Primo Levi (1919-1987), escritor italiano, foi preso e passou 11 meses no campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polônia, no fim da Segunda Guerra. Seu livro É isto um homem? (nova edição pela Rocco em 2013), narra o dia a dia no campo com menos detalhes mórbidos do sofrimento físico e mais descrições e reflexões sobre rotina e a dinâmica entre as pessoas. Um verdadeiro estudo da humanidade realizado com base em uma amostra de gente vivendo em condições extremas de fome, frio, desconforto, humilhação e pressão psicológica.
Uma das regras identificadas por Levi em suas observações é 'a quem tem, será dado'. Isso significa que os mais fortes, os mais políticos, os mais 'proeminentes' dentro do campo, são justamente aqueles que acabam conseguindo um tratamento melhor dos alemães ou dos outros judeus que ocupam posições estratégicas.
Pouco antes de ganhar o livro de presente do escritor Guille Thomazi, encontrei minha depiladora, Ana, no ônibus do Metrô, rumo ao Centro, e surgiu papo sobre o mesmo tema. Eu ia à cerimônia de premiação de uma mulher rica que ganhou, merecidamente, larga soma de dinheiro por conta de um trabalho realizado. Contei a Ana onde estava indo: a premiação, montante em dinheiro e a vencedora. Intrigou-me o comentário dela:
- Mas é sempre assim: que tem mais é quem ganha. Lembra quando existia bingo? Eu ia com minhas amigas e a mais rica era quem ganhava mais vezes. Presta atenção.
Fiquei espantada com a sabedoria da Ana e me pus a matutar. Qual seria a explicação? Posso especular que, quem tem dinheiro, já pulou as etapas dos pudores em relação ao mesmo - culpa, memória de conflitos (nas famílias que brigam por ele), medo de perder. Por outro lado, quem já tem dinheiro deve desfrutar de um sentimento de que aquilo é seu por direito, faz parte da sua vida e da sua natureza. Por que não desfrutar? Que venha mais!
Primo Levi, em É isto um homem?, confirma a teoria de Ana, a depiladora.
Só gostaria que a Vida, suavemente, operasse em mim as mudanças necessárias para que o dinheiro seja algo espontâneo, natural, meu por direito, e que eu possa logo desfrutá-lo livre de quaisquer pré-conceitos.
Abaixo, a pirita (dourada) e o citrino (amarelo), pedras que dizem ser ótimas para atrair riqueza e prosperidade.
domingo, 8 de setembro de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Melhores textos em livro!
Amigos, após seis anos, A pausa do tempo vai encerrar suas atividades com chave de ouro: a publicação de um livro - ebook e impressão sob demanda - com uma seleção dos melhores textos.
A editora é a Jaguatirica Digital e o lançamento será em agosto, no Rio de Janeiro. Quando chegar mais perto, vou informar direitinho a data, local e horário. E, principalmente, onde e como adquirir o livro!
Adianto as duas opções de capas criadas pelo designer Marcel Felipe Lopes. Fiz uma votação no facebook e a da folha ganhou. Muito embora eu ache que a árvore tem mais a ver com o espírito do blog.
A votação continua em aberto, quem quiser pode escolher.
Agradeço a todos, de coração, a leitura e a companhia todos esses anos. Muitos beijos, seguimos em contato.
A editora é a Jaguatirica Digital e o lançamento será em agosto, no Rio de Janeiro. Quando chegar mais perto, vou informar direitinho a data, local e horário. E, principalmente, onde e como adquirir o livro!
Adianto as duas opções de capas criadas pelo designer Marcel Felipe Lopes. Fiz uma votação no facebook e a da folha ganhou. Muito embora eu ache que a árvore tem mais a ver com o espírito do blog.
A votação continua em aberto, quem quiser pode escolher.
Agradeço a todos, de coração, a leitura e a companhia todos esses anos. Muitos beijos, seguimos em contato.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Coração humano: validade: 20 anos
Outro encontro marcante no Carnaval foi com um motorista de táxi.
Neste dia, eu estava de freira.
