinga, que era limpo, e nós mergulhávamos e comíamos os mariscos vivos que ele retirava das rochas com uma faquinha.
E havia a casa do vizinho, eternamente em construção. Meu pai dizia que o dinheiro havia acabado e a obra ficava parada por longas temporadas. Na casa do vizinho, a vista era só mar, 180 graus de mar, enquanto na do meu pai víamos a Pedra da Gávea à direita, a Barra em frente e o mar à esquerda. Apesar de ser um pouco mais triste ver só mar, eu gostava mais dessa vista, talvez porque ela nos inspira a enxergar o infinito. Nas tardes após o almoço eu costumava ir até lá sozinha para ficar sentindo o vento forte despentear meus cabelos, sacudir minha roupa, imaginando como seria bom voar até o horizonte e voltar.
E havia a chegada das tempestades e os dias chuvosos e também os dias cinzentos, com variados matizes de cinza, do cinza claro ao chumbo, tingindo a paisagem. E também os dias de sol radiante após a saída de uma frente fria, céu azul límpido, tudo reluzindo e finas cachoeiras resultantes das chuvas passadas percorrendo as encostas da Pedra da Gávea.
Na fila da caixa, cheguei à conclusão de que eu estava com falta de natureza e precisava fazer algo a respeito. Fiz. Fui hoje à praia em Grumari: vazia, sol fraquinho, mar calmo (sorte), pasteizinhos de camarão, cerveja gelada. E depois atravessei a serrinha até Barra de Guaratiba, comi bobó de camarão com quindim de sobremesa. Voltei de carro pela praia quando o céu já estava escuro, janelas abertas, ouvindo o barulho das ondas.
A saudade passou, tô curada. E vocês, como passaram o fim de semana?
Na sexta-feira à noite eu estava meio desconectada de tão cansada e exaurida. Várias tarefas sem graça me aguardavam no dia seguinte; a principal delas, para dar uma idéia: fazer compras de mês, pois a casa estava oca. Então, só para fazer algo diferente, decidi ir ao supermercado na Barra da Tijuca, apesar de ter uma Sendas bem pertinho de casa.
"Sorria, você está na Barra", diz a placa ao fim do túnel da Joatinga. Virei à direita em direção à Barrinha. 20 minutos esperando para entrar no estacionamento do supermercado Mundial. Mas foram 20 minutos olhando a Pedra da Gávea com sua exuberante floresta verdinha cobrindo a encosta. Era um lindo dia de sol. Um vento suave trazia o cheiro do mar e de churrasco. A Barra da Tijuca, nos fins de semana, cheira a churrasco.
Bateu uma saudade de quando eu morei na Barra, bem pertinho dali, na Joatinga. Meu pai se mudou para lá em 1972 e, desde então, eu passava os domingos com ele. Marcou muito a minha infãncia e a minha vida, aquele encontro semanal com a natureza.
Encontros intensos, pois no início, quando a casa ainda não tinha piscina, meu pai e eu descíamos pelas pedras até o canal da Joatinga, que era limpo, e nós mergulhávamos e comíamos os mariscos vivos que ele retirava das rochas com uma faquinha.
E havia a casa do vizinho, eternamente em construção. Meu pai dizia que o dinheiro havia acabado e a obra ficava parada por longas temporadas. Na casa do vizinho, a vista era só mar, 180 graus de mar, enquanto na do meu pai víamos a Pedra da Gávea à direita, a Barra em frente e o mar à esquerda. Apesar de ser um pouco mais triste ver só mar, eu gostava mais dessa vista, talvez porque ela nos inspira a enxergar o infinito. Nas tardes após o almoço eu costumava ir até lá sozinha para ficar sentindo o vento forte despentear meus cabelos, sacudir minha roupa, imaginando como seria bom voar até o horizonte e voltar.
