Dia desses fiz uma longa viagem de carro com uma pessoa não tão próxima que conviva comigo no dia a dia, nem tão distante que eu não considere uma amiga. Sempre que nos encontramos, o papo flui. Dessa vez, no meio do blá blá blá, surgiu um segredo. Ela me confidenciou algo que ainda não havia compartilhado com ninguém. Um fato muito bonito, porém, tão íntimo que me perguntei se teria coragem de compartilhar algo semelhante com ela, ou com qualquer outra pessoa.
Um segredo.
Conheço outras pessoas que conhecem esta pessoa, e que ficariam admiradas com o que ela me contou. Sou bem amiga dessa gente e poderia contar com facilidade pedindo “desde que isso fique entre nós” etc. Mas na hora em que ouvi a confidencia, pensei: “não posso e não vou contar a ninguém”. Ela nem se lembrou de pedir a mim essa discrição.
No mundo de hoje contar tudo a todos é cada vez mais comum. Até porque, por mais cabeludo que seja um segredo, os jornais estão cheios de histórias cabeludas todos os dias. Tantas, que a gente ouve e esquece.
Faz pouco tempo, Xuxa contou no Fantástico que foi abusada durante toda a infância por um tio ou amigo da família (sei lá, já esqueci!). Todos se admiraram com a revelação, o espanto durou algumas semanas e já faz parte do passado.
Outra questão é que a informação tem muito valor. Alguém bem informado – mesmo que as informações que detenha sejam sobre a vida dos outros – costuma ser visto com mais respeito e até temor por “saber das coisas”. Se ele resolve abrir a boca...
Portanto, para que guardar um segredo? Chega a dar coceirinha na ponta da língua de vontade de contar... Procurei dentro de mim a resposta e encontrei: por nada. Guardar segredo serve para nada. Só para ser fiel (a mim mesma) e estar em paz com o universo.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Nostalgia da juventude
Às vésperas de mais um aniversário, uma nova crise se anuncia. Digo "nova" porque houve outra, quando faltavam uns três anos para completar 40. Como boa aquariana, vivo tudo antes do tempo.
Ainda falta para os 50, mas, de repente, surgiu lá das profundezas uma nostalgia... Do que já vivi. Do que não vivi. Do que gostaria de viver agora. É horrível, porque é o desejo do impossível: voltar a ser jovem com cabeça de jovem. Com toda a irresponsabilidade, irreverência, inconsequência que a juventude encerra.
Domingo, passei pela praia de Ipanema à noite e havia uma 'rave' improvisada. Uma associação entre um jornal e uma marca de cerveja pôs um conhecido DJ para tocar nas tardes do fim de semana. No momento em que passava por ali, avistei um grupo de pessoas - a maioria jovens, adivinhei - dançando, bebendo, se divertindo noite adentro. "Que delícia!", pensei. Mas já tinha saído da praia, tomado banho, me arrumado e estava a caminho de outra programação - também ótima, é bom dizer.
Mas a nostalgia é implacável: vontade de estar na praia, sem lenço nem documento, toda suja de areia, lata de cerveja na mão, aberta a todas as possibilidades que a noite pudesse trazer.
Não posso dizer que não aproveitei a juventude. Aproveitei além da conta. Já me arrependi de algumas coisas, inclusive. Mas agora recordo o trecho de "O retrado de Dorian Gray" em que uma condessa comenta que, depois que envelhecemos, aquilo que menos lamentamos são os erros cometidos na juventude. Verdade!
Ó céus! Se for preciso apelar para a fluoxetina e outras "inas", juro que vou apelar! (Esse pragmatismo, só a idade traz).
.
Ainda falta para os 50, mas, de repente, surgiu lá das profundezas uma nostalgia... Do que já vivi. Do que não vivi. Do que gostaria de viver agora. É horrível, porque é o desejo do impossível: voltar a ser jovem com cabeça de jovem. Com toda a irresponsabilidade, irreverência, inconsequência que a juventude encerra.
Domingo, passei pela praia de Ipanema à noite e havia uma 'rave' improvisada. Uma associação entre um jornal e uma marca de cerveja pôs um conhecido DJ para tocar nas tardes do fim de semana. No momento em que passava por ali, avistei um grupo de pessoas - a maioria jovens, adivinhei - dançando, bebendo, se divertindo noite adentro. "Que delícia!", pensei. Mas já tinha saído da praia, tomado banho, me arrumado e estava a caminho de outra programação - também ótima, é bom dizer.
