segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Falar ou calar?

Falar, dizer as coisas claramente... Por que é tão difícil?

Costumo dizer aqui em casa que tudo pode ser dito a todo mundo, mesmo as “piores” coisas, desde que isso seja feito de forma delicada, amorosa. Como assim, as piores coisas?

Cito como exemplo a pessoa com quem mais aprendi sobre este assunto, amiga terapeuta corporal que sempre disse tudo o que lhe vinha na telha. Num episódio hilário, ela presenteou um amigo no Natal com um Panetone cuja caixa, além do doce, continha um pacotinho de fio dental. O moço não se preocupava com esse detalhe, de modo que o presente era acompanhado de um bilhete onde se lia: “Querido fulano, é com todo carinho e amizade que lhe digo que...” E mandou o rapaz usar o fio.

Morri de rir dessa história e ela rebateu: “Valéria, você acredita que, em vez de ficar chateado, ele passou a gostar mais de mim ainda? Isso estreitou a nossa amizade!

Acredito. Mas também lembro um ditado muito usado pela minha mãe: “Quem fala o que quer, ouve o que não quer”.

De uns tempos pra cá, resolvi correr esse risco. Não levo mais desaforo pra casa. Se vejo um amigo em situação constrangedora, incapaz de enxergar, abro-lhe os olhos. Se alguém pisa na bola, vou lá e digo que não gostei, e por quê.

As reações são diversas. Uns fingem que não é com eles, ignoram. Por teimosia ou por incapacidade mesmo. É preciso respeitar o limite de cada um.

Outros escutam e realmente a amizade e a confiança aumentam. Porque a transparência e a sinceridade trazem esse benefício.

Ninguém ficou furioso até hoje.

E assim, passei a devolver muitos sapos ao mundo, em vez de engoli-los. Faz um bem!...





11 comentários:

Pâmela disse...

Sei como você se sente. Eu sou assim, não gosto de mentir, a não ser que a situação seja mesmo desesperadora e exija uma mentirinha... Hehehe.
Mas a sinceridade tem suas desvantagens.
Primeiro, a que você mesma citou. Você corre o risco de ouvir umas poucas e boas.
Segundo.
Se você é sincera, tem que estar preparada para o que os outros têm a dizer sinceramente sobre você também. E nem sempre estamos prontos para ouvir. Até porque, nunca esperávamos ouvir determinadas 'verdades'.
eu sou adepta da sinceridade o máximo possível. Mas nem todos estão prontos a ouvir.
Por isso, tento pensar sempre muitas vezes antes de sair por aí falando o que me vem na cabeça (até porque, a minha verdade pode não ser a sua).
E é tudo uma questão de como você fala também... Não dá para disparar determinados tópicos sem preparar a pessoa, né?
Vixi, esse assunto rende, eim?
Hehehehehe!
Beijos!
Ótima semana!

Claudia Pimenta disse...

oi valéria! tb prefiro falar a calar... mt vezes os problemas somem de vez (risos), né? bjs, querida!

AC disse...

Calar nunca; falar, só às vezes.

rs

Carolina disse...

Ai Valéria, este assunto dá um papo bem cumprido porque no auge dos meus ricos aninhos sempre fui muito sincera, digo o que penso e não vou te dizer que me faz bem ou mal, mas que simplesmente criei uma legião de gostos variados. E pior, não gostei, mas tive que aprender a segurar a língua em alguns momentos porque o caldo estava engrossando. Me acomodei meio que desacomodada, sabe? Tipo calça jeans apertada. Sensação desconfortável, mas necessária.A partir disso comecei a entender que não precisava mudar, mas dizer com "flores na boca" então voltei a ser a figurinha de sempre. Ufa que alívio!
Antes de qualquer coisa temos que entender a diferença entre sincero, incoveniente e mal educado. Depois é um abraço e siga em frente.

bjos meus

Babi Mello disse...

Caraca para isso é preciso coragem e de verdade às vezes falo as coisas, outras vezes não, temos que aguentar as consequências, afinal como vc disse quem fala o que quer pode ouvir o que não quer.

Valéria tem selinho para você no meu blog.
Bjocas!

Moda Trash disse...

Nossa, grande conselho que tu me deste! Passei a engolir sapo para não magoar as pessoas, mas quem acaba se ferrando no final sou eu.
infelizmente, mesmo q vc fale delicadamente, tem gente q não gosta de ouvir a verdade.
só tenho medo q a qualquer momento eu possa explodir e falar mais do q devia.
bjokasssssss

Denise Egito disse...

É, mas é preciso ter cuidado. Já perdi uma grande amizade por ser franca demais.
Vc anda sumida, hein..
Beijos

Anônimo disse...

Pois é, esse foi um dos maiores aprendizados que eu já tive. Ver o quanto algumas relações que eu tinha começavam a ser perder pq nenhum dos dois lados sabia como conversar. E, principalmente, conversar amorosamente. O diálogo é mesmo a base de todas os relacionamentos e é o que fortifica. Quando é de verdade, só ajuda a tornar mais forte. Bjs, Halime.

Babi Mello disse...

Valéria, obrigado pelos comentários e faço visitas e posts frequentemente com o intuito de ser lembrada sempre, afinal tenho que fixar nas pessoas o meu blog, esse é o meu marketing.

Adriana Calábria disse...

Olá Valéria!
Obrigada pela visita lá no blog.
Não, ninguém foi embora, muito pelo contrário, está ficando (pois já chegou faz um tempinho!) apenas achei a letra interessante e profunda. Pretendo aplicar daqui pra frente...
Adorei o post. Já faz um tempo que resolvi não engolir mais sapos. As vezes não é muito agradável a situação, mas dá um alivio imenso depois...

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Valéria,
Acho essa questão muito difícil.
Para poder falar sempre o que pensa, a gente tem que prestar atenção em muitas coisas: se aquela é a oportunidade certa, se a pessoa realmente é amiga, se aquilo que vamos dizer vai fazer bem para quem fala e quem ouve.
Confesso que tenho dificuldades. Sou absolutamente pela verdade, mas muitas vezes cabe a omissão. Não precisamos falar, se vai doer muito.
Agora, que é horrível ficar engolindo sapos, isso é.
beijos