E havia a chegada das tempestades e os dias chuvosos e também os dias cinzentos, com variados matizes de cinza, do cinza claro ao chumbo, tingindo a paisagem. E também os dias de sol radiante após a saída de uma frente fria, céu azul límpido, tudo reluzindo e finas cachoeiras resultantes das chuvas passadas percorrendo as encostas da Pedra da Gávea.
Na fila da caixa, cheguei à conclusão de que eu estava com falta de natureza e precisava fazer algo a respeito. Fiz. Fui hoje à praia em Grumari: vazia, sol fraquinho, mar calmo (sorte), pasteizinhos de camarão, cerveja gelada. E depois atravessei a serrinha até Barra de Guaratiba, comi bobó de camarão com quindim de sobremesa. Voltei de carro pela praia quando o céu já estava escuro, janelas abertas, ouvindo o barulho das ondas.
A saudade passou, tô curada. E vocês, como passaram o fim de semana?
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Indy
Indy continua um charme, uma presença, um homão, apesar da cara amassada. Seu chapéu, para quem não sabe, é fornecido desde o filme I por uma fábrica de Campinas, interior de São Paulo (alô, alô, Marcinha!!!), a Chapéus Cury, a favorita de Chitãozinho e Chororó. Quem não acredita, veja no site: http://www.chapeuscury.com.br/
Indy dessa vez está acompanhado do filho, o jovem ator descoberto por Spielberg, Shia Labeouf (nome de origem judaica), que eu eu meus filhos já conhecíamos de Transformers e Paranóia (Disturbia), dois bons filmes para se assistir em DVD mesmo que vc não seja mais criança ou adolescente – mas tenha a alma de um.

O rapaz é uma graça e tem um baita potencial dramático; basta reparar numa cena em que está na cela onde o tio ficou preso e seu rosto aparece na penumbra, chorando. Não sei se estou maluca, mas vi tanta dor no rosto dele que destoou do filme, que, afinal, é Indiana Jones. É uma fração de segundo e logo tudo volta ao normal. Mas dá vontade de assistir Shia interpretanto um bom drama.
Indy também reencontra Marion, a mocinha do primeiro filme. É a atriz Karen Allen, que está com 56 anos. Cara amassada também, mas o sorriso é o mesmo. Na vida real, hoje, ela tem uma escola de tricô. Na pré-estréia do filme nos EUA as alunas de tricô foram todas juntas, ovacionar sua mestra.
Melhor diálogo do filme: no meio de uma discussão por ciúmes, ela atira na cara dele: "vc não pode falar nada, quantas mulheres teve depois de mim?" Ele responde: "Muitas, mas todas tinham o mesmo problema". "Qual?" "Não eram você, baby".
A trama de Indiana Jones e o reino da caveira de cristal é rocambolesca, mas faz sentido dentro do que se propõe. Spielberg é daqueles nerds que ficam horas pesquisando e estudando enigmas da história tipo Atlântida, ETs e... a caveira de cristal. Ele é um mistíco, sem dúvida, e começou a carreira fazendo filmes de terror.
O filme é uma delícia e até mais maduro – como seu protagonista – em comparação com os anteriores. Ou será que estou maluca??? Vcs viram? O que acharam??? Eu adorei!...
Indy dessa vez está acompanhado do filho, o jovem ator descoberto por Spielberg, Shia Labeouf (nome de origem judaica), que eu eu meus filhos já conhecíamos de Transformers e Paranóia (Disturbia), dois bons filmes para se assistir em DVD mesmo que vc não seja mais criança ou adolescente – mas tenha a alma de um.

O rapaz é uma graça e tem um baita potencial dramático; basta reparar numa cena em que está na cela onde o tio ficou preso e seu rosto aparece na penumbra, chorando. Não sei se estou maluca, mas vi tanta dor no rosto dele que destoou do filme, que, afinal, é Indiana Jones. É uma fração de segundo e logo tudo volta ao normal. Mas dá vontade de assistir Shia interpretanto um bom drama.
