terça-feira, 1 de novembro de 2016

O fim do amor

A literatura é pródiga na produção de obras que espelham o fim do amor: Todas as histórias de amor terminam mal (Luciano Trigo, Ed. Sulina, 1990), O único final feliz para uma história de amor é um acidente (João Paulo Cuenca, Cia das Letras, 2010), para citar dois títulos que me vem à memória.

O fim do amor é como fim de Carnaval: lixo por todos os lados, pedaços de fantasias rasgados no chão. Resta se recolher e chorar porque a folia acabou.

A grande pergunta é: como algo que começou tão bem pode terminar tão mal? Como algo que começou tão lindo pode terminar tão feio?

Não tem explicação. O único consolo é que não estamos sós. Por mais que tudo corra de maneira civilizada, mesmo que o casal se torne amigo, o fim de algo que se imaginava perfeito e sagrado é sempre catastrófico, dramático, uma hecatombe na vida pessoal.

Então, por que alguns insistem em buscar o Amor? Não basta todo desprazer? Não basta o sofrimento que parece não ter fim?

Creio que a causa é a certeza atávica, que ainda resiste em cada um de nós, de que a sina do ser humano é ser feliz.

Eu acredito nisso.

Mas nós atrapalhamos tudo.

Um comentário:

Rubens Barros de Azevedo disse...

Muito bem colocado, muito bem pensado... E a incógnita continua... Parabéns!