quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O jovem Benjamin Moser

O jovem Benjamin Moser é uma graça. Encantador. Fala com tanto amor e propriedade sobre Clarice Lispector que é como se ela fosse sua parente. Como se estivesse viva. É isso: Clarice reviveu segunda-feira, no palco do Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura no Conjunto Nacional (SP), através da voz e das histórias narradas por seu biógrafo, um rapaz de 33 anos, alto, louro, lindo (gay), que fala português tão bem quanto quanto inglês.





Moser é norte-americano nascido em Houston e formado em História. Conheceu a obra de Clarice por acaso, na universidade, quando escolheu estudar português após fracassar no aprendizado de mandarim (chinês).

- Não havia vagas em outros cursos de idiomas, então, eu fiquei com o português.

No meio do curso, o professor sugeriu a leitura de alguns escritores brasileiros: Jorge Amado, José Lins do Rego... e Clarice Lispector.

- Li A hora da estrela e fiquei impactado. O que me pegou - e o que me toca até hoje - é o desejo de saber mais, de ir além do que os olhos vêem. Isso não é para todos, nós não podemos passar muito tempo pensando em Deus e no que está além da realidade. Clarice pagou um preço alto por ser assim.

Segundo Moser, Clarice ainda carregava o peso de uma infância passada na miséria, em uma aldeia no interior da Ucrânia. Era comum, naquela época, os soldados russos invadirem as aldeias de judeus e estuprarem as mulheres. Num desses ataques, a mãe de Clarice foi violentada e contraiu sífilis.

Acontece que não havia tratamento para a doença. Havia, sim, a crença em que uma mulher com alguma doença venérea, ao ficar grávida, seria automaticamente curada. Clarice foi concebida com esse fim e é lógico que a mãe não se curou.

- Quando criança, ela rezava pedindo que um milagre salvasse a mãe, o que nunca aconteceu. Talvez por isso tenha escrito "Escrevo como que para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha."

Quem quiser conhecer Benjamin Moser pessoalmente pode ir à Livraria da Travessa Ipanema nesta quinta-feira, dia 26/11, a partir das 19h30. O homem passou os últimos 5 anos lendo, estudando, viajando e realizando entrevistas (mais de 100) para compor Clarice (CosacNaify, R$ 79,00) Vale!



14 comentários:

Carolina disse...

Nessas horas queria estar aí, pra aproveitar e conhecer esta figura.

Valeu a dica!

bjos meus

Gerana Damulakis disse...

Maravilha! Gostei de saber que ele ficou impactado com a leitura que fez do livro de Clarice. E o impacto é tudo: um negócio danado de bom.
Atualmente estou impactada com a literatura de Juan José Millás. A literatura é inesgotável, sempre haverá aquele texto que causará impacto.

Babi Mello disse...

Valéria interessante a história dele, às vezes a vida nos prega peças, posso dizer pelo sua discrição da história que ele caiu de para-quedas e se encantou com o que viu, com o português e com Clarisse se tivesse feito mandarim será que teria realizado tanto? Talvez não, Deus sabe realmente o que faz.
bj!

Mônica disse...

A mamae está dizendo que quando moravamos no Rio na rua General Ribeiro da Costa no Leme. A Clarice era nossa vizinha.
Um determinado dia o carro dela deu um defeito e meu pai ajudou consertando e tirando o carro dela da garagem.
A mamae tem história para quase tudo. Também com 78 anos.
Com carinho Monica

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Valéria,
É uma história interessante e uma lição. Mostra que, embora não seguindo o caminho que se pretende, pode-se encontrar a realização em outro.
Beijo.

~*Rebeca*~ disse...

Queridos amigos,



Já que estamos concorrendo a esse prêmio, gostaríamos muito da sua participação votando na gente. Sempre é um prazer fazer parte de qualquer tipo de interação onde o prêmio é o reconhecimento daquilo que fazemos com amor.



Pra votar:



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O lugar é Pernambuco!

Drika disse...

Estou curiosa por conhecer esse livro, amo Clarice!
Valéria, participei do programa Contraponto sobre Leitura, produzido pela TV PUC. Nessa sexta, dia 27 será exibido as 16:30 e no domingo dia 29, as 14:30. Passa no canal 11 da Net. Se puder, dê uma conferida. O programa é curtinho mas acho que ficou simpático. Não vi editado, eles sempre cortam um pouco. Vamos ver. Bjo

Mônica disse...

A mamae gostou muito de saber sobre Clarice. Quem sabe um dia ela vai aí para te conhecer?
Com carinho Monica

Neide disse...

Doce Valéria,

Adorei o jeito que vc descreveu o jovem Moser!!
Clarice realmente é impactante.O fracasso com o mandarim o fêz descobrir o nosso idioma que é tão rico e surpreendente. Por isso que gosto de pensar numa frase que li há tempos atrás: quando te fecharem a porta não gaste energia com o confronto, procure as janelas.....
Bjus...

Meu e-mail e:neideklein@hotmail.com

Unknown disse...

Ainda bem que existem pessoas como Benjamin.... BJU

Paloma Flores disse...

Amo Clarice. Fiquei curiosa para saber mais desse homem, agora.

(Vale um comentário? Por que todo 'lindo' é seguido de 'gay'? Hehehehehehe!)

Beijos e boa semana!

Rounds disse...

oi,

quando eu estiver no rio, prometo seguir as suas dicas.

bj

Moda Trash disse...

hahahah! Você não perde uma, hein Valéria??? Este "gay" na frase acabou com as expectativas de todo mundo. Bem q fiquei desconfiada qndo ele foi entrevistado no Manhattan Connection.
Aiaiaiai, a vida não é fácil para nibguém mesmo.
bjkasssssss

Unknown disse...

Se o Benjamim ficou impactado com a leitura da Clarice, eu estou impacto com a leitura do seu livro. Incrível. Parabens ao Benjamim