A Limo passou às seis da manhã para me apanhar no hotel. Acordei às 5h15 após ter ido dormir super tarde - na noite anterior fui assistir o espetáculo do Cirque du Soleil, Viva Elvis!, no Aria Resort.
Era o dia da partida e eu tinha pouco tempo. Como a viagem de carro dura quatro a cinco horas, fui de helicóptero. Caro, mas pareceu-me o melhor presente que eu poderia me dar para comemorar esta linda e inesperada viagem.
Meus companheiros de helicóptero eram três russos e um casal norte-americano. Viajamos em silêncio, meio tontos de sono, meio ofuscados pelo sol despontando detrás das montanhas. Abaixo, o relevo acidentado do deserto e o Lake Mead - imenso lago artificial formado pelas águas do Rio Calorado, que vertem por uma hidrelétrica gerando energia para acender as luzes de Las Vegas.
De repente, soa uma música apoteótica - trilha sonora de Guerra nas Estrelas ou Superman, não sei ao certo. As montanhas parecem aumentar, estamos dentro delas, cercados de altos paredões.
É o Grand Canyon.
O sol ilumina as camadas de tons avermelhados que mostram há quantos anos - milhares e milhares de anos - aquilo ali existe. Somos uma fração de segundo na história da Terra. Um milionésimo de segundo.
O helicóptero desce no fundo do canyon. Saltamos para o solo acidentado, é fácil tropeçar. O piloto nos diz para não nos afastarmos, porque há muitas cascavéis. Mas eu não tenho medo de cobra e vou caminhando, caminhando, o vento perfumado de terra e pedra, o silêncio alegre de pássaros e insetos. O cheiro que me faz estremecer e recordar do quanto também sou terra e pedra.
Estar no Grand Canyon é realmente estar. No meu lugar, toda permanência e conforto. Um lugar onde sempre quis chegar. Pronto, aconteceu.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Angeli e o envelhecer
As melhores mesas que assisti esse ano na FLIP foram as brasileiras. Dentre elas, a dos cartunistas de São Paulo Angeli e Laerte foi das mais interessantes.
Compreendi melhor o Laerte, que se veste de mulher sem ser exatamente um travesti - costume que tem o nome chique de cross dressing. O curioso é que ele usa roupas coloridas demais, acessórios chamativos, unhas cor de rosa. Pensei que era algo relacionado ao humor. Mas não, o motivo é que ele tem alma feminina. E o gosto duvidoso da indumentária é característico desse lado feminino mesmo.
Já o Angeli, bem, sempre achei-o um gato. Mas, ao ver sua imagem ampliada no telão, veio a inevitável constatação: "Como envelheceu!..." O cabelo completamente branco, a voz tremida. Velho. Lá pelas tantas, esse assunto foi trazido à pauta pelo próprio:
"Estou me aproximando dos 60 e já fumei muito orégano na vida. Então, volta e meia tenho uns lapsos de memória. Isso está se tornando cada vez mais frequente, e os lapsos cada vez mais longos. É comum eu começar um desenho e, quando já avancei bastante, percebo que me esqueci de onde quero chegar. Aí vem a Carol, minha companheira, e me explica: 'você começou por causa disso e disso...' Por isso, esse casamento vai ser longo".
Todo mundo riu. Mas ficamos todos um pouco desconcertados com tamanha sinceridade e pela exposição de uma fragilidade. Quem tem coragem de dizer, em frente a uma platéia imensa, que está mesmo ficando velho? Com tudo de ruim - como lapsos de memória - que isso traz?
Angeli continuou: "O Mario Sergio Conti (jornalista) já me deu o telefone de um médico, me disse que é excelente. Mas eu estou relutando em ir. Porque acho que preciso me acostumar com essa nova fase da vida".
Querido Angeli!... Agora, eu o admiro ainda mais.
Quem quiser assistir um pedacinho da mesa, aqui está:
Compreendi melhor o Laerte, que se veste de mulher sem ser exatamente um travesti - costume que tem o nome chique de cross dressing. O curioso é que ele usa roupas coloridas demais, acessórios chamativos, unhas cor de rosa. Pensei que era algo relacionado ao humor. Mas não, o motivo é que ele tem alma feminina. E o gosto duvidoso da indumentária é característico desse lado feminino mesmo.