Mas a nostalgia é implacável: vontade de estar na praia, sem lenço nem documento, toda suja de areia, lata de cerveja na mão, aberta a todas as possibilidades que a noite pudesse trazer.
Não posso dizer que não aproveitei a juventude. Aproveitei além da conta. Já me arrependi de algumas coisas, inclusive. Mas agora recordo o trecho de "O retrado de Dorian Gray" em que uma condessa comenta que, depois que envelhecemos, aquilo que menos lamentamos são os erros cometidos na juventude. Verdade!
Ó céus! Se for preciso apelar para a fluoxetina e outras "inas", juro que vou apelar! (Esse pragmatismo, só a idade traz).
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domingo, 25 de novembro de 2012
As raízes - I
Cruz Alta é uma cidade perdida no centro oeste do Rio Grande do Sul, a 5 horas de ônibus de Porto Alegre. Não tem aeroporto, não tem cinema, o único shopping que abriu, fechou. No entanto, desde que conquistei um mínimo de independência, aos 17 anos - quando fui emancipada, logo após a morte de meu pai -, eu volto e volto a este lugar.
Dizem que é porque bebi a "água da panelinha", lenda cruzaltina. Já minha tia, que nasceu e viveu lá a vida inteira, dizia que era por causa da santa, Nossa Senhora de Fátima, que fica aos pés do cruzeiro, fixado em um morro alto da cidade.
- Teu pai não te queria, minha filha... Todos os dias eu ia aos pés da santa rezar, e aí está você.
Essa história é longa...
Dizem que é porque bebi a "água da panelinha", lenda cruzaltina. Já minha tia, que nasceu e viveu lá a vida inteira, dizia que era por causa da santa, Nossa Senhora de Fátima, que fica aos pés do cruzeiro, fixado em um morro alto da cidade.
- Teu pai não te queria, minha filha... Todos os dias eu ia aos pés da santa rezar, e aí está você.
Essa história é longa...
sábado, 29 de setembro de 2012
Old Vegas
Deixei para o fim o post do lugar que mais gostei em Las Vegas.
Como viajei em cima da hora, não tive tempo de pesquisar nada sobre a cidade. A sorte é que fui almoçar em um restaurante brasileiro, Boca do Brasil - arroz, feijão, batata frita, linguiça mineira acebolada - e conheci o Marcos, ex-atleta de X-Games, hoje funcionário do Cirque du Soleil. Todas as cenas de skate e patins do espetáculo The Beatles LOVE, em cartaz no Mirage Hotel & Casino, é ele quem faz. Marcos falou:
- Vc tem que ir... É um lugar meio underground. Muitos ateliês de artistas, shows. Não pode perder.
Na mesma noite peguei o ônibus de dois andares na Strip rumo a Old vegas. No caminho, muitas wedding chapels (capelas de casamento), onde se pode alugar smoking, vestido de noiva e lumusines para um casório em cima da hora. E também muitos estabelecimentos com a placa: Bail bonds. Perguntei o que era a uma americana ao meu lado e ela explicou:
- Eles pagam a sua fiança se você for em cana. Depois vocês acertam as contas.
Ah!... Claro, pois estamos na Sin City (Cidade do Pecado), outro nome para Las vegas.
Chegando em Old Vegas, me apaixonei. Tudo ali é em menor escala. Ruas estreitas fechadas para carros, velhos hotéis e cassinos recauchutados (ali foi filmado Casino, do Scorcese), palcos com shows de rock e country, muitos covers de artistas nas ruas. Tirei fotos com vários.
Mas o melhor mesmo é o "clima". O espírito da Sin City está vivo ali: muita festa, bebida, mulheres de seminuas dançando sobre balcões, gringos borrachos, motoqueiros paramentados de couro, hipongos recém-saídos de Woodstock, casais de noivos vestidos a caráter, soldados engalanados recém-chegados do Iraque, homeless bebuns... Um caldeirão que faz jus ao bordão estampado nas camisetas: What happens in Vegas stays in Vegas (O que acontece em Vegas, fica em Vegas). Amei! Tanto, que voltei lá no dia seguinte.
É desse lugar que sinto mais saudade.
