"Vem cá, você faz casamento?", perguntou a menina de maria-chiquinha.
Dia 4 de fevereiro de 2008, Rua Almirante Gonçalves, Copacabana, pleno Carnaval carioca. Eu, vestida de freira, hábito na cabeça, cruz (de borracha) no pescoço. Já vinha observando a moça de cabelos claros curtos, nariz arrebitado, discretas sardas, beleza e doçura incomuns. Estava parada bem na minha frente, à esquerda, junto com um grupo no qual havia ainda dois palhaços e a maria-chiquinha. Já vinha ouvindo trechos da conversa deles, quando o volume do Rancho Flor do Sereno permita.
"Casamos, mas não fizemos festa"; "Estamos juntos há um ano, comemoramos hoje..."
Então, não pensei duas vezes antes de responder: "claro que faço!"
Perguntei o nome do noivo – um dos palhaços – e ele: "André". E a noiva? "Letícia".
Coloquei um de frente pro outro e perguntei: "André, você aceita Letícia como sua legítima esposa?" Ele respondeu: "sim..." Mas a palava "esposa" desafinou nos meus ouvidos. Tão antiquada em seus significados! (Li uma entrevista com a cantora Madonna, recém-casada com o cineasta Guy Ritchie, e o repórter perguntou como era sua vida de esposa. Madonna respondeu: "I´m not a fucking wife" – corta!)
Resolvi pegar mais leve com Letícia: "você aceita André como marido e que seja infinito enquanto dure?" Ela sorriu feliz: "sim!..."
Mandei que os dois se beijassem, pedi uma salva de palmas aos amigos e arrematei: "Que Deus os abençôe, tudo de bom, E QUE SEJA INFINITO ENQUATO DURE!"...
Melhor assim.
Mais tarde, comentei com meu querido, e ele definiu muito bem: "Vinícius inventou um novo mandamento com essa frase..."
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