terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carnaval 2012

Carnaval, para mim, é como a Meditação da Rosa Mística, que nunca cheguei a fazer (vontade não falta). Essa meditação dura três horas e funciona assim:

Um grupo de pessoas se reúne passa a primeira hora rindo. Mesmo que não sinta vontade de rir, deve forçar o riso. Lá pelas tantas, as risadas - de verdade - vem com tudo. A gente se acaba de rir. Aí vai serenando, serenando, e vem a segunda hora, quando se deve chorar. Após os primeiros choros forçados, chegam os choros ancestrais. Que medo! Aí vai serenando, serenando... E a terceira hora é em silêncio. Para cada um tirar as próprias conclusões.

Mal comparando, no Carnaval eu chego de mansinho... Esse ano vai ser diferente? Será que não vou gostar tanto do Carnaval? Mas aí eu vejo toda aquela gente sorrindo, cantando, dançando no meio da rua. É uma festa cheia de gente - e festa boa. Temos permissão para parar tudo e festejar, todos juntos, no meio da rua. Que maravilha!

Começo a cantarolar baixinho, mexer os pés e a coisa vai crescendo, aparecendo, e daí a pouco sou tomada pela festa. Não quero mais parar. Esse ano foi assim, mais uma vez.

Fantasias engraçadas que eu vi:

. Negão de camisa, chapéu panamá, óculos escuro e o nariz pintado de preto...? Era o Mestre Cartola, gente!
. Bando de amigos com bombom de Serenata de Amor ao redor do bumbum.
. Três moços altos, louros, com caras de gringo, vestidos como comissários de bordo. Levaram um avião inflável e ficavam jogando para o alto no meio da multidão.
. Homem enorme de gordo com peruca chanel, vestido vermelho, dentões brancos postiços e um coelho de pelúcia azul na mão: Mônica e Sansão!
. Homem de lata, do Mágico de Oz: no lugar do pinto tinha uma torneira de onde saía suco de pêssego com vodka... Eca!

Eu me fantasiei de policial, índia, rastafari e dondoca. No dia da policial, aos engraçadinhos que vinham pedir "me prende, me prende", eu respondia: "Não posso, tô em greve!"

Bem que podia ter mais um Carnaval no meio do ano!

Abaixo, o baile do Cordão do Boitatá na Praça VX, Rio de Janeiro, no domingo de Carnaval.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mulher com criança no colo

Subi no ônibus, era duas da tarde, um sol escaldante do lado de fora. Senti o cheiro. Que cheiro era aquele? Parecia urina seca, forte!

Assim que passei a roleta, a cena: no espaço reservado para cadeirantes, uma mulher negra, muito velha, envolta em trapos, os pés inchados enfaixados, um saco plástico envolvendo a carapinha branca, sentada em sua cadeira de rodas, atada às ferragens do ônibus, tendo nos braços uma criança adormecida. Um menino mulato, gordinho, só de shorts, e ela segurava-o firmemente.

Quem seria aquela criança? Um neto? Pelo cuidado com que tomava conta do menino, poderia ser, sim.

Uma moça no banco atrás de mim fez uma careta, tapou o nariz com os dedos e mudou de lugar. Foi sentar bem longe, lá atrás, no último banco do ônibus.

E eu fiquei admirada, hipnotizada pela imagem da velha com o menino nos braços. Cheguei a pensar, o pensamento mesquinho: “Melhor parar de olhar ou ela vai me pedir dinheiro”.

Mas que nada, ela tinha dinheiro. Entrou um vendedor de balas no ônibus e ela sacou um porta-níqueis, tirou de lá uma moeda e comprou dois pacotinhos de amendoim. O menino desacordado, suado! Mas ia ter o que comer quando despertasse.

Eu continuava olhando. Era uma cena bela! Como podia ser bela aquela mendiga velha, suja e fedorenta com o menino no colo? Mas era.

Chegou a hora de saltar. Passei pela mulher e, nesse exato instante, um dos pacotinhos de amendoim caiu das mãos dela, foi parar no chão, perto da roda da cadeira de rodas.

- Filha, vc pega pra mim?

- Claro!

Abaixei e peguei o amendoim, entreguei nas mãos dela com um sorriso, e ela sorriu de volta pra mim, o menino dormindo.

Fui embora imensamente agradecida por ter sido merecedora de um olhar daquela mulher. Por poder lhe entregar o amendoim.

A Beleza guardada dentro de mim.

domingo, 15 de janeiro de 2012

El Tigre

Já escrevi sobre Ele antes, e aqui vai novamente: El Tigre é o meu passeio favorito em Buenos Aires. Todas as vezes em que visitei a capital portenha nunca deixei de ir lá.

Dessa vez, fomos visitar o antigo cassino que foi todo restaurado. A propósito, ao caminhar pela beira do rio, vemos que tudo ali foi recuperado. Perguntamos aos nossos amigos, mais tarde, e a resposta: um político aposentado, natural daquela província, voltou para lá e resolveu ajeitar tudo. Investiu dinheiro do próprio bolso, reurbanizou...

O resultado é visível aos olhos e ao coração: canteiros cheios de hortências – cor de rosa, nunca tinha visto nesse tom! –, caminhos para pedestres e ciclistas, tudo novo e bonito.





Mas o cassino... É de cair duro para trás! Parece que viajamos no tempo e voltamos à época descrita por Fitzgerald em O grande Gatsby. O prédio, que andou fechado e abandonado por décadas, foi todo restaurado, assim como a riqueza dos interiores: ricos afrescos no teto, delicados detalhes em ouro, magníficos lustres de cristal... Pena que não deixam tirar fotos lá dentro.





