Como boa aquariana, estou totalmente sintonizada com o
Novo Clube de Paris, do qual fazem parte o ministro da Indústria do Japão e o presidente do BNDES, entre outros. Esse povo se reúne periodicamente para discutir a transição de uma
sociedade da informação para uma
sociedade do conhecimento.
Quem leu a excelente reportagem publicada neste domingo na
Revista O Globo, sobre o
Tempo, sabe do que estou falando. O resumo da ópera é o seguinte: cada vez mais entupidos de conteúdo útil e inútil oriundo de emails, TV, IPod, IPhone, Twitter, MySpace, Facebook e outras redes que ainda vão surgir, nos tornamos incapazes de pensar de forma criativa ou de produzir conhecimento. É necessário recuperar a noção do tempo vazio, o espaço do nada, e usá-lo para reflexão.
Enquanto lia a matéria, lembrei que o escritor israelense Amos Oz não usa a internet. Nem para consultas no Google? Não, prefere consultar livros porque diz que a internet lhe roubaria tempo de ler e escrever.
A jovem escritora carioca Tatiana Salem Levy me contou ano passado que poucas vezes foi à Lapa, quase não sai à noite. Por que? Para acordar cedo e ter energia para trabalhar. Não por acaso ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura, categoria Autor Estreante, pelo romance
A chave de casa em 2008.
Eu mesma, brinco que estou sintonizada com os manda-chuvas porque, desde que deixei o emprego para empreender meus próprios negócios, ganhei exatamente esse tempo para reflexão. Saí da correria e me sinto encorajada a transformar em realidade as várias inspirações que me chegam a todo momento. (Baseadas, é verdade, em muito conteúdo que absorvo de algumas das fontes mencionadas. Mas pelo menos estou conseguindo refletir sobre elas, usá-las a meu favor, não de uma forma passiva!)
Salário faz falta, não sei quanto tempo vou agüentar, ou se dará certo, mas por enquanto me dou a chance de fazer parte dessa tal
sociedade do conhecimento.
E vocês, de qual lado estão?
Informação ou
conhecimento?