domingo, 23 de outubro de 2011

Desejos que são necessidades

Acredito que certos desejos que nos acompanham a vida toda mereçam ser ouvidos e realizados, pois são mais que desejos, são necessidades do ser, da alma.

Não sou espiritualista nem sigo a doutrina de Kardec. Mas acredito que, quando não realizamos essas necessidades, nós as levamos conosco para outras vidas. E assim vamos acumulando tarefas.

Não deixe para amanhã o que pode resolver hoje - é uma das minhas frases favoritas.

Acontece que esses desejos/necessidades quase sempre são difíceis de realizar. É trabalho pra vida inteira. Quem está disposto?

"Todos os caminhos que levam ao que o coração almeja são longos", disse Joseph Conrad, autor do clássico da literatura inglesa Coração das trevas. E pensar que ele nasceu polonês, só foi aprender inglês aos 21 anos e antes de publicar seu primeiro livro já tinha tentado o suicídio!

As necessidades não realizadas ficam nos atormentando, gritando dentro da gente, inimigas da paz. É preciso reconhecê-las e olhar para elas sem medo. O que é possível realizar? Por onde podemos começar?

Muitas vezes, arranjamos desculpas muito bem fundadas para não realizar as necessidades. Essas teorias só existem na nossa cabeça e são como uma prisão. As grades são invisíveis, mas nós as enxergamos como se fossem de ferro, muito fortes...

Ah, se soubéssemos que bastaria um passo à frente, um sopro, para que se desfizessem no ar!... Ai, que vontade de provar a liberdade!...

Às vezes, acho que o maior medo do ser humano é da felicidade. Vai entender...



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Surpresa!

O que é a vida senão uma sucessão de situações corriqueiras e chatices - formam a nossa rotina, sem a qual enlouquecemos - pontuada por alguns fatos espetaculares?

Conversar até altas horas com um escritor que se admira.

Jantar uma comida maravilhosa, acompanhada de um vinho maravilhoso, em companhia do primo querido da adolescência.

Ser acolhida com tanto amor e carinho e sentir-se em casa, apesar de tão longe de casa.

Viva a vida!

Com todas as suas chatices corriqueiras!

Daqui a pouco vem outra felicidade, outro momento espetacular.

Surpresa!

Vamos aguardar.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu não fui ao Rock in Rio

Mas curti muito, tudo, pela televisão. No conforto do lar. Estou ficando velha? Não, só que a única banda que eu realmente queria ver acabou. Quer dizer, ainda existe, mas acabou.

Guns´n Roses marcou época. Era o início dos anos 90 e, embora não tenha sido um período fácil na minha vida, foi marcado por muuuuuuita diversão. Querem ver?

No show do Guns que assisti em 1991, para começar, eu penetrei no Maracanã. Como??? Nada simples: comprei do cambista, por engano, ingresso para arquibancada enquanto todos os meus amigos iam na pista. Após chorar e me descabelar, combinei com a minha amiga Ana Paula, que tinha uma credencial: ela entraria primeiro e, uma vez lá dentro, tentaria me passar a credencial pela fresta da grade ao lado das bilheterias. Mas havia 1.000.000 de seguranças ao redor!

Quis o Céu que um camarada que tentava escalar o muro do Maracanã, para penetrar como eu, despencasse lá de cima. No que o cara se estatelou no chão, todos os seguranças foram em cima. Minha amiga passou rapidamente a tal credencial pela grade e eu entrei correndo e gritando pelos corredores de acesso ao gramado: uhú!!!!

Lá dentro, pulamos e dançamos muuuuuito ao som de Don´t Cry, Paradise City e, principalmente, Sweet Child O´Mine - esta última, um clássico.

Na volta para casa, ao corrermos para pegar um ônibus, Ana Paula caiu e arrebentou o joelho no chão. Viemos conversando com o motorista do ônibus, contando os melhores momentos do show. Era um 410, que passa batido pela Rua Jardim Botânico e não sobe a Lopes Quintas, rua onde morávamos. Teria que ser um 409 para subir a rua.

Mas, bem na esquina, o motorista que já tinha super ido com a nossa cara disse: 'Péra aí, você não pode subir a rua com esse joelho. Vou levar vocês lá em cima!" Virou a direita e, saindo do percurso normal da linha, nos deixou na porta de casa.

Delícia, né?

Axl Rose não tem mais voz, mas ainda rebola e mantém o jeitinho matador. Mas prefiro vê-lo pela televisão, mudando de canal quando a saudade apertar.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Liberdade X segurança


De tudo o que o brilhante velhinho diz - sobre temas que vão de política a relações pessoais -, ficou na minha memória o paradoxo liberdade X segurança. Diz Bauman (livremente adaptado por mim): "O ser humano se debate entre dois pólos. O que ele mais almeja é a liberdade. Mas a liberdade sem segurança é o caos. Por outro lado, à medida que tem mais segurança, precisa abrir mão da liberdade".

Essa fala ficou ecoando dentro de mim.

