Todas as preferências sexuais se encontram em Berlim. E tudo é normal. Diferente de outros lugares, até mesmo o Rio de Janeiro, eleito melhor destino gay por um site turismo estrangeiro. Aqui ainda é comum casais homossexuais andarem de mãos dadas, mas vigiando os arredores com os rabos dos olhos, à espreita da reação dos outros. Ou então, exagerar nas atitudes como uma forma de autoafirmação ou provocação. Em Berlim, isso simplesmente não existe. É tudo normal mesmo.
E tem para todos os gostos. Um rápido passeio pelos sites berlinenses sobre vida noturna revela estabelecimentos onde é possível vivenciar e compartilhar todo tipo de fantasia sexual. Sadomasoquismo é fichinha. Fiquei sabendo de uma tal boate onde, em um subsolo, uma vez por semana, acontece... ‘A noite do cocô’. Já pensou?
Meus passeios em Berlim foram mais diurnos, mas houve uma noite em que saí com a Nina e o Marcos, meus companheiros de apê. Ela nos levou a um bar/boate chamado ‘Chocolate’ onde haveria uma noite gay.
O bar fica no andar térreo de um prédio abandonado, invadido e pichado. ‘Essa é a estética berlinense: tudo meio destruído, mas transado’, explicou o Marcos. E tem mais: os lugares mais bacanas são sempre escondidos. Um turista sem amigos morando em Berlim não passará dos locais apontados nos guias de viagem. Se a Nina não tivesse estado lá antes, levada por outro amigo, não desconfiaríamos que aquela ruína abrigava um lugar tão legal quanto o ‘Chocolate’.
O público lá dentro nem era tão gay. Decoração maneiríssima e um DJ tocando somente vinil; um pé nos anos 80, mas nada óbvio. Finalmente chegou um casal gay com seu cachorrinho, um poodle preto que percorreu toda a boate, nem um pingo de xixi, muito educado. O casal sentou-se ao nosso lado, pediu vários gim tônica e fumou vários baseados de haxixe com tabaco. Acabamos batendo um papinho por causa do cachorro, que nos fez várias festas e, quando casou da música alta e do cigarro (sim, na Europa ainda se fuma intensamente dentro dos lugares), acomodou-se no chão sobre o casaco de um de seus donos e foi dormir.
Abaixo, a porta do nosso apê em Frankfurter Tor, bem no clima da estética berlinense.
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