Como viajei em cima da hora, não tive tempo de pesquisar nada sobre a cidade. A sorte é que fui almoçar em um restaurante brasileiro, Boca do Brasil - arroz, feijão, batata frita, linguiça mineira acebolada - e conheci o Marcos, ex-atleta de X-Games, hoje funcionário do Cirque du Soleil. Todas as cenas de skate e patins do espetáculo The Beatles LOVE, em cartaz no Mirage Hotel & Casino, é ele quem faz. Marcos falou:
- Vc tem que ir... É um lugar meio underground. Muitos ateliês de artistas, shows. Não pode perder.
Na mesma noite peguei o ônibus de dois andares na Strip rumo a Old vegas. No caminho, muitas wedding chapels (capelas de casamento), onde se pode alugar smoking, vestido de noiva e lumusines para um casório em cima da hora. E também muitos estabelecimentos com a placa: Bail bonds. Perguntei o que era a uma americana ao meu lado e ela explicou:
- Eles pagam a sua fiança se você for em cana. Depois vocês acertam as contas.
Ah!... Claro, pois estamos na Sin City (Cidade do Pecado), outro nome para Las vegas.
Chegando em Old Vegas, me apaixonei. Tudo ali é em menor escala. Ruas estreitas fechadas para carros, velhos hotéis e cassinos recauchutados (ali foi filmado Casino, do Scorcese), palcos com shows de rock e country, muitos covers de artistas nas ruas. Tirei fotos com vários.
Mas o melhor mesmo é o "clima". O espírito da Sin City está vivo ali: muita festa, bebida, mulheres de seminuas dançando sobre balcões, gringos borrachos, motoqueiros paramentados de couro, hipongos recém-saídos de Woodstock, casais de noivos vestidos a caráter, soldados engalanados recém-chegados do Iraque, homeless bebuns... Um caldeirão que faz jus ao bordão estampado nas camisetas: What happens in Vegas stays in Vegas (O que acontece em Vegas, fica em Vegas). Amei! Tanto, que voltei lá no dia seguinte.
É desse lugar que sinto mais saudade.
sábado, 1 de setembro de 2012
Mario, que acendeu a chama
Um dos efeitos colaterais mais chatos de envelhecer é que as pessoas começar a morrer. Quando não nós mesmos, os outros, amigos e parentes.
No início de agosto eu estava em São Paulo, no Metrô, quando meu compadre Marcos André me telefonou.
- Vá, o Mario morreu.
De que? Como? Quando? Enfarte fulminante, 47 anos, 2 filhos.
...
Hoje vi fotos no facebook, da galera da rua reunida - todos nós morávamos no Jardim Botânico, passamos a maior parte da adolescência e juventude juntos - ao redor de um churrasco.
E o Mario no meio, sorrindo.
Lembrei de um samba antigo que o meu pai - que também se foi a exatos 29 anos, em 28 de agostos de 1983 - gostava muito:
Naquela mesa tá faltando ele, e a saudade dele tá doendo em mim...
...
Mario e eu na pista de dança da discoteca do Clube Federal, no Alto Leblon, 16, 17 anos, música lenta, corpos grudados, hálito no pescoço. Começamos a nos beijar e os beijos, que até então se limitavam à boca, desceram para o corpo. Pelo menos era essa a sensação.
Um fogo acendeu dentro de mim, como se alguém houvesse apertado aquele botão de ignição que existe nos fogões. A chama mestra, primeira, começou ali e continua ardendo, flamejando, até hoje (graças a Deus). Mário foi quem apertou o botão da ignição.
Lembro que não preguei o olho naquela noite, fascinada e encantada com os percursos daquela nova energia circulando dentro de mim, fazendo-me sentir mais viva e acordada.
Eu e Mário ainda ficamos juntos em algumas festinhas, mas nunca rolou namoro. Uma carinho especial, uma simpatia, sim.
A imagem que guardo dele é na Praia de Ipanema, em frente ao Posto 10, onde a galera se reunia. Mário de pé, shorts azul claro combinando com os olhos e uma flor cor de rosa atrás da orelha, sorrindo, a imensidão do céu e mar atrás de si.
É lá onde ele reside agora.
Abaixo, Marcos André (camisa branca), Mario (no meio, camisa azul clara) e eu, com a bola no colo. (1982)
No início de agosto eu estava em São Paulo, no Metrô, quando meu compadre Marcos André me telefonou.
- Vá, o Mario morreu.
De que? Como? Quando? Enfarte fulminante, 47 anos, 2 filhos.
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Hoje vi fotos no facebook, da galera da rua reunida - todos nós morávamos no Jardim Botânico, passamos a maior parte da adolescência e juventude juntos - ao redor de um churrasco.
E o Mario no meio, sorrindo.