Indy também reencontra Marion, a mocinha do primeiro filme. É a atriz Karen Allen, que está com 56 anos. Cara amassada também, mas o sorriso é o mesmo. Na vida real, hoje, ela tem uma escola de tricô. Na pré-estréia do filme nos EUA as alunas de tricô foram todas juntas, ovacionar sua mestra.
Melhor diálogo do filme: no meio de uma discussão por ciúmes, ela atira na cara dele: "vc não pode falar nada, quantas mulheres teve depois de mim?" Ele responde: "Muitas, mas todas tinham o mesmo problema". "Qual?" "Não eram você, baby".
A trama de Indiana Jones e o reino da caveira de cristal é rocambolesca, mas faz sentido dentro do que se propõe. Spielberg é daqueles nerds que ficam horas pesquisando e estudando enigmas da história tipo Atlântida, ETs e... a caveira de cristal. Ele é um mistíco, sem dúvida, e começou a carreira fazendo filmes de terror.
O filme é uma delícia e até mais maduro – como seu protagonista – em comparação com os anteriores. Ou será que estou maluca??? Vcs viram? O que acharam??? Eu adorei!...
quarta-feira, 4 de junho de 2008
um novo amor ajuda a curar a dor de um amor que acabou?
A postagem Como são os homens teve desdobramentos, comentários in e off blog. Para começar o que é Amor? A resposta é totalmente subjetiva, ainda mais porque todos sabemos que o amor existe mas nenhum cientista é capaz de provar sua existência.
Então, enquanto alguns, ao fim de um amor, se recolhem em isolamento para viver o luto, limpar a área, como diz uma amiga, outros procuram logo outro amor e embarcam em uma nova aventura ao longo da qual acreditam – e quem pode dizer que não – que irão esquecer o amor antigo. Que tipo é você? Ou será que existem variações e podemos agir dessa ou daquela maneira em diferentes situações e épocas da vida?
Eu sempre fui do tipo que vive o luto e nas poucas vezes em que fui levada a agir mais rápído, antes de limpar completamente a área, me dei mal. Quer dizer, toda experiência é válida, mas foram relações tumultuadas e sofridas, cheias de altos e baixos, muito por causa das "interferências" que o que restou do amor antigo causaram. Igual interferência de TV mesmo, como quando acontece de um canal provocar "fantasmas" no outro. A metáfora serve perfeitamente.
Mas em gente que muda de canal rapidamente (aproveitando a metáfora) e se um dia estão vivendo uma história, no outro o enredo é outro, e assim vão tocando a vida. (O carinha que estava se declarando a minha amiga enquanto terminava a relação de dois anos com uma namorada, a propósito, sumiu.)
Em agosto de 2007, vivi uma experiência muito emocionante, digamos assim, ao fim de um ano de namoro. Eu e ele estávamos separados havia pouco tempo após longos anos casados com outras pessoas. Por esse e por outros motivos, a relação foi um tanto quanto desgastante e terminou no osso, por que não dizer, muito por insistência de nós dois, preocupados em administrar um novo "fracasso".
Tudo isso para contar que um mês após o fim do namoro, esse camarada estava circulando com outra de mãos dadas, e com um agravante: somos vizinhos e moramos na mesma rua. Ui! doeu!... Com minha auto-estima abalada, concluí: "não fui importante". Com o tempo, revendo o filme, cheguei à conclusão de que fui importante, sim, o jeito dele lidar com as perdas é que é diferente do meu. Uma amiga em comum endossou: "Valerinha, repare na série histórica!..." Hahaha! É verdade, o que sei desse homem é que nunca ficou só, sempre pulando de um relacionamento para outro. Eu devia ter atentado para a bendita série histórica...
Mas por que toda mulher, quando se apaixona, pensa: Comigo será diferente? Bem, isso é assunto para outro post...
