segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Somos capazes de viver todas as experiências que a vida nos apresenta? Flexibilidade para ser como o bambu, que enverga com o vento, seja ele fruto de uma tempestade ou uma suave brisa, sem se quebrar?
A força do amor é suave e penetrante ao mesmo tempo. Muito poderosa. Capaz de mudar os rumos das situações e do que foi planejado. Somos capazes de nos permitir viver isso sem freios?
Quando estamos sozinhos, procuramos planejar tudo para ocupar os buracos que nos fazem deparar com a nossa solidão. O fim de semana se aproxima; planejamos encontros com amigos, festas, cinema, passeios. Nada de errado nisso. Melhor do que ficar em casa deprimido, olhando as paredes. Mas essa programação não pode ser tornar um fim.
A vida é maravilhosa e nos presenteia com o inesperado a todo momento. Bom e ruim. Se o inesperado é ruim, não temos muita escolha, submergimos nele e enfrentamos o problema da melhor maneira que podemos. Mas se é bom demais, nos assustamos!
Às vezes, acho que o ser humano tem mais dificuldade em lidar com a felicidade do que com a tragédia. Esse assunto é abordado no livro do psiquiatra e psicanalista paulistano Jorge Forbes, "Você quer o que deseja?" (Ed. Best Seller, 6º edição). Ele comenta o caso da mulher que tinha o sonho de conhecer a China, mas assim que chega lá perde o passaporte e se mete numa série de confusões que transformam sua viagem num inferno. E também o casal que briga na lua-de-mel. E outras histórias, concluindo que o indivíduo sente-se mais à vontade reclamando da vida do que rejubilando-se com o que dá certo. Medo da inveja e da cobiça dos outros, medo de ser atacado por se destacar no oceano de infelizes são alguns dos motivos apontados pelo médico – que estudou com Lacan em Paris – para esse comportamento estranho e contraditório do ser humano que, pelo menos da boca para fora, vive proclamendo estar em busca da felicidade.
Em 2008, proponho a mim mesma e a quem esteja lendo este post que cultivemos a coragem de ser feliz.

Um comentário:

Plinio disse...

Concordo plenamente, principalmente no que diz respeito a aproveitarmos as oportunidades que a vida nos dá para sermos felizes.