Lembrei de um samba antigo que o meu pai - que também se foi a exatos 29 anos, em 28 de agostos de 1983 - gostava muito:
Naquela mesa tá faltando ele, e a saudade dele tá doendo em mim...
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Mario e eu na pista de dança da discoteca do Clube Federal, no Alto Leblon, 16, 17 anos, música lenta, corpos grudados, hálito no pescoço. Começamos a nos beijar e os beijos, que até então se limitavam à boca, desceram para o corpo. Pelo menos era essa a sensação.
Um fogo acendeu dentro de mim, como se alguém houvesse apertado aquele botão de ignição que existe nos fogões. A chama mestra, primeira, começou ali e continua ardendo, flamejando, até hoje (graças a Deus). Mário foi quem apertou o botão da ignição.
Lembro que não preguei o olho naquela noite, fascinada e encantada com os percursos daquela nova energia circulando dentro de mim, fazendo-me sentir mais viva e acordada.
Eu e Mário ainda ficamos juntos em algumas festinhas, mas nunca rolou namoro. Uma carinho especial, uma simpatia, sim.
A imagem que guardo dele é na Praia de Ipanema, em frente ao Posto 10, onde a galera se reunia. Mário de pé, shorts azul claro combinando com os olhos e uma flor cor de rosa atrás da orelha, sorrindo, a imensidão do céu e mar atrás de si.
É lá onde ele reside agora.
Abaixo, Marcos André (camisa branca), Mario (no meio, camisa azul clara) e eu, com a bola no colo. (1982)
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Eu me vesti toda de branco para ir ao Grand Canyon
A Limo passou às seis da manhã para me apanhar no hotel. Acordei às 5h15 após ter ido dormir super tarde - na noite anterior fui assistir o espetáculo do Cirque du Soleil, Viva Elvis!, no Aria Resort.
Era o dia da partida e eu tinha pouco tempo. Como a viagem de carro dura quatro a cinco horas, fui de helicóptero. Caro, mas pareceu-me o melhor presente que eu poderia me dar para comemorar esta linda e inesperada viagem.
Meus companheiros de helicóptero eram três russos e um casal norte-americano. Viajamos em silêncio, meio tontos de sono, meio ofuscados pelo sol despontando detrás das montanhas. Abaixo, o relevo acidentado do deserto e o Lake Mead - imenso lago artificial formado pelas águas do Rio Calorado, que vertem por uma hidrelétrica gerando energia para acender as luzes de Las Vegas.
De repente, soa uma música apoteótica - trilha sonora de Guerra nas Estrelas ou Superman, não sei ao certo. As montanhas parecem aumentar, estamos dentro delas, cercados de altos paredões.
É o Grand Canyon.
O sol ilumina as camadas de tons avermelhados que mostram há quantos anos - milhares e milhares de anos - aquilo ali existe. Somos uma fração de segundo na história da Terra. Um milionésimo de segundo.
O helicóptero desce no fundo do canyon. Saltamos para o solo acidentado, é fácil tropeçar. O piloto nos diz para não nos afastarmos, porque há muitas cascavéis. Mas eu não tenho medo de cobra e vou caminhando, caminhando, o vento perfumado de terra e pedra, o silêncio alegre de pássaros e insetos. O cheiro que me faz estremecer e recordar do quanto também sou terra e pedra.
Estar no Grand Canyon é realmente estar. No meu lugar, toda permanência e conforto. Um lugar onde sempre quis chegar. Pronto, aconteceu.
Era o dia da partida e eu tinha pouco tempo. Como a viagem de carro dura quatro a cinco horas, fui de helicóptero. Caro, mas pareceu-me o melhor presente que eu poderia me dar para comemorar esta linda e inesperada viagem.
Meus companheiros de helicóptero eram três russos e um casal norte-americano. Viajamos em silêncio, meio tontos de sono, meio ofuscados pelo sol despontando detrás das montanhas. Abaixo, o relevo acidentado do deserto e o Lake Mead - imenso lago artificial formado pelas águas do Rio Calorado, que vertem por uma hidrelétrica gerando energia para acender as luzes de Las Vegas.
De repente, soa uma música apoteótica - trilha sonora de Guerra nas Estrelas ou Superman, não sei ao certo. As montanhas parecem aumentar, estamos dentro delas, cercados de altos paredões.
É o Grand Canyon.
O sol ilumina as camadas de tons avermelhados que mostram há quantos anos - milhares e milhares de anos - aquilo ali existe. Somos uma fração de segundo na história da Terra. Um milionésimo de segundo.