Então, enquanto alguns, ao fim de um amor, se recolhem em isolamento para viver o luto, limpar a área, como diz uma amiga, outros procuram logo outro amor e embarcam em uma nova aventura ao longo da qual acreditam – e quem pode dizer que não – que irão esquecer o amor antigo. Que tipo é você? Ou será que existem variações e podemos agir dessa ou daquela maneira em diferentes situações e épocas da vida?
Eu sempre fui do tipo que vive o luto e nas poucas vezes em que fui levada a agir mais rápído, antes de limpar completamente a área, me dei mal. Quer dizer, toda experiência é válida, mas foram relações tumultuadas e sofridas, cheias de altos e baixos, muito por causa das "interferências" que o que restou do amor antigo causaram. Igual interferência de TV mesmo, como quando acontece de um canal provocar "fantasmas" no outro. A metáfora serve perfeitamente.
Mas em gente que muda de canal rapidamente (aproveitando a metáfora) e se um dia estão vivendo uma história, no outro o enredo é outro, e assim vão tocando a vida. (O carinha que estava se declarando a minha amiga enquanto terminava a relação de dois anos com uma namorada, a propósito, sumiu.)
Em agosto de 2007, vivi uma experiência muito emocionante, digamos assim, ao fim de um ano de namoro. Eu e ele estávamos separados havia pouco tempo após longos anos casados com outras pessoas. Por esse e por outros motivos, a relação foi um tanto quanto desgastante e terminou no osso, por que não dizer, muito por insistência de nós dois, preocupados em administrar um novo "fracasso".
Tudo isso para contar que um mês após o fim do namoro, esse camarada estava circulando com outra de mãos dadas, e com um agravante: somos vizinhos e moramos na mesma rua. Ui! doeu!... Com minha auto-estima abalada, concluí: "não fui importante". Com o tempo, revendo o filme, cheguei à conclusão de que fui importante, sim, o jeito dele lidar com as perdas é que é diferente do meu. Uma amiga em comum endossou: "Valerinha, repare na série histórica!..." Hahaha! É verdade, o que sei desse homem é que nunca ficou só, sempre pulando de um relacionamento para outro. Eu devia ter atentado para a bendita série histórica...
Mas por que toda mulher, quando se apaixona, pensa: Comigo será diferente? Bem, isso é assunto para outro post...
domingo, 1 de junho de 2008
O luxo é insustentável
Nessa viagem a SP, fiquei hospedada em um hotel 5 estrelas por conta do Projeto Sempre um Papo. Ótimo, pois normalmente em viagens de trabalho os hotéis são 3 estrelas.
Adentrei a suíte do dito cujo e me deparei com uma cama maravilhosa, gigantesca, onde três dormiriam folgados. Mas eu era apenas uma. Seis travesseiros. Como só preciso de dois, retirei cuidadosamente os outros quatro e os coloquei arrumadinhos sobre uma das poltronas do quarto. Fiquei pensando se, apesar do meu cuidado, iria tudo para a lavanderia após minha partida.
No banheiro, um kit de produtos Granado: shampoo, condicionador, creme hidratante, sabonete de glicerina. Pelo menos umas seis toalhas à disposição, todas amarradas com ramos de palha e um cartãozinho: "Preparado para você". Dá vontade de desamarrar todas, mas peguei apenas uma. Afinal, eu ia passar apenas uma noite naquele hotel.
Atrás da porta, um roupão. Lembrei de uma pessoa que conheci, que dizia que um hotel só é bom se oferecer roupão. Mas como tinha que tomar banho meio correndo, deixei o artigo lá onde estava.