Já o Angeli, bem, sempre achei-o um gato. Mas, ao ver sua imagem ampliada no telão, veio a inevitável constatação: "Como envelheceu!..." O cabelo completamente branco, a voz tremida. Velho. Lá pelas tantas, esse assunto foi trazido à pauta pelo próprio:
"Estou me aproximando dos 60 e já fumei muito orégano na vida. Então, volta e meia tenho uns lapsos de memória. Isso está se tornando cada vez mais frequente, e os lapsos cada vez mais longos. É comum eu começar um desenho e, quando já avancei bastante, percebo que me esqueci de onde quero chegar. Aí vem a Carol, minha companheira, e me explica: 'você começou por causa disso e disso...' Por isso, esse casamento vai ser longo".
Todo mundo riu. Mas ficamos todos um pouco desconcertados com tamanha sinceridade e pela exposição de uma fragilidade. Quem tem coragem de dizer, em frente a uma platéia imensa, que está mesmo ficando velho? Com tudo de ruim - como lapsos de memória - que isso traz?
Angeli continuou: "O Mario Sergio Conti (jornalista) já me deu o telefone de um médico, me disse que é excelente. Mas eu estou relutando em ir. Porque acho que preciso me acostumar com essa nova fase da vida".
Querido Angeli!... Agora, eu o admiro ainda mais.
Quem quiser assistir um pedacinho da mesa, aqui está:
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Horse with no name
Como Las Vegas fica no meio do deserto, o clima é super seco. Assim que cheguei lá meu cabelo alisou e meu lábio rachou. Entendi que teria que andar com uma garrafinha de água para cima e para baixo, e foi o que eu fiz.
O clima árido não permite muitas plantas nas vias públicas. Ter um jardim florido custa uma nota! A solução foi enfeitar tudo com pedras. Porque o deserto ali em volta não é de areia, mas de pedras. Pequenas pedras claras - meio bege, meio avermelhadas - porosas e de recorte irregular. É um chão difícil de caminhar. E também machuca os sapatos, quem dirá os pés.
No meio das pedras surgem esculturas aleatórias como esse cavalo.
E também arbustos de alecrim - uma das poucas plantas que aguentam o calor e o sol por lá. O bom de ter alecrim por toda parte é que, quando bate o vento, vem um aroma delicioso dessa planta, que costumamos usar para cozinhar no Brasil.
A urbanização da cidade obedece às cores do deserto: todos os muros e casas são baixos e da cor das pedras do chão. Isso, ao invés de gerar uma paisagem sem graça, evoca uma harmonia que descansa nossos olhos debaixo do forte sol californiano.
Abaixo, três grandes símbolos norte-americanos.
O clima árido não permite muitas plantas nas vias públicas. Ter um jardim florido custa uma nota! A solução foi enfeitar tudo com pedras. Porque o deserto ali em volta não é de areia, mas de pedras. Pequenas pedras claras - meio bege, meio avermelhadas - porosas e de recorte irregular. É um chão difícil de caminhar. E também machuca os sapatos, quem dirá os pés.
No meio das pedras surgem esculturas aleatórias como esse cavalo.
E também arbustos de alecrim - uma das poucas plantas que aguentam o calor e o sol por lá. O bom de ter alecrim por toda parte é que, quando bate o vento, vem um aroma delicioso dessa planta, que costumamos usar para cozinhar no Brasil.
A urbanização da cidade obedece às cores do deserto: todos os muros e casas são baixos e da cor das pedras do chão. Isso, ao invés de gerar uma paisagem sem graça, evoca uma harmonia que descansa nossos olhos debaixo do forte sol californiano.
Abaixo, três grandes símbolos norte-americanos.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Do antigo Egito a Idade Média em Las Vegas
Entrar e sair dos hotéis em Las Vegas é um grande programa. Porque cada um é um parque temático.
Na minha chegada, conheci o Monte Carlo, cujo nome refere-se ao cassino mais chique do mundo, na Riviera Francesa. Por fora, é a mesma estética fake. Por dentro, é puxo luxo kitch norte americano.