O helicóptero desce no fundo do canyon. Saltamos para o solo acidentado, é fácil tropeçar. O piloto nos diz para não nos afastarmos, porque há muitas cascavéis. Mas eu não tenho medo de cobra e vou caminhando, caminhando, o vento perfumado de terra e pedra, o silêncio alegre de pássaros e insetos. O cheiro que me faz estremecer e recordar do quanto também sou terra e pedra.
Estar no Grand Canyon é realmente estar. No meu lugar, toda permanência e conforto. Um lugar onde sempre quis chegar. Pronto, aconteceu.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Angeli e o envelhecer
As melhores mesas que assisti esse ano na FLIP foram as brasileiras. Dentre elas, a dos cartunistas de São Paulo Angeli e Laerte foi das mais interessantes.
Compreendi melhor o Laerte, que se veste de mulher sem ser exatamente um travesti - costume que tem o nome chique de cross dressing. O curioso é que ele usa roupas coloridas demais, acessórios chamativos, unhas cor de rosa. Pensei que era algo relacionado ao humor. Mas não, o motivo é que ele tem alma feminina. E o gosto duvidoso da indumentária é característico desse lado feminino mesmo.
Já o Angeli, bem, sempre achei-o um gato. Mas, ao ver sua imagem ampliada no telão, veio a inevitável constatação: "Como envelheceu!..." O cabelo completamente branco, a voz tremida. Velho. Lá pelas tantas, esse assunto foi trazido à pauta pelo próprio:
"Estou me aproximando dos 60 e já fumei muito orégano na vida. Então, volta e meia tenho uns lapsos de memória. Isso está se tornando cada vez mais frequente, e os lapsos cada vez mais longos. É comum eu começar um desenho e, quando já avancei bastante, percebo que me esqueci de onde quero chegar. Aí vem a Carol, minha companheira, e me explica: 'você começou por causa disso e disso...' Por isso, esse casamento vai ser longo".
Todo mundo riu. Mas ficamos todos um pouco desconcertados com tamanha sinceridade e pela exposição de uma fragilidade. Quem tem coragem de dizer, em frente a uma platéia imensa, que está mesmo ficando velho? Com tudo de ruim - como lapsos de memória - que isso traz?
Angeli continuou: "O Mario Sergio Conti (jornalista) já me deu o telefone de um médico, me disse que é excelente. Mas eu estou relutando em ir. Porque acho que preciso me acostumar com essa nova fase da vida".
Querido Angeli!... Agora, eu o admiro ainda mais.
Quem quiser assistir um pedacinho da mesa, aqui está:
Compreendi melhor o Laerte, que se veste de mulher sem ser exatamente um travesti - costume que tem o nome chique de cross dressing. O curioso é que ele usa roupas coloridas demais, acessórios chamativos, unhas cor de rosa. Pensei que era algo relacionado ao humor. Mas não, o motivo é que ele tem alma feminina. E o gosto duvidoso da indumentária é característico desse lado feminino mesmo.
Já o Angeli, bem, sempre achei-o um gato. Mas, ao ver sua imagem ampliada no telão, veio a inevitável constatação: "Como envelheceu!..." O cabelo completamente branco, a voz tremida. Velho. Lá pelas tantas, esse assunto foi trazido à pauta pelo próprio:
"Estou me aproximando dos 60 e já fumei muito orégano na vida. Então, volta e meia tenho uns lapsos de memória. Isso está se tornando cada vez mais frequente, e os lapsos cada vez mais longos. É comum eu começar um desenho e, quando já avancei bastante, percebo que me esqueci de onde quero chegar. Aí vem a Carol, minha companheira, e me explica: 'você começou por causa disso e disso...' Por isso, esse casamento vai ser longo".
Todo mundo riu. Mas ficamos todos um pouco desconcertados com tamanha sinceridade e pela exposição de uma fragilidade. Quem tem coragem de dizer, em frente a uma platéia imensa, que está mesmo ficando velho? Com tudo de ruim - como lapsos de memória - que isso traz?
Angeli continuou: "O Mario Sergio Conti (jornalista) já me deu o telefone de um médico, me disse que é excelente. Mas eu estou relutando em ir. Porque acho que preciso me acostumar com essa nova fase da vida".
Querido Angeli!... Agora, eu o admiro ainda mais.
Quem quiser assistir um pedacinho da mesa, aqui está:
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