sábado, 15 de janeiro de 2011

Um novo mundo, mais harmônico

Foi só falar na felicidade de um típico fim de semana de sol no verão carioca, que veio a chuva...

Impressionou-me ontem a avaliação dos metereologistas. O fenômeno climático que provocou a tragédia é algo natural e comum nessa época do ano no sudeste do Brasil. O calor intenso do verão forma as tais nuvens cúmulus nimbus, que acumulam quantidades colossais de água e energia. "O problema foi a dramática combinação de violência de chuvas com uma área de extremo risco: íngreme, instável e densamente povoada". (Jornal O Globo, 14-1-2011)

Nós somos demais... A raça humana se multiplicou com uma velocidade e é capaz de transformar o ambiente que ocupa como nenhuma outra até hoje sobre a face da Terra. A única saída é desenvolvermos a nossa consciência, prestando mais atenção, consideração e amor ao próximo, e deixando de viver como se fôssemos imortais. Caso contrário, vamos continuar sofrendo...

2012 vem aí e muitas correntes espiritualistas apontam para o fim do mundo. Em 2001, porém, entrevistei o xamã norte-americano Foster Perry e ele previu para 2011 "o nascimento de um novo mundo, mais harmônico".

"Teremos uma comunidade global até essa época. As pessoas que ainda têm uma velha maneira de pensar estão aprendendo mais e mais rápido. Especialmente as crianças. Elas são muito avançadas e vão ajudar a criar esse novo mundo, onde todos vão pensar no bem-estar do próximo e não existirá a noção de separação". (Jornal Valor Ecanômico, 13-11-2001)

Hoje a TV mostrou uma longa reportagem sobre a população se organizando para fazer doações para as vítimas na Serra. Os comerciantes do Mercadão de Madureira, na Zona Norte do Rio, se uniram e estão mandando um caminhão de mudança inteiramente cheio de roupas, água, comida.

Na Tunísia, ao mesmo tempo, o ditador Zine Ben Ali, que durante 23 anos mandou e desmandou no país, teve que fugir após o site WikiLeaks - salve Julian Assange! - revelar provas da corrupção de seu governo.

Enfim... Podem me chamar de Poliana, idealista, otimista demais... Prefiro acreditar no Foster Perry. Vem aí um novo mundo, a duras penas, mas vem. Salve 2012!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Rio 36º

Uma pausa nas histórias sobre a Argentina para falar do... Verão no Rio de Janeiro, a minha cidade! Eu amo o verão! Nasci nessa estação e, dia 31 desse mês, vou comemorar mais um verão de praia. Na praia!

Esse é um verão especial. Está todo mundo feliz! A população está satisfeita com o governo e a polícia: finalmente há vontade política para mudar um estado de coisas que há muito vinha maculando a beleza e o alto astral da nossa cidade.

Essa satisfação está no ar. Além disso, esse verão não está tão quente quando outros, quando os termômetros costumavam, ao meio dia, 45º nos relógios de rua. Nos dias de sol mais forte, a temperatura ainda não passou dos 36º. Isso ajuda muito.

Que mais? Está todo mundo na rua, na praia, nos bares, rindo, conversando, celebrando, sendo feliz... Esse fim de semana teve sol todos os dias, um legítimo fim de semana de verão no Rio de Janeiro!

E aí eu me lembrei de uma música que tocava muito nas rádios quando eu era criança, e que tem A CARA do Rio de Janeiro. Passei o fim de semana cantarolando Tempo de estio, do Marcelo. Quer cantar comigo?


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A casa de Carlos Gardel em Buenos Aires

A partir de hoje vou contar algumas das aventuras em Buenos Aires, onde estive em Dezembro.

Essa foi a minha quarta viagem à capital portenha. Dessa vez, encontrei-a bastante suja e bagunçada - exceto os oásis turísticos da Recoleta e Puerto Madero. A nossa moeda, o Real, está valendo duas vezes mais que o Peso Argentino, o que nos dá uma sensação bem gostosa de sentir... Poder! De compra, pelo menos. Não muito, mas um pouco! E a cidade continua animadíssima, com as ruas cheias de gente dia e noite, os bares e restaurantes lotados, todo mundo rindo e falando alto.

Meu primeiro passeio foi uma visita à casa de Carlos Gardel (1890-1935), no bairro de Abasto. A minha avó Violeta adorava Buenos Aires e Gardel. Lembro de uma vez em que fui levá-la ao porto do Rio de Janeiro, onde embarcou em um enorme navio de passageiros junto com meu avô para uma viagem à Argentina. Lembro do rostinho dela lá no alto, debruçada na mureta da embarcação, me acenando com as mãos. (Acho que ali comecei a ficar encantada com a Argentina).



A casa de Gardel remete à epoca em que viveu a minha avó. Numerosos recortes de jornais e revistas, capas de discos e outras imagens dão uma visão da trajetória do artista que se tornou um mito quase à altura de Marilyn Monroe ou James Dean. Ele cumpriu todos os requisitos para isso: infância pobre, carreira rápida e ascendente, estrela de cinema, fenômeno de sucesso mundial e... morte súbita aos 45 anos, no auge da fama, em um acidente de avião.

De tudo, o que mais me impressionou foi o cuarto de planchar, um pequeníssimo comodo de teto baixo onde sua mãe, Bertha, trabalhou durante anos a fio, passando roupa para sustentar o filho único. Detalhe: era solteira e permanece ate hoje o mistério sobre quem foi o pai de Carlos.




Na cozinha, uma frase de Gardel expressa o amor e consideração por essa mae: "O mais modesto pucherete (espécie de cozido) vale mais e é mais saboroso que o mais caro prato do melhor dos hotéis do mundo".



