Anteontem, recebemos no Rio de Janeiro o autor norte-americano William C. Gordon, um senhor de 69 anos muito disposto e bem humorado, cujo romance policial "The chinese jars" foi traduzido e acaba de chegar às livrarias de todo o Brasil com o título em português "O mistério dos jarros chineses" (Ed. Record). Trata-se de uma narrativa bem leve e comercial. Gordon tem plena consciência disso e diz que não quer ser diferente; o importante é se divertir escrevendo, principalmente pelo fato de ter se iniciado nessa atividade apenas quatro anos atrás.
Acontece que Mr. Gordon tem um outro grande atrativo: é marido da escritora best seller chilena Isabel Allende. São casados há 20 anos. Quem leu o romance "Paula", no qual ela narra o processo de morte de sua filha, vai lembrar que no final surge "um californiano alto" que se encanta com a mulher que usa vestidos hippies. Impossível conversar com o William Gordon sem mencionar sua esposa. É uma curiosidade natural, pois ela pouco aparece na mídia e só veio ao Brasil uma única vez – não muito feliz, diga-se de passagem. (Mas isso é outra história!)
Comecei perguntando suavemente: "E como vai Mrs. Allende?" Para minha surpresa e prazer, ele não se furta de comentar sobre a mulher. "Vai bem. Sentou-se agora no dia 8 de janeiro, como faz todos os anos, para começar um novo livro. Sei que só vai se levantar quando terminar."
"Então, é verdade!", pensei, relembrando a lenda que diz que Isabel Allende começa a escrever sempre no dia 8 de janeiro. Mas ela não lança um livro por ano. "Não", continua Mr. Gordon. "Às vezes não consegue seguir adiante e terminar. Mas mesmo assim sempre começa algo nessa data".
Cada escritor com a sua mania... (continua)
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