Assim por diante, o hotel Excalibur imita um castelo medieval, New York New York tem fachada como os arranha-céus da Grande Maçã, MGM faz referência ao grande estúdio de cinema em Hollywood.



Abaixo, uma das entradas do New York New York com uma Limo parada à porta (como são chamadas as limusines em Las Vegas). A propósito, esta é a cidade americana com maior números de limusines em circulação, mais até que Los Angeles ou Nova Iorque.

E, como nada pode faltar nessa cidade de sonho, cada hotel se esmera em prover diferentes diversões. Tem hotel com quadra de vôlei de praia artificial, com areia e tudo.

Tem também um complexo de hotéis de luxo em estilo moderno: Area, Vdara, Crystal.
Area tem um incrível shopping de lojas de marca, uma ao lado da outra: Valentino, Prada, Givenchy, Chanel e... HStern! A nossa marca brazuca de jóias também está lá!

Da janela do meu quarto de hotel, eu via o Mandalay Bay, todo dourado - onde acontecem as lutas de MMA promovidas pelo UFC, cuja sede fica em Las Vegas - e o Luxor - um dos mais kitch de todos, em formato de pirâmide imitando o antigo Egito.



Fui vistar o Luxor e não gostei. É esquisito!... Depois fiquei sabendo que as hordas de japoneses e chineses que visitam Las Vegas nunca se hospedam no Luxor. Dizem que aquilo é um túmulo, à moda dos faraós.
Para o turista não se cansar, o transporte de um a outro hotel é feito por escadas e esteiras rolantes, ou em pequenos trens.
Abaixo, eu e o leão dourado na entrada do MGM.


Na minha chegada, conheci o Monte Carlo, cujo nome refere-se ao cassino mais chique do mundo, na Riviera Francesa. Por fora, é a mesma estética fake. Por dentro, é puxo luxo kitch norte americano.
Assim por diante, o hotel Excalibur imita um castelo medieval, New York New York tem fachada como os arranha-céus da Grande Maçã, MGM faz referência ao grande estúdio de cinema em Hollywood.
Abaixo, uma das entradas do New York New York com uma Limo parada à porta (como são chamadas as limusines em Las Vegas). A propósito, esta é a cidade americana com maior números de limusines em circulação, mais até que Los Angeles ou Nova Iorque.
E, como nada pode faltar nessa cidade de sonho, cada hotel se esmera em prover diferentes diversões. Tem hotel com quadra de vôlei de praia artificial, com areia e tudo.
Tem também um complexo de hotéis de luxo em estilo moderno: Area, Vdara, Crystal.
Area tem um incrível shopping de lojas de marca, uma ao lado da outra: Valentino, Prada, Givenchy, Chanel e... HStern! A nossa marca brazuca de jóias também está lá!
Da janela do meu quarto de hotel, eu via o Mandalay Bay, todo dourado - onde acontecem as lutas de MMA promovidas pelo UFC, cuja sede fica em Las Vegas - e o Luxor - um dos mais kitch de todos, em formato de pirâmide imitando o antigo Egito.
Fui vistar o Luxor e não gostei. É esquisito!... Depois fiquei sabendo que as hordas de japoneses e chineses que visitam Las Vegas nunca se hospedam no Luxor. Dizem que aquilo é um túmulo, à moda dos faraós.
Para o turista não se cansar, o transporte de um a outro hotel é feito por escadas e esteiras rolantes, ou em pequenos trens.
Abaixo, eu e o leão dourado na entrada do MGM.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Um vulcão no meio do caminho
Las Vegas nasceu como um entreposto de escoamento do ouro e minérios extraídos do deserto norte-americano a caminho do porto de São Francisco. Os mineradores e aventureiros gostavam de jogar cartas, e assim surgiu a fama de ser um local propício à jogatina.
Em 1911, Las Vegas tornou-se oficialmente uma cidade. Mas o crescimento veio a partir de 1940, quando a máfia se mudou para a região e começou a investir dinheiro na construção dos hotéis e... cassinos.