Fiz sinal para ele no Largo do Machado, parou e eu entrei. O trânsito estava ruim. O motivo era o trio elétrico de uma igreja evangélica cantando hinos em ritmo de carnaval.
Comentei que achava bacana, em vez de condenar, eles se inserirem no contexto para divulgar os ensinamentos da Bíblia.
- Pois é... - respondeu o motorista. - Estou para ir nessa igreja. Tenho que ir.
Antes que eu perguntasse por que - adoro conversar com motoristas de táxi, ou melhor, com qualquer pessoa - ele continuou.
- É que desde novembro de 2012, tenho um coração novo batendo dentro do peito. É o coração de um jovem de 21 anos.
???
O motorista contou que tinha 51 anos, era ex-funcionário da Petrobrás e há uns 5 anos teve o diagnóstico de uma doença que faz o coração inchar. Morte certa. No entanto, o bom plano de saúde da empresa proporcionou uma cirurgia de emergência para a troca do órgão por um coração artificial, até encontrarem um doador para o transplante. Prazo de validade da maquineta: 2 anos.
- Em novembro passado, quando faltava um mês para a data expirar, me telefonaram...
Um jovem do interior de São Paulo, vítima de um acidente de moto, tivera morte cerebral e a família já havia autorizado a doação dos órgãos. As características eram compatíveis com as do meu interlocutor. Nova cirurgia e, desde então, o coração de 21 anos batia em seu peito.
- E qual é a validade deste? - perguntei ansiosa.
- 20 anos. Ou seja, aos 70, se tudo der certo, eu consigo chegar.
O homem me contou que, desde novembro, fazia tudo bem devagar. Não trabalhava na hora do rush, nunca pegava mais do que dois passageiros.
- Pra ver se consigo durar um pouco mais - explicou.
O próximo passo era ir à igreja. Agradecer.
Neste dia, eu estava de freira.
Fiz sinal para ele no Largo do Machado, parou e eu entrei. O trânsito estava ruim. O motivo era o trio elétrico de uma igreja evangélica cantando hinos em ritmo de carnaval.
Comentei que achava bacana, em vez de condenar, eles se inserirem no contexto para divulgar os ensinamentos da Bíblia.
- Pois é... - respondeu o motorista. - Estou para ir nessa igreja. Tenho que ir.
Antes que eu perguntasse por que - adoro conversar com motoristas de táxi, ou melhor, com qualquer pessoa - ele continuou.
- É que desde novembro de 2012, tenho um coração novo batendo dentro do peito. É o coração de um jovem de 21 anos.
???
O motorista contou que tinha 51 anos, era ex-funcionário da Petrobrás e há uns 5 anos teve o diagnóstico de uma doença que faz o coração inchar. Morte certa. No entanto, o bom plano de saúde da empresa proporcionou uma cirurgia de emergência para a troca do órgão por um coração artificial, até encontrarem um doador para o transplante. Prazo de validade da maquineta: 2 anos.
- Em novembro passado, quando faltava um mês para a data expirar, me telefonaram...
Um jovem do interior de São Paulo, vítima de um acidente de moto, tivera morte cerebral e a família já havia autorizado a doação dos órgãos. As características eram compatíveis com as do meu interlocutor. Nova cirurgia e, desde então, o coração de 21 anos batia em seu peito.
- E qual é a validade deste? - perguntei ansiosa.
- 20 anos. Ou seja, aos 70, se tudo der certo, eu consigo chegar.
O homem me contou que, desde novembro, fazia tudo bem devagar. Não trabalhava na hora do rush, nunca pegava mais do que dois passageiros.
- Pra ver se consigo durar um pouco mais - explicou.
O próximo passo era ir à igreja. Agradecer.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
A solidão - em pleno Carnaval
Nesse dia, eu estava de Cleópatra.
Sentei para comer em frente a mulher de vestido vermelho, volta e meia, nos olhávamos com os rabos dos olhos. Devia ter mais de 60 anos. Vi quando passou uma nota de dinheiro embolada, discretamente, na mão de um garçom. Para que seria?
- Você vem do Carnaval? - ela puxou conversa.
