A dica era do meu amigo Ricardo, que mora em Paraty: “
Quando chegar à praia, tenta reunir um grupo de pessoas para dividir um barco e ir ao Saco do Mamanguá” OK!
No dia 29 de dezembro, saímos de Paraty às 11h da manhã e fomos a Paraty Mirim, praia de águas calmas a 40 minutos da cidade histórica. Tempo nublado, feio, mas sem chuva. Chegando lá, fui logo abordada por um barqueiro. Valor do passeio: R$ 120,00.
Encontrei uma família grande, 5 pessoas, e convidei a dividir com a gente. Toparam! Mas no que eu fui nadar, atravessar o rio – água gelada! – e voltei, a notícia:
- Olha, aquela família que tinha combinado com a senhora já foi.
- Como assim, já foi?
- Não quiseram esperar e foram.
Como diz o meu namorado: “
Falsos!”
Comecei novamente do zero: abordar as pessoas na praia – não eram muitas –, explicar o que é o Saco do Mamanguá – um fiorde brasileiro, um braço de mar terra adentro, cercado de montanhas e floresta por todos os lados –, dizer o valor etc.
Um jovem professor de educação física, acompanhado da sobrinha de 20 anos e do filho pequeno aceitou, animadíssimo. Uma família de cearenses e paraibanos residentes em São Paulo – 6 adultos e uma criança – também. Éramos 13.
- Ah, minha senhora, o meu barco não agüenta. Só tem lugar pra 12!
Fomos atrás do Seu Ademir, que estava tomando uma cerveja em um bar sabe-se lá onde, dono de um barco com capacidade para 15 pessoas. Mas o valor aumentou: R$ R$ 150,00, e isso deu início a nova rodada de negociações.
Moral da história: o barco partiu quase às quatro da tarde, todo mundo sem almoçar, o céu parecendo que ia desabar nas nossas cabeças, de tão escuro. Mas eram tantas as risadas, tanta a vontade de viajar – a essa altura mais pela alegria e a novidade daquela ação entre amigos recentes e tão diferentes – que lá fomos nós...
E sabe que a chuva não caiu? Esperou a gente ir e voltar: 3 horas de passeio com direito a parada em uma aldeia de pescadores para comer batatinha frita com coca-cola.
Chegamos de volta em Paraty Mirim quase às sete da noite, tudo escuro, um frio!... Mas todo mundo feliz e com as bochechas doendo de tanto rir e sorrir.
Abaixo, a melhor turma do Ano Novo em Paraty. Seu Ademir à esquerda, de camisa branca.