Fomos em dia de semana e éramos os únicos visitantes: um silêncio, um frescor!...

E a passarela de mármore onde as pessoas, antigamente, ao perderem tudo no jogo, corriam e se jogavam no rio – um gesto dramático, pois não acredito que a profundidade ali dê para isso -, descortina a vista emocionante do Tigre.



Enfim, se algum de vocês for a Buenos Aires, vá visitar El Tigre. Vale muito!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ação entre amigos - Reveillón em Paraty

A dica era do meu amigo Ricardo, que mora em Paraty: “Quando chegar à praia, tenta reunir um grupo de pessoas para dividir um barco e ir ao Saco do Mamanguá” OK!

No dia 29 de dezembro, saímos de Paraty às 11h da manhã e fomos a Paraty Mirim, praia de águas calmas a 40 minutos da cidade histórica. Tempo nublado, feio, mas sem chuva. Chegando lá, fui logo abordada por um barqueiro. Valor do passeio: R$ 120,00.

Encontrei uma família grande, 5 pessoas, e convidei a dividir com a gente. Toparam! Mas no que eu fui nadar, atravessar o rio – água gelada! – e voltei, a notícia:

- Olha, aquela família que tinha combinado com a senhora já foi.

- Como assim, já foi?

- Não quiseram esperar e foram.

Como diz o meu namorado: “Falsos!”

Comecei novamente do zero: abordar as pessoas na praia – não eram muitas –, explicar o que é o Saco do Mamanguá – um fiorde brasileiro, um braço de mar terra adentro, cercado de montanhas e floresta por todos os lados –, dizer o valor etc.

Um jovem professor de educação física, acompanhado da sobrinha de 20 anos e do filho pequeno aceitou, animadíssimo. Uma família de cearenses e paraibanos residentes em São Paulo – 6 adultos e uma criança – também. Éramos 13.

- Ah, minha senhora, o meu barco não agüenta. Só tem lugar pra 12!

Fomos atrás do Seu Ademir, que estava tomando uma cerveja em um bar sabe-se lá onde, dono de um barco com capacidade para 15 pessoas. Mas o valor aumentou: R$ R$ 150,00, e isso deu início a nova rodada de negociações.

Moral da história: o barco partiu quase às quatro da tarde, todo mundo sem almoçar, o céu parecendo que ia desabar nas nossas cabeças, de tão escuro. Mas eram tantas as risadas, tanta a vontade de viajar – a essa altura mais pela alegria e a novidade daquela ação entre amigos recentes e tão diferentes – que lá fomos nós...

E sabe que a chuva não caiu? Esperou a gente ir e voltar: 3 horas de passeio com direito a parada em uma aldeia de pescadores para comer batatinha frita com coca-cola.

Chegamos de volta em Paraty Mirim quase às sete da noite, tudo escuro, um frio!... Mas todo mundo feliz e com as bochechas doendo de tanto rir e sorrir.

Abaixo, a melhor turma do Ano Novo em Paraty. Seu Ademir à esquerda, de camisa branca.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Feliz 2012!

Queridos amigos e leitores, que em 2012 as coisas boas se multipliquem e se derramem sobre nós, envolvendo-nos em um manto de Amor e Bondade, para que tenhamos a paz necessária para trabalhar pelos nossos sonhos. Muitos beijos, continuamos aqui, juntos!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sobre a AMIZADE

- Ah, Vá, escreve da gente...

Eu tinha um post sobre a viagem a Buenos Aires na cabeça, mas resolvi mudar depois que ouvi o pedido da minha amiga Renata na mesa do bar.

Renata é minha amiga desde... (melhor omitir datas) Desde o Científico no Colégio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro. Além dela, estavam também: Maria, Simone, Ana Paula, Paulo Bernardo, Sérgio Gonçalves. Faltaram Luciana e Sérgio Garcia. Nós estudamos juntos no 1º, 2º e 3º ano Científico - hoje chamado Ensino Médio - e o tempo e as vidas diferentes não conseguiram nos afastar. Várias vezes por ano nos encontramos em algum bar do Leblon, bairro onde ainda está o bendito colégio, e onde a maioria de nós ainda mora.

Confesso que o Santo Agostinho foi o lugar em que estudei do qual menos gosto. Colégio de padres, careta demaaaais!... Além do mais, meu pai morreu quando eu estava no 2º ano e minha vida desabou. Mas nada disso turvou a amizade com meus queridos colegas.

Por isso, proponho uma reflexão especial, nesse fim de ano, sobre o valor da AMIZADE e dos AMIGOS nas nossas vidas. Com parentes e amores a gente, volta e meia, se atrita. Com amigos também, mas menos. Na maioria das vezes, é com eles que compartilhamos... tudo! Alegrias e tristezas, ganhos e perdas.

Ainda me lembro do abraço do Paulo Bernardo na missa de sétimo dia do meu pai. E do abraço que eu mesma dei na Simone, na missa de sétimo dia do pai dela. E a Maria, que é fisioterapeuta, hoje mesmo cuidou do meu joelho!

VIVA OS AMIGOS!!!

Muita saúde, AMOR, AMIZADE, Paz, Prosperidade, Felicidade para todos nós em 2012! E para sempre, amén!

Abaixo, nós todos juntos no antigo bar Guapo Louco, com o querido Norton (bem no meio, de azul), que já nos deixou, mas continua vivo em nossos corações.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mi Buenos Aires querido

Eu fui ano passado e gostei tanto que estou voltando... Uma semana comendo assados en la parrilla e bebendo bons vinhos. Y otras cositas más... Até a volta!

Abaixo, a livraria El Ateneo, visita obrigatória.