Sim, eu vinha do Sassaricando e do Boitatá. Contei minhas aventuras no centro da cidade e expliquei que havia parado em Botafogo para visitar minha mãe.
Celina - esse era o nome da mulher - me presenteou, no meio do Carnaval, com a história de sua vida. Foi casada duas vezes, a primeira com o pai de seu único filho, que morreu precocemente. A segunda com um homem maravilhoso que ajudou a criar o menino e deu-lhes muito boa condição: moravam em um apartamento enorme em Copacabana, bem pertinho do mar. Nada faltava.
O tempo passou, o filho casou e lhe deu duas netas. Morreu aos 42 anos, de enfarte fulminante, em 2010. Alguns meses depois, o marido também morreu de repente. Em uma dessas reviravoltas da vida, Celina ficou só no imenso apartamento em Copacabana.
Decidiu mudar-se. Procura daqui, procura dali, uma amiga levou-a para ver um imóvel em Botafogo.
- Eu entrei e gostei tanto! Acho que estava querendo muito me mudar rápido, mas esqueci de olhar a rua onde ficava. Só fui prestar atenção nisso depois que estava instalada.
A rua é a General Polidoro. Não é ruim, mas... bem diferente de Copacabana, pertinho do mar.
Celina me contou que todos dias vai ao shopping de comidas na saída do Hortifruti. Uma moça com quem entabulou conversa, e que também vai lá todos os dias, apresentou-a às pessoas. Mas, por mais tempo que passe no shopping, sempre chega a hora de voltar para casa.
- O pior de tudo, Valéria, é a solidão. A morte do filho e do marido, eu ainda choro, mas consigo lidar. O mais difícil de lidar é a solidão.
Levantamos juntas para pagar a conta e a vi de corpo inteiro: alta, magra, sapatos de salto anabela, seios no lugar, os bicos sobressaindo sob a fina malha do vestido vermelho. Ainda. Aos 73 anos - idade verdadeira.
Despedimo-nos com um abraço em frente às Americanas da Rua da Passagem, onde ela tinha uma comprinha a fazer.
Sentei para comer em frente a mulher de vestido vermelho, volta e meia, nos olhávamos com os rabos dos olhos. Devia ter mais de 60 anos. Vi quando passou uma nota de dinheiro embolada, discretamente, na mão de um garçom. Para que seria?
- Você vem do Carnaval? - ela puxou conversa.
Sim, eu vinha do Sassaricando e do Boitatá. Contei minhas aventuras no centro da cidade e expliquei que havia parado em Botafogo para visitar minha mãe.
Celina - esse era o nome da mulher - me presenteou, no meio do Carnaval, com a história de sua vida. Foi casada duas vezes, a primeira com o pai de seu único filho, que morreu precocemente. A segunda com um homem maravilhoso que ajudou a criar o menino e deu-lhes muito boa condição: moravam em um apartamento enorme em Copacabana, bem pertinho do mar. Nada faltava.
O tempo passou, o filho casou e lhe deu duas netas. Morreu aos 42 anos, de enfarte fulminante, em 2010. Alguns meses depois, o marido também morreu de repente. Em uma dessas reviravoltas da vida, Celina ficou só no imenso apartamento em Copacabana.
Decidiu mudar-se. Procura daqui, procura dali, uma amiga levou-a para ver um imóvel em Botafogo.
- Eu entrei e gostei tanto! Acho que estava querendo muito me mudar rápido, mas esqueci de olhar a rua onde ficava. Só fui prestar atenção nisso depois que estava instalada.
A rua é a General Polidoro. Não é ruim, mas... bem diferente de Copacabana, pertinho do mar.
Celina me contou que todos dias vai ao shopping de comidas na saída do Hortifruti. Uma moça com quem entabulou conversa, e que também vai lá todos os dias, apresentou-a às pessoas. Mas, por mais tempo que passe no shopping, sempre chega a hora de voltar para casa.
- O pior de tudo, Valéria, é a solidão. A morte do filho e do marido, eu ainda choro, mas consigo lidar. O mais difícil de lidar é a solidão.