O primeiro deles, que continua firme e forte até hoje, é o Flamingo Hotel. Fica na parte antiga da cidade, Old Las Vegas, que merece um post especial. Este hotel, no entanto, é pequeno perto da segunda geração de resorts que começaram a ser construídos a partir de 1989.
O primeiro dessa segunda leva é The Mirage, em cuja entrada existe um vulcão que entra em erupção a cada meia hora. O turista está passeando pela rua e começam explosões, música apoteótica, luzes vermelhas!... É o vulcão do The Mirage, rodeado por um inacreditável complexo de fontes de água - considerando que estamos no meio do deserto.
Cada hotel de Las Vegas tenta superar o outro com atrativos inusitados. Bellagio, por exemplo, - talvez o mais fiel à estética cafona-chic norte-americana - tem na entrada um imenso lago com chafarizes dançarinos. A cada 15 minutos, jatos de água entram em ação ao som de músicas variadas: clássicos, Michael Jackson, new age.
O mais bonito desse show é que a água sobe muito, muito alta e, dependendo da música, é pulverizada formando uma cortina de gotículas que envolvem as hordas de turistas amontoados nas balaustradas ao redor, todos de boca aberta.
Alguns hotéis são exemplos flagrantes do tema do livro de Umberto Eco, Viagem na irrealidade cotidiana, no qual ele critica a obsessão pela cópia tão característica dos americanos. O hotel Paris tem uma Torre Eiffel na entrada - quase em tamanho natural. Já The Venetian tem um lago onde os turistas podem passear de gôndola.
Críticas a parte, confesso que adorei tudo. É um uma brincadeira. Tem que levar com humor e deixar o lado o seu lado criança se manifestar.
Abaixo, os chafarizes dançarinos do Bellagio com a Torre Eiffel fake ao fundo.

Em 1911, Las Vegas tornou-se oficialmente uma cidade. Mas o crescimento veio a partir de 1940, quando a máfia se mudou para a região e começou a investir dinheiro na construção dos hotéis e... cassinos.
O primeiro deles, que continua firme e forte até hoje, é o Flamingo Hotel. Fica na parte antiga da cidade, Old Las Vegas, que merece um post especial. Este hotel, no entanto, é pequeno perto da segunda geração de resorts que começaram a ser construídos a partir de 1989.
O primeiro dessa segunda leva é The Mirage, em cuja entrada existe um vulcão que entra em erupção a cada meia hora. O turista está passeando pela rua e começam explosões, música apoteótica, luzes vermelhas!... É o vulcão do The Mirage, rodeado por um inacreditável complexo de fontes de água - considerando que estamos no meio do deserto.
Cada hotel de Las Vegas tenta superar o outro com atrativos inusitados. Bellagio, por exemplo, - talvez o mais fiel à estética cafona-chic norte-americana - tem na entrada um imenso lago com chafarizes dançarinos. A cada 15 minutos, jatos de água entram em ação ao som de músicas variadas: clássicos, Michael Jackson, new age.
O mais bonito desse show é que a água sobe muito, muito alta e, dependendo da música, é pulverizada formando uma cortina de gotículas que envolvem as hordas de turistas amontoados nas balaustradas ao redor, todos de boca aberta.
Alguns hotéis são exemplos flagrantes do tema do livro de Umberto Eco, Viagem na irrealidade cotidiana, no qual ele critica a obsessão pela cópia tão característica dos americanos. O hotel Paris tem uma Torre Eiffel na entrada - quase em tamanho natural. Já The Venetian tem um lago onde os turistas podem passear de gôndola.
Críticas a parte, confesso que adorei tudo. É um uma brincadeira. Tem que levar com humor e deixar o lado o seu lado criança se manifestar.
Abaixo, os chafarizes dançarinos do Bellagio com a Torre Eiffel fake ao fundo.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Eu e eu mesma em Las Vegas
De vez em quando a vida nos dá uns presentes. Presentões. Em abril surgiu uma oportunidade de trabalho muito boa que trouxe junto uma viagem para um lugar inusitado, que eu não imaginava o que era, e que dificilmente planejaria visitar: Las Vegas, a cidade do jogo no meio do deserto norte-americano. O que eu não sabia é que lá tem muito mais coisas legais para ver e fazer, além do jogo.