O Brasil é amado por nós e sonhado pelos estrangeiros por ser um lugar onde se tem muita liberdade: de andar com pouca roupa, tomar banho de mar seminus, dançar no meio da rua, fazer sexo livre. Não por acaso, o Rio de Janeiro foi eleito o destino número 1 para gays em todo o mundo.

Por outro lado...

Fui a Maceió como convidada da Flimar - Festa Literária de Marechal Deodoro - e fiquei hospedada na Praia do Francês, uma linda praia margeada por coqueirais a perder de vista. Entre ficar em frente aos quiosques com música aos berros e me distanciar caminhando pelas areias planas, escolhi a segunda opção.

Estou eu, bem feliz, sentindo-me mais livre que uma pluma ao vento, quando se aproxima um homem.

- É melhor a senhora não se distanciar tanto, porque volta e meia vem uns cabra e levam carteira e celular. Cuidado!

Despenquei do paraíso na terra, comecei a caminhar mais rápido, voltando à muvuca barulhenta que havia deixado para trás. Que m... a liberdade sem segurança!

Ao assistir a reportagem sobre arrastão e furtos dentro da Cidade no Rock, no primeiro dia do Rock in Rio, me veio novamente a questão: precisamos de mais liberdade ou mais segurança? Acho que, nesse momento, em nosso país, carecemos de mais segurança. Nem que, para isso, tenhamos que abrir mão da nossa tão propalada liberdade.

Abaixo, a linda Praia do Francês.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Foram me chamar...

Eu estou aqui o que é que há?

Quem me puxou de volta foi o André, leitor de Taubaté, interior de São Paulo, cidade de Monteiro Lobato. Ele foi até a Flip (Festa Literária de Paraty), como faz todos os anos, assistir a Off Flip. Apareceu com um sorriso e um abraço, e me deu de presente uma estátua de Monteiro Lobato junto com a Emília, uma graça!


Lá pelas tantas, me disse:

- Se vc estava cansada, deveria diminuir o número de postagens, espaçar, mas não parar.

Fiquei com aquilo na cabeça. E depois ouvi de Affonso Romando de Sant´Anna em uma palestra:

- Se o sujeito hoje não tem um blog, não pode nem sair de casa!

Lembrei que eu tinha um blog, bem visitado até! E resolvi voltar. Vou escrever de vez em quando. Visitar os blogs de vocês. Compartilhar amor e alegria. Tristezas também, vez em quando.

E vamo que vamo!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Pausa do Tempo no blog

Amigos,

Chegou a hora de fazer uma Pausa do Tempo no blog. O que precisava ser dito, foi - da melhor maneira possível.

Sempre tive enorme prazer em escrever os posts, mas acho que agora a energia se extinguiu. Vai reaparecer em algum outro lugar, daqui a pouco, mas eu ainda não sei.

O melhor de tudo foram os amigos que eu fiz. Alguns deles, cheguei a conhecer pessoalmente e a amizade continua: Mônica Paiva, Rafael Velasquez, Pablo Lima.

Outros eu nunca vi ao vivo e a cores, mas sinto muito perto de mim: Maria Neide Ferreira, Fernandes.

Outros, ainda, migraram para o Facebook: Fig (MeloBateroMania), Carolina (Que tal um café e um papo?); Mônica Loureiro (Inventadeira de Moda), Vander Hugo.

Um agradecimento especial à Denise, do Papo Calcinha, que me incentivou a começar o blog.

Obrigada a todos pela leitura, pela troca e o afeto. O plano de publicar os melhores textos desses quase 4 anos de blog persiste.

Eu os convido a ler as atualizações semanais do site da minha empresa, Shahid Produções Culturais. E a serem meus amigos no Facebook.

Foi uma longa caminhada... Quando o blog começou eu era outra pessoa. Quanta água passou embaixo da ponte! Ainda bem!

Mas temos que dar um fim às coisas, quando se esgotam... A vida é assim. Vamos em frente! Muitos beijos e abraços.



sexta-feira, 1 de abril de 2011

O espírito de 1º de Abril

À mesa do almoço, meu filho disse:

- Mãe, tirei 5.0 na prova de Geografia.

Meus olhos soltaram faíscas; já ia começar a esbravejar quando ele...

- Caiu, caiu, 1º de Abril!

Hahaha!... A indignação deu lugar ao riso.

Em seguida, fomos juntos ao quarto da Vivi, nossa funcionária "do lar":

- Vivi, o porteiro descobriu uma ninhada de gatinhos atrás da casa dele e decidimos adotar um. Vai fazer companhia à Piblu (que já dá um bocado de trabalho).

Vivi começou:

- Vocês é que vão cuidar! Pápápá...

Hahaha!...

Sempre gostei de pregar peças nas pessoas em 1º de abril. Mas não pode ser qualquer peça. Tem que ser algo que faça o cabelo na nuca do outro arrepiar. Não de medo, mas de desconforto. Grrr...

- Meus filhos, a mamãe tem uma coisa especial para contar: estou grávida!..

Hahaha!...

E vocês, pregaram alguma peça em alguém nesse 1º de Abril?