Levantamos juntas para pagar a conta e a vi de corpo inteiro: alta, magra, sapatos de salto anabela, seios no lugar, os bicos sobressaindo sob a fina malha do vestido vermelho. Ainda. Aos 73 anos - idade verdadeira.
Despedimo-nos com um abraço em frente às Americanas da Rua da Passagem, onde ela tinha uma comprinha a fazer.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
O valor de um segredo
Dia desses fiz uma longa viagem de carro com uma pessoa não tão próxima que conviva comigo no dia a dia, nem tão distante que eu não considere uma amiga. Sempre que nos encontramos, o papo flui. Dessa vez, no meio do blá blá blá, surgiu um segredo. Ela me confidenciou algo que ainda não havia compartilhado com ninguém. Um fato muito bonito, porém, tão íntimo que me perguntei se teria coragem de compartilhar algo semelhante com ela, ou com qualquer outra pessoa.
Um segredo.
Conheço outras pessoas que conhecem esta pessoa, e que ficariam admiradas com o que ela me contou. Sou bem amiga dessa gente e poderia contar com facilidade pedindo “desde que isso fique entre nós” etc. Mas na hora em que ouvi a confidencia, pensei: “não posso e não vou contar a ninguém”. Ela nem se lembrou de pedir a mim essa discrição.
No mundo de hoje contar tudo a todos é cada vez mais comum. Até porque, por mais cabeludo que seja um segredo, os jornais estão cheios de histórias cabeludas todos os dias. Tantas, que a gente ouve e esquece.
Faz pouco tempo, Xuxa contou no Fantástico que foi abusada durante toda a infância por um tio ou amigo da família (sei lá, já esqueci!). Todos se admiraram com a revelação, o espanto durou algumas semanas e já faz parte do passado.
Outra questão é que a informação tem muito valor. Alguém bem informado – mesmo que as informações que detenha sejam sobre a vida dos outros – costuma ser visto com mais respeito e até temor por “saber das coisas”. Se ele resolve abrir a boca...
Portanto, para que guardar um segredo? Chega a dar coceirinha na ponta da língua de vontade de contar... Procurei dentro de mim a resposta e encontrei: por nada. Guardar segredo serve para nada. Só para ser fiel (a mim mesma) e estar em paz com o universo.
Um segredo.
Conheço outras pessoas que conhecem esta pessoa, e que ficariam admiradas com o que ela me contou. Sou bem amiga dessa gente e poderia contar com facilidade pedindo “desde que isso fique entre nós” etc. Mas na hora em que ouvi a confidencia, pensei: “não posso e não vou contar a ninguém”. Ela nem se lembrou de pedir a mim essa discrição.
No mundo de hoje contar tudo a todos é cada vez mais comum. Até porque, por mais cabeludo que seja um segredo, os jornais estão cheios de histórias cabeludas todos os dias. Tantas, que a gente ouve e esquece.
Faz pouco tempo, Xuxa contou no Fantástico que foi abusada durante toda a infância por um tio ou amigo da família (sei lá, já esqueci!). Todos se admiraram com a revelação, o espanto durou algumas semanas e já faz parte do passado.
Outra questão é que a informação tem muito valor. Alguém bem informado – mesmo que as informações que detenha sejam sobre a vida dos outros – costuma ser visto com mais respeito e até temor por “saber das coisas”. Se ele resolve abrir a boca...
Portanto, para que guardar um segredo? Chega a dar coceirinha na ponta da língua de vontade de contar... Procurei dentro de mim a resposta e encontrei: por nada. Guardar segredo serve para nada. Só para ser fiel (a mim mesma) e estar em paz com o universo.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Nostalgia da juventude
Às vésperas de mais um aniversário, uma nova crise se anuncia. Digo "nova" porque houve outra, quando faltavam uns três anos para completar 40. Como boa aquariana, vivo tudo antes do tempo.
Ainda falta para os 50, mas, de repente, surgiu lá das profundezas uma nostalgia... Do que já vivi. Do que não vivi. Do que gostaria de viver agora. É horrível, porque é o desejo do impossível: voltar a ser jovem com cabeça de jovem. Com toda a irresponsabilidade, irreverência, inconsequência que a juventude encerra.