Após o Sempre um Papo, Lya estava cansada e não queria sair para jantar. Levei-a até seu quarto, me despedi, peguei o elevador e fui comer num japonês bem bacaninha que há na rua do hotel. Pois não consigo dormir de barriga vazia. De volta ao quarto, encontro um prato de frutas já descascadas e cortadas sobre a mesa. Que pena, pois eu estava cheia de sashimis e shimejis, e não podia comer mais nada. Pensei em guardar na geladeira, mas não cabia, então, pensei que comeria no dia seguinte, antes do café. Mas no dia seguinte, as frutas já não estavam frescas, um leve gosto de azedo, e deixei pra lá. Foi tudo para o lixo.
Nessa minha breve estadia, refleti sobre o fato de que o luxo não é sustentável. Um dos maiores sonhos do ser humano é ser rico. E quanto mais rica uma pessoa se torna, mais exigente em termos de consumo ela é. Basta folhear as diversas revistas voltadas para Luxo que pipocam por aí. Lá na Record, recebemos várias. Suas páginas trazem: o novo IPod de ouro, o pen drive de diamantes... Domingo passado, a Revista de Domingo do JB trazia uma entrevista com um business man da griffe Louis Vutton, em viagem ao Brasil, e ele repetia que a LV é capaz de criar produtos "perfeitos" para agradar o consumidor mais exigente, ou seja, o mais rico!
Enfim... Nada contra a riqueza, pelo contrário, também quero ser rica! Mas espero manter sempre a consciência de que tudo que consumimos tem um custo para a natureza e, consequentemente, para as nossas vidas.
Adentrei a suíte do dito cujo e me deparei com uma cama maravilhosa, gigantesca, onde três dormiriam folgados. Mas eu era apenas uma. Seis travesseiros. Como só preciso de dois, retirei cuidadosamente os outros quatro e os coloquei arrumadinhos sobre uma das poltronas do quarto. Fiquei pensando se, apesar do meu cuidado, iria tudo para a lavanderia após minha partida.
No banheiro, um kit de produtos Granado: shampoo, condicionador, creme hidratante, sabonete de glicerina. Pelo menos umas seis toalhas à disposição, todas amarradas com ramos de palha e um cartãozinho: "Preparado para você". Dá vontade de desamarrar todas, mas peguei apenas uma. Afinal, eu ia passar apenas uma noite naquele hotel.
Atrás da porta, um roupão. Lembrei de uma pessoa que conheci, que dizia que um hotel só é bom se oferecer roupão. Mas como tinha que tomar banho meio correndo, deixei o artigo lá onde estava.
Após o Sempre um Papo, Lya estava cansada e não queria sair para jantar. Levei-a até seu quarto, me despedi, peguei o elevador e fui comer num japonês bem bacaninha que há na rua do hotel. Pois não consigo dormir de barriga vazia. De volta ao quarto, encontro um prato de frutas já descascadas e cortadas sobre a mesa. Que pena, pois eu estava cheia de sashimis e shimejis, e não podia comer mais nada. Pensei em guardar na geladeira, mas não cabia, então, pensei que comeria no dia seguinte, antes do café. Mas no dia seguinte, as frutas já não estavam frescas, um leve gosto de azedo, e deixei pra lá. Foi tudo para o lixo.
Nessa minha breve estadia, refleti sobre o fato de que o luxo não é sustentável. Um dos maiores sonhos do ser humano é ser rico. E quanto mais rica uma pessoa se torna, mais exigente em termos de consumo ela é. Basta folhear as diversas revistas voltadas para Luxo que pipocam por aí. Lá na Record, recebemos várias. Suas páginas trazem: o novo IPod de ouro, o pen drive de diamantes... Domingo passado, a Revista de Domingo do JB trazia uma entrevista com um business man da griffe Louis Vutton, em viagem ao Brasil, e ele repetia que a LV é capaz de criar produtos "perfeitos" para agradar o consumidor mais exigente, ou seja, o mais rico!
Enfim... Nada contra a riqueza, pelo contrário, também quero ser rica! Mas espero manter sempre a consciência de que tudo que consumimos tem um custo para a natureza e, consequentemente, para as nossas vidas.
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