No hall de entrada, iluminado por luz natural proveniente de clarabóias, o silêncio e o ar fresco nos fazem sentir um pouco da atmosfera em que viveu Gardel. Eu o imaginei criança, entrando correndo, vindo da escola, para encontrar a mãe no cuarto de planchar, e o abraço afetuoso dos dois.

Na bagagem, uma biografia do ídolo.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Seu desejo em 2011

Minha sobrinha-neta, Maria Luiza, de 2 anos, ganhou do Papai Noel um livro que vinha com um kit fada: saia de tule lilás, tiara de 'brilhantes' e... uma varinha de condão que, ao ser projetada para frente, como que para realizar um desejo, fazia um barulhinho assim:

Blimblimblimblimblum!...

Maria Luiza percorreu a casa brandindo a varinha pra lá e pra cá, encantada com o barulhinho. Quando cansou-se dela, tomei-a pra mim. Já tinha bebido algumas cervejas e a inspiração pode se manifestar à vontade.

- Mamãe, o que você deseja em 2011? - perguntei a minha mãe.

- Pernas boas e fortes!

- Pernas boas e fortes para a mamãe em 2011!... - blimblimblimblimblum!

Assim, eu também percorri a casa perguntando às pessoas os seus desejos e brandindo a varinha: blimblimblimblimblum!

Alguns não sabiam o que pedir. Um rapaz de Brasília estava em dúvida quando a esposa respondeu por ele:

- Um novo plano de carreira!

- OK! - Blimblimblimblimblum!

Outros eram vagos ou filosóficos.

- Eu quero paz para o mundo...

- Quero não desejar mais...

Mas eu era enfática:

- Tem que ser algo prático!

Minha sobrinha Rafaela, mãe da Maria Luiza, captou bem o espírito da coisa:

- Quero trabalhos bons e bem remunerados! (Ela é atriz)

Blimblimblimblimblum!

E Jaci, a babá que ajudou a criar os meus sobrinhos, e que depois os ajudou a criar os filhos deles, e que perdeu sua filha única esse ano:

- Quero um homem bom, corajoso, um companheiro!

É isso aí, Jaci. Em frente!

Blimblimblimblimblum!

E vocês, qual é o seu desejo para 2011?

Blimblimblimblimblum!


Natal

Um dos filmes mais impressionantes que já vi foi Sonhos, do cineasta japonês Akira Kurosawa - esse, sim, um camarada que dialogava com os mistérios entre o céu e a terra.

No primeiro episódio, uma criança infringe uma regra e as conseqüências são terríveis. Ela terá que caminhar além do arco-íris e interceder por sua vida, caso contrário, pagará com a morte.

A criança ouve o desafio e sai caminhando, serena, em direção ao arco-íris. O episódio termina aí e ficamos sem saber o resultado. Não por acaso, acho, esse conto visual ilustrava o pôster do filme, na época, e também ilustra a capa do DVD.

Na noite de 24 de dezembro, eu me lembrei desse conto e o compreendi como nunca. Havia, também, um desafio: minha mãe, pela primeira vez em 5 anos e após ressuscitar do Reinos dos Mortos, participaria da festa de Natal na casa da minha sobrinha Rafaela. Em cadeira de rodas, com enfermeira e tudo o mais, mas viva e lúcida.

O problema é que não havia táxis especiais para cadeiras de rodas disponíveis nesse dia. Eles evaporaram! Resultado: teríamos que colocar a vovó dentro de um táxi comum - tarefa hercúlea, pois ela pesa mais de 80 kg e não é uma pessoa 'fácil'.

Bolei um plano. Peguei meus filhos e os presentes e levei-os, primeiro, à casa da Rafaela. Depois, saí pelas ruas vazias de gente e de carros, sozinha, em busca de um táxi.

Nessa hora, lembrei o episódio de Sonhos. Eu sou com aquele menino, seguindo na vida com uma missão sem saber como ou quando ou se conseguirei cumpri-la. Mas em frente, com alegria e fé.

Abaixo, nós com a vovó já na instalada festa.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Estou em Buenos Aires!



Desculpem o chá de sumico, mas umas pequenas férias me fizeram voar... Volto neste fim de semana para contar as coisas bonitas que vi e vivi, com fotos e tudo o mais.

Beijos!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Queridos amigos

O ano vai chegando ao fim e é hora de finalizar ciclos e descansar, para recomeçar em 2011 com energia renovada.

Esse foi o terceiro ano da Pausa do Tempo. Com o crescimento e a expansão de Shahid Produções Culturais - graças a Deus - não tive o mesmo empenho e disponibilidade para alimentar o blog e comentar os posts dos outros. Mas nem sempre dá para fazer tudo o que desejamos, temos que escolher Ou isto ou aquilo, como expressa tão bem em versos Cecília Meirelles, em um de seus poemas mais famosos.

Compartilho com vocês meus planos para 2011 em relação ao blog: devo continuar escrevendo pelo menos uma vez por semana, como venho fazendo nos meses mais recentes; vou terminar de organizar os melhores textos e publicá-los em um livro. Ainda não tenho detalhes, mas vou lhes manter informados, podem estar certos disso.

Quando tudo estiver definido, meu plano é encerrar A Pausa do Tempo... E me dedicar a outro tipo de criação escrita. Ou começar outro blog, quem sabe?

Agradeço a todos que me leram e continuam lendo nesses três anos, e aos que chegam por acaso a todo momento. E vamo que vamo!

Ou isto ou aquilo, de Cecília Meirelles

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Beijos em todos!