Domingo, passei pela praia de Ipanema à noite e havia uma 'rave' improvisada. Uma associação entre um jornal e uma marca de cerveja pôs um conhecido DJ para tocar nas tardes do fim de semana. No momento em que passava por ali, avistei um grupo de pessoas - a maioria jovens, adivinhei - dançando, bebendo, se divertindo noite adentro. "Que delícia!", pensei. Mas já tinha saído da praia, tomado banho, me arrumado e estava a caminho de outra programação - também ótima, é bom dizer.
Mas a nostalgia é implacável: vontade de estar na praia, sem lenço nem documento, toda suja de areia, lata de cerveja na mão, aberta a todas as possibilidades que a noite pudesse trazer.
Não posso dizer que não aproveitei a juventude. Aproveitei além da conta. Já me arrependi de algumas coisas, inclusive. Mas agora recordo o trecho de "O retrado de Dorian Gray" em que uma condessa comenta que, depois que envelhecemos, aquilo que menos lamentamos são os erros cometidos na juventude. Verdade!
Ó céus! Se for preciso apelar para a fluoxetina e outras "inas", juro que vou apelar! (Esse pragmatismo, só a idade traz).
.
Ainda falta para os 50, mas, de repente, surgiu lá das profundezas uma nostalgia... Do que já vivi. Do que não vivi. Do que gostaria de viver agora. É horrível, porque é o desejo do impossível: voltar a ser jovem com cabeça de jovem. Com toda a irresponsabilidade, irreverência, inconsequência que a juventude encerra.
Domingo, passei pela praia de Ipanema à noite e havia uma 'rave' improvisada. Uma associação entre um jornal e uma marca de cerveja pôs um conhecido DJ para tocar nas tardes do fim de semana. No momento em que passava por ali, avistei um grupo de pessoas - a maioria jovens, adivinhei - dançando, bebendo, se divertindo noite adentro. "Que delícia!", pensei. Mas já tinha saído da praia, tomado banho, me arrumado e estava a caminho de outra programação - também ótima, é bom dizer.
Mas a nostalgia é implacável: vontade de estar na praia, sem lenço nem documento, toda suja de areia, lata de cerveja na mão, aberta a todas as possibilidades que a noite pudesse trazer.
Não posso dizer que não aproveitei a juventude. Aproveitei além da conta. Já me arrependi de algumas coisas, inclusive. Mas agora recordo o trecho de "O retrado de Dorian Gray" em que uma condessa comenta que, depois que envelhecemos, aquilo que menos lamentamos são os erros cometidos na juventude. Verdade!
Ó céus! Se for preciso apelar para a fluoxetina e outras "inas", juro que vou apelar! (Esse pragmatismo, só a idade traz).
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domingo, 25 de novembro de 2012
As raízes - I
Cruz Alta é uma cidade perdida no centro oeste do Rio Grande do Sul, a 5 horas de ônibus de Porto Alegre. Não tem aeroporto, não tem cinema, o único shopping que abriu, fechou. No entanto, desde que conquistei um mínimo de independência, aos 17 anos - quando fui emancipada, logo após a morte de meu pai -, eu volto e volto a este lugar.
Dizem que é porque bebi a "água da panelinha", lenda cruzaltina. Já minha tia, que nasceu e viveu lá a vida inteira, dizia que era por causa da santa, Nossa Senhora de Fátima, que fica aos pés do cruzeiro, fixado em um morro alto da cidade.
- Teu pai não te queria, minha filha... Todos os dias eu ia aos pés da santa rezar, e aí está você.
Essa história é longa...
Dizem que é porque bebi a "água da panelinha", lenda cruzaltina. Já minha tia, que nasceu e viveu lá a vida inteira, dizia que era por causa da santa, Nossa Senhora de Fátima, que fica aos pés do cruzeiro, fixado em um morro alto da cidade.
- Teu pai não te queria, minha filha... Todos os dias eu ia aos pés da santa rezar, e aí está você.
Essa história é longa...
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