segunda-feira, 13 de abril de 2009

A vida que você pode salvar

Você doa dinheiro a alguma instituição ou agência de ajuda humanitária todos os meses? Isso é tão importante quanto pagar a conta de luz ou telefone? Para o filósofo australiano Peter Singer, professor da Universidade de Princeton (EUA), se isso não faz parte da sua rotina mensal de contas, você está errado.

O cientista faz uma lista de motivos para justificar tal julgamento em seu novo e polêmico livro The life you can save, ainda sem tradução no Brasil (resenha publicada na Folha de S. Paulo, 22-3-2009). Para ele, não adianta ajudar o filho da empregada, fazer uma limpa no armário e doar à igreja da esquina. Tem que investir uma quantia de dinheiro todos os meses no combate à fome, à desnutrição, à morte por doenças oriundas da insalubridade nos países em desenvolvimento. Porque todos os anos, 18 milhões de pessoas morrem ao redor do mundo vítimas desses males.

Singer faz comparações desconcertantes. Por exemplo, um quadro adquirido pelo Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque) em 2004, por U$ 45 milhões, pagaria operações de catarata para 900 mil pessoas. E mais: “Se o museu estivesse em chamas, o que seria mais correto: salvar o quadro ou uma criança?

Aqui em casa, doamos todos os meses uma pequena quantia à ABBR. Antes, fui colaboradora da Associação São Martinho, que reintegra meninos de rua à sociedade – minha monografia de final de curso na faculdade de Comunicação Social foi sobre a instituição.

Mas confesso que em alguns períodos, deixei de contribuir por estar dura, apesar de saber que aqueles R$ 30 ou R$ 40 acabavam saindo de qualquer jeito, na forma de um chope com os amigos ou da bijuteria que vi no camelô, não resisti e comprei.

De modo que hoje, quando me sinto tentada a poupar os caraminguás destinados à ABBR, deixo pra lá essa idéia e faço logo minha modesta contribuição.



9 comentários:

Pâmela disse...

Poxa, que legal!
Gostei muito da ideia!
Vou procurar alguém pra ajudar também. Sabe que nunca tinha pensado nisso?
Antes eu até participava daquela comunidade no Orkut 'Multirão Virtual', e doava os 10 reais pra alguma instituição todo mês. Mas acabei saindo ou a comunidade fechou, não me lembro.
Mas a ideia é realmente genial! Se todos que têm condições fizessem isso, provavelmente o mundo seria um lugar bem melhor...
Beijos!
Boa semana! =D

Pâmela disse...

Hahahaha! Sim, já vi mesmo muitas vezes e ADORO o figurino.
Atirar o celular na fonte? Mas na glóóória que não! Um celular caro daqueles? Hahahaha!
Mas essas são aquelas cenas clássicas que 'a gente só vê em filme mesmo', né?
Beijos!

Mônica disse...

Certa vez um padre missionário foi participar de uma semana santa em minha cidade pequenina Santo Antônio do Amparo e nos disse em sua homilia que saissemos pela periferia da cidade para percebermos que havia gente passando fome.
Fiquei indignada. Não acreditei porque havia creches em todos os pontos da cidade, havia o plantio e a panha do café. E havia muitas pessoas caridosas que doavam cestas básicas no Natal.
Mas fui verificar.
E voces não acreditam que era verdade.
Havia gente desempregada, doente e passando necessidade.
Ajudei do jeito que podia.
Hoje a situação deve estar ainda pior. Porque não existe mais grandes fazendeiros e a classe media está pobre e a pobreza está cada vez pior.
Mas não devemos deixar de olhar para o povo que está perto de nós.
Lá sabemos que o dinheiro chega.
Com carinho Monica

Laís disse...

Eu só discordo de uma coisa: acho que doar roupas usadas e coisas que você não usa mais é tão ou mais válido do que doar dinheiro. Ok, muitos precisam mesmo de dinheiro, mas as coisas que você tem também podem servir para para alguém que precisa delas muito mais do que você. Gostei da comparação que o autor faz entre os valores gastos num quadro e as pessoas que poderiam se beneficiar dele, muito verdadeiro; é preciso que as pessoas aprendam a consumir conscientemente. Beijos!

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Valéria,
Essa consciência é realmente muito importante. Há muitas obras sociais sérias, que socorrem os mais necessitados, e que precisam da colaboração mensal de um grupo de pessoas para que possam realizar seu trabalho.
Na minha cidade colaboro com uma que garante uma refeição por dia para aqueles que estão desempregados, ou que não têm condições para comprar alimentos. Essa mesma instituição resolve os problemas de quem não tem documentação e dá cusrsos para inserir os desassistidos no mercado de trabalho, como curso de cabeleireiro, costura etc.
Se todos fizerem um pouco, muitos problemas poderão ser resolvidos.
Beijos

Babi Mello disse...

Issas atitude são grandes gestos, mas acredito que cada um contribue do jeito que pode e do seu jeito. Com roupas, alimentos, mas acredito sinceramente que cada um fazendo a sua parte e da maneira que pode, podemos sim contribuir para a diminuição dessa pobreza e para aqueles que além dessas ações possam contribuir com quantias em dinheiro faça também.
Bj!

Ana Carolina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Carolina disse...

Tb concordo com a Iais: contribuir com roupas e doações de alimentos é tão importante quanto. Se nao fosse, não pediriam. MAs entendo muito bem a coisa do ajudar financeiramente. É isso ai, esse dinheiro todo mundo fica chorando, mas não chora na hora de dar 100 reais num sapato.
Eu ajudava com dinheiro vez ou outra algumas instituições de apoio a crianças, idosos e a animais abandonados, mas esse post me fez refletir e repensar meus investimentos. Vou voltar a ajuda-los.

Afinal, chega a ser um pecado lamentarmos não termos dinheiro pra comprar a roupa da moda ao invés de pensar que poderiamos estar ajudando alguem. Vou agir JÁ!!!

Beijos!

Unknown disse...

Concordo plenamente com a doação, e fiquei muito feliz de saber que o Peter Singer faz doações.Faço doações mensalmente,para a Associação dos portadores de câncer, e não me preocupo, porque sei que é uma instituição idónea.
Acho o exemplo de Singer Genial também.
Abraços