sexta-feira, 19 de junho de 2009

Contato

Saiu no exterior As lágrimas de meu pai e outras histórias, livro de contos inéditos do escritor norte-americano John Updike - que nunca tive a oportunidade de ler.

Uma resenha publicada no jornal, entretanto, chamou minha atenção. O jornalista destaca um conto cujo personagem, já idoso, sofre um assalto e ferimentos leves durante uma viagem, e em vez de ficar mal considera o incidente "revigorante".

O próprio narrador explica: "Foi, suponho, o elemento de contato". Ou seja, o cara aposentado, com os filhos criados e os netos distantes encontrava-se cada vez mais isolado. O episódio do assalto faz com que a família se reaproxime. E quem não gosta de atenção?

Lembro dos meus 13 anos, quando caí doente com mononucleose. Normalmente é uma doença leve e repouso durante uns 15 dias resolve. No meu caso, a taxa no sangue era a maior que o médico tinha visto na vida e fui obrigada a ficar de molho um mês e meio.

Curiosamente, as lembranças que tenho desse período são doces. Meu pai, que já era separado de minha mãe, passava para me ver todos os dias. Minha avó sentava-se ao meu lado, batíamos papo e assistíamos juntas a todas as novelas. Minha mãe esmerava-se na cozinha preparando quitutes para me agradar - engordei um bocado.

E entendi perfeitamente o personagem do Updike (foto abaixo), solidarizando-me com o autor que morreu velhinho e provavelmente estava falando de si mesmo.






Neste sábado, viajo à Feira do Livro de Ribeirão Preto. É uma grande feira que está em seu nono ano. Sou responsável pela vinda ao Brasil do escritor chileno Luis Sepulveda (Ediouro). Cuidei de toda a negociação, desde a indicação deste autor à curadoria, o convite inicial e a viagem em si - ele perdeu o vôo na última hora, foi um corre-corre mas deu tudo certo e já está em Ribeirão. Agora, vou conhecê-lo pessoalmente e a sua esposa Carmen, que é poeta.

Pretendo atualizar o blog enquanto estiver lá. Volto na terça-feira. Abraços, até!

11 comentários:

Babi Mello disse...

Que legal Valéria, muita sorte no evento e feira de livros hum que delicioso, adoro livros, ler, o cheiro.
Sobre a história, porque as coisas devem ser assim não é mesmo, precisamos às vezes padecer para ter atenção que triste, espero não precisar disso.
Bj!

Mônica disse...

Valéria
Sabe eu queria quando moça ver o Tarcisio Meira e Gloria Meneses de perto, porque eram famosos. Mamae até me levou lá na rede Globo uma vez e não os vi.
Agora eu não quero ver mais não, porque estão mais velhos que eu.

Mas eu já tenho uma amiga famosa! E linda, como as artistas de TV.
VOCE.
E eu então um dia a minha irmã Marilia que mora no Rio vai me levar em um evento que esteja fazendo para que eu possa te conhecer.
E assim não preciso mais ver nenhum global. Voce já está excelente.
Mas sou muito timida e não sei se terei coragem.
Só quero agradecer por perder um tempinho e ir conversar comigo. Voce que é tão atarefada!
Eu estou só acompanhando mamae nas seçoes de médico.
E ainda tenho uma escritora lendo minhas coisinhas.Que maravilha!

Por falar nisto, a Andrea minha outra irmã não conseguiu baixar o seu livro, nem aqui nem no seu trabalho.
E eu estou tão decepcionada, querendo ler.
Será que tem jeito de me enviar depois de sua viagem para mim?
meu email é monicaagpaiva@gmail.com
Espero que tenha jeito. Ou de compra-lo.Onde?
Com carinho Monica

Lisa Nunes disse...

Valéria
lindo post.
Nos faz refletir sobre a vida.
te desejo sorte e sucesso no evento e na feira de livros em Ribeirão.Aproveita bem, pra depois nos contar como foi, um Grande beijo

Paloma Flores disse...

Ai, que delícia! Ótima viagem!

Nossa, é verdade, provavelmente ele falava de si mesmo... Muito sensivel essa história. Deve ser linda, adorei.

Jair disse...

Sou leitor apaixonado e quase compulsivo, por isso desejo-te o melhor na feira de livros, gostaria de estar lá.

Lu Mita disse...

Oi Valéria, tudo bem?

Eu me chamo Luana,
estou tentando falar com vc mas não encontrei seu contato no blog,
você pode me mandar um email?

beijos

Dione disse...

Oi, querida...
Vegano é o vegetariano que NÃO consome leite, ovos e derivados... Não cheguei nesse ponto, não... Sou o que se chama de "ovo-lactovegetariana", que é quando você faz uso de leite, ovos e derivados... Foi por conscientização, sim, não posso negar, mas o motivo maior dessa minha transformação foi por toda a dor e todo o sofrimento cruel aos animais, e fora o lado espiritual também... Não sinto a menor falta...
Olha, adorei o seu post, viu, como sempre, escrevendo maravilhas...

Um grande beijo!

Mônica disse...

Valéria
Eu li novamente o livro e gostei mais do que a primeira vez. Eu não sei comentar . Mas vou dizer com o coração. Voce escreve de uma maneira equilibrada. E a história é otima.
Eu só queria que desse continuidade. O que aconteceu depois da entrevista?
Ela conseguiu entrevistá-lo não?

Obrigada pelo emprestimo.
E pela confiança.
Ficará só comigo
Com carinho Monica

Buda Verde disse...

tenho que comentar primeiro a foto! esse olhar dele é curioso. rs

é, tem males que vem para bem. pelo menos vamos perceber isso depois, revisitando a memória.


beijo e bom trabalho.

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Valéria,
Achei o post ultra-interessante. Às vezes, só quando em situação de fragilidade, é que somos mimados.
Beijos.

Anônimo disse...

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