Para ser sincera, eu não joguei nenhuma vez. Não apostei um centavo sequer. Mas adorei perambular entre as máquinas coloridas e barulhentas, espalhadas nos imensos salões onde é sempre noite - propositalmente, para as pessoas perderem a noção do tempo e seguirem jogando.
Eu estava fora dessa onda. Trabalhava de sete da manhã às seis da tarde e depois disso... alforria! Partia sozinha para The Strip, como é chamado o Las Vegas Boulevard, a rua dos grandes hotéis onde se concentra o movimento.
Las Vegas é uma Disneylândia para adultos. Cada hotel - um mundo! - é um parque temático onde há tudo que os sonhos dos adultos podem sonhar. Tem um hotel que tem uma montanha-russa dentro. Eu fui, claro. E gritei tudo o que tinha para gritar - de alegria, cansaço, êxtase...
O bom dessa viagem é que também foi um grande encontro comigo mesma. Eu adorei a minha companhia. Nos divertimos pacas, eu e eu mesma.
Aos poucos vou contar minhas aventuras em Las Vegas. A fabulosa Las Vegas, como diz o velho slogan da cidade: Welcome to fabulous Las Vegas.
Para ser sincera, eu não joguei nenhuma vez. Não apostei um centavo sequer. Mas adorei perambular entre as máquinas coloridas e barulhentas, espalhadas nos imensos salões onde é sempre noite - propositalmente, para as pessoas perderem a noção do tempo e seguirem jogando.
Eu estava fora dessa onda. Trabalhava de sete da manhã às seis da tarde e depois disso... alforria! Partia sozinha para The Strip, como é chamado o Las Vegas Boulevard, a rua dos grandes hotéis onde se concentra o movimento.
Las Vegas é uma Disneylândia para adultos. Cada hotel - um mundo! - é um parque temático onde há tudo que os sonhos dos adultos podem sonhar. Tem um hotel que tem uma montanha-russa dentro. Eu fui, claro. E gritei tudo o que tinha para gritar - de alegria, cansaço, êxtase...
O bom dessa viagem é que também foi um grande encontro comigo mesma. Eu adorei a minha companhia. Nos divertimos pacas, eu e eu mesma.
Aos poucos vou contar minhas aventuras em Las Vegas. A fabulosa Las Vegas, como diz o velho slogan da cidade: Welcome to fabulous Las Vegas.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Vaga-lumes
Vinte anos, trinta anos!... Mas o que é o tempo?
- Vavá, lembra aquela viagem a Visconde de Mauá, quando furou o pneu na estrada à noite?
- Lembro...
- Foi horrível!...
- Foi!... Mas ali, eu vi uma coisa que nunca mais vi, e que nunca mais esqueci...
Ana não me deixou completar a frase.
- Os vaga-lumes!
Batemos nossas mãos no ar, clap!
A força da lembrança iluminou a cena:
Estrada de terra, pneu furado, motorista esbravejando.
De repente alguém fala, "Olha!..."
Na densa floresta acima de nós, centenas, milhares de vaga-lumes piscavam suas luzinhas quebrando com delicadeza a escuridão. A beleza nos obrigou a parar, esquecer o pneu furado, a fome, a vontade de chegar...
A constatação da amizade e de que o tempo é nada.
- Vavá, lembra aquela viagem a Visconde de Mauá, quando furou o pneu na estrada à noite?
- Lembro...
- Foi horrível!...
- Foi!... Mas ali, eu vi uma coisa que nunca mais vi, e que nunca mais esqueci...
Ana não me deixou completar a frase.
- Os vaga-lumes!
Batemos nossas mãos no ar, clap!
A força da lembrança iluminou a cena:
Estrada de terra, pneu furado, motorista esbravejando.
De repente alguém fala, "Olha!..."
Na densa floresta acima de nós, centenas, milhares de vaga-lumes piscavam suas luzinhas quebrando com delicadeza a escuridão. A beleza nos obrigou a parar, esquecer o pneu furado, a fome, a vontade de chegar...
A constatação da amizade e de que o tempo é nada.

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