sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uma palavra para...

Estou lendo Comer, rezar, amar (Ed. Objetiva), que ganhei de presente de aniversário da Denise, do Papo Calcinha. É um blockbuster norte-americano muito bonitinho sobre uma mulher que se separa, embarca em outro relacionamento logo em seguida e se parte em pedaços. Assim, recolhendo os cacos, parte para viagem de um ano ao redor do mundo, até encontrar-se inteira.

Apesar do cunho de auto-ajuda, a obra é essencialmente um livro de viagens. Itália, Índia e Bali - ganhamos muitas informações e uma imagem vívida desses lugares após cada leitura.

Em dado momento, um amigo italiano de Elizabeth explica que toda cidade tem uma única palavra que a define, e que identifica a maioria das pessoas que mora ali. "E qual é a palavra de Roma?", ela pergunta. “Sexo”, é a resposta. Como assim? Não se trata de um estereótipo? O nativo garante: “Não. Todo mundo, o dia inteiro, só pensa em sexo.”

Deve ser por isso que os italianos gostam tanto do Brasil, hehehe...

Seguindo os passos da autora, levei a brincadeira adiante, buscando uma palavra para as diversas áreas da vida.

O Rio de Janeiro? Poderia ser SEXO, mas também pode ser PRAIA.
O Brasil? INFANTIL
A minha família – eu e meus dois filhos? AMOR
O meu momento de vida? CRESCIMENTO
A minha essência? ALEGRIA
O que espero da vida? ABUNDÂNCIA (uau!)

E vocês? Qual palavra define o seu momento de vida? A sua essência? As respostas podem ser surpreendentes... para nós mesmos.




quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A boca e o pacote

Conversa de fim de noite, em mesa de bar, no Carnaval. Amiga pra lá de Marrakesh começa:

- Agora eu queria uma boca pra beijar. Mas queria uma boca sozinha, voando no espaço, separada do resto.

Nos entreolhamos.

- Como assim???

- É que quando beijamos uma boca, junto vem um pacote. E hoje eu não quero isso. Queria só a boca me beijando solta no ar.

Hahahahaha... Todos rimos. Mas um dos presentes à mesa está refletindo, parece que a declaração de nossa amiga encontrou eco dentro dele. Lá pelas tantas, entre sério e cabisbaixo, diz:

- Pois é... Um pacotão!...

Teve gente que quase caiu da cadeira de tanto rir.

Fui para casa repassando o diálogo, tudo muito engraçado: a situação, o contexto, os interlocutores, o timing das falas...

Mas me peguei refletindo, também, sobre todos os homens que me quiseram ao longo da vida, apesar do meu pacote. Um pacotão!... (que bom, me orgulho dele, a maior parte, pelo menos).

Em seguida, resolvi agradecer a cada um desses homens por terem compartilhado comigo um tempo de suas vidas – anos, meses ou horas, não importa. Repassei seus rostos e fui dizendo obrigada... Porque um ser humano é um universo, né?

Me senti muito bem fazendo isso.




segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Oscar na era de Obama

O Oscar na era de Barack Obama, por coincidência ou não, é globalizado e dá vez às minorias.

Primeiro, Penélope Cruz, vencedora da categoria Melhor Atriz Coadjuvante, dedicou a estatueta a "todos os povos de língua espanhola". Depois, o jovem roteirista de Milk, vencedor de Roteiro Adaptado, declarou-se gay ao mundo e fez uma prece para que o preconceito seja banido etc, etc etc. Depois, nas categorias Partitura Original e Canção, o palco foi invadido por dançarinos morenos que tocavam tambores e dançavam à moda indiana. O filme Quem quer ser milionário levou as duas estatuetas e muitas outras, foi o grande vencedor da noite.

Fiquei triste porque o meu querido Mickey Rourke não ganhou Melhor Ator, Sean Penn levou...


Mas o melhor mesmo foi o novo mestre de cerimônias, o bonitaço Hugh Jackman/Wolverine, que cantou e dançou revelando novas facetas ao público. Foi aplaudido de pé...

Uma delícia poder ver o Oscar até o fim, em meio de Carnaval, sabendo que não teria que acordar cedo no dia seguinte!

***

Os melhores adereços do Carnaval até agora:

  1. Chapéu-camisinha - feito de látex, pontudo, e a barra enrolada, hilário!!!

  2. Nariz de palhaço que pisca - não precisa dizer mais nada

  3. Máscara do Obama - divertida!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Gostar de Carnaval é gostar de gente

Eu gosto de gente. Seus rostos, histórias... Principalmente as histórias.

Diz o escritor judeu Isaac Bashevis Singer: “Deus inventou o homem porque gosta de histórias”. Concordo com ele.

Duas semanas atrás, levei amiga ao bloco Imprensa que eu gamo, dos jornalistas cariocas. E ela, no meio da muvuca, com cara de nojo: “jura que você gosta disso?...” Sim, gosto. Apertamento, suor, empurra-empura... Isso é Carnaval.

Em 2008, no Rancho Flor do Sereno, em Copacabana – baile onde tocam os melhores músicos cariocas – eu me senti sendo parida pela multidão. Era espremida a ponto de os pés saírem do chão, depois alargava e eu voltava a respirar. Antes de o bebê nascer, a sensação deve ser essa.

Mas o Carnaval também tem seu lado triste. Faz alguns anos, em mostra no Centro Cultural Banco do Brasil, o cineasta Karim Aïnouz conseguiu captar e expressava essa tristeza de um modo muito bonito e interessante.

Atravessávamos uma cortina de fios de brilhantes para adentrar um ambiente em penumbra. O chão macio e escuro salpicado de purpurina. Duas telas mostravam: uma, a imagem de um casal no meio da folia beijando-se apaixonadamente, desesperadamente, sofregamente; outra, um bêbado cambaleando pelas ruas sujas de confete e serpentina.

Ao deixar a sala, a sensação era de um certo amargor e fim de festa, exatamente como nos sentimos na Quarta-feira de Cinzas, quando acaba o gozo daqueles quatro dias sem lei, em que as regras da cidade e da vida da gente vão pelos ares.

Neste Carnaval não estou animada como nos outros anos, por uma série de motivos muito reais. A saúde da Miss Martha, por exemplo. Mas vou para o Carnaval assim mesmo.

Afinal, eu gosto de gente.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Imagens da festa

A famosa capa vermelha...




Chapeuzinho, Minnie (sem as orelhas), a enfermeira e Cleópatra!








Encontro de flamenguistas

















Uhúúú!!!


Eu e a noiva fotógrafa


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A respiração de Mr. Rourke

Soam os primeiros acordes da guitara de Slash em Sweet Child O´ Mine, do Guns N´ Roses, abrem-se as cortinas e surge Mickey Rourke sorridente, cabeleira loura... Lindo!

Sim, apesar do rosto destruído, a pele macerada pelo álcool e drogas, a semelhança assustadora com O Coisa do Quarteto Fantástico, digo com toda firmeza: lindo!

O homem está espetacular no filme O lutador, que estreou sexta-feira. Levou o Globo de Ouro para casa e desde já é o meu favorito para o Oscar de Melhor Ator.

Eu queria muito ver esse filme pois desde a primeira vez em que vi Rourke no filme O ano do Dragão (1985), gamei. Lembro que fiquei me perguntando: quem será esse homem??? Logo vieram Coração Satânico e o clássico pornô soft Nove semanas e meia de amor. Ele tinha tudo para seguir em frente brilhando, mas...

Não suportou o peso da fama e submergiu em anos de ostracismo ao longo dos quais consumiu todos os aditivos que seu corpicho pôde suportar, esmurrou muitos repórteres, fotógrafos, trocentas namoradas e, por fim, virou lutador de boxe!

Mas fazendo valer o ditado "O que não me mata me fortalece", Rourke ressurge em papel sob medida e que reflete sua própria história. Triste!... Um monstrengo, mas tão frágil em sua miséria humana que fica grudado em nossa memória mesmo após o fim do filme. E ainda é um dínamo de carisma!

Desejo que ele consiga dar a volta por cima como seu colega ex-drogadicto e ótimo ator, Robert Downey Jr, que passou três anos em cana por violar condicional, encarou a rehab e ressurgiu glorioso na pele do Homem de Ferro em 2008.

Quem for assistir ao Lutador, preste atenção à trilha sonora misto de rock farofa com a respiração de Mr. Rourke. Vem lá das profundezas...


sábado, 14 de fevereiro de 2009

A grande capa vermelha

Qual é sua fantasia?...

Refiro-me à fantasia roupa, não à outra fantasia, hehehe, muito embora acredite que as duas estão intimamente ligadas.

Meu aniversário será comemorado neste sábado, dia 14 de fevereiro, com uma festa à fantasia. No ano passado já foi à fantasia (este ano não fui eu que escolhi, mas as pessoas às quais me juntei para esta comemoração). A proximidade do Carnaval justifica. E o convite eletrônico disparado para amigos de todas as fases e etapas da minha vida trazia o adendo “Acessem a Pausa do Tempo e votem: qual fantasia a Valéria deve usar na noite da festa?

Quarenta e uma pessoas votaram e a opção Chapeuzinho Vermelho ganhou. De fato, é a mais bonita, com capa enorme de cetim vermelho.

A primeira vez que entendi o barato dessa história de se fantasiar foi em uma festa de colega da empresa onde trabalhava em 2004, a Editora Campus. A secretária realizava uma festa anual à fantasia no mês de julho. Eu era recém-chegada e queria me enturmar, então, meio sem graça, improvisei uma fantasia de Janis Joplin e fui.

Chegando lá, fiquei encantada. Como a festa era tradicional, as pessoas investiam nas fantasias. A minha volta desfilavam um Homem Aranha (passou a noite inteira de máscara, um mistério!), uma Branca de Neve, Penélope Charmosa, Maria Bonita e um Pai de Santo hilário, com uma galinha viva embaixo do braço! Quando parava para tomar uma cerveja, largava a ave e ela ficava ciscando o chão. Surreal!

Mas a fantasia que mais chamou minha atenção na festa foi... Chapeuzinho Vermelho. Sainha curta, meias três quartos, sapatinho preto, camisa branca de colegial e... a capa vermelha. Vidrei. E pensei: “um dia, vou vestir essa roupa”.

Depois que me separei em 2006, o primeiro Carnaval foi de Chapeuzinho Vermelho. De lá para cá surgiram opções: Doméstica, Freirinha, Policial (novidade!). Mas Chapeuzinho continua seu império. E vai reinar hoje à noite.

Voltando à pergunta: qual é a sua fantasia???