sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Linus e os velhos sentimentos

Existem velhos sentimentos que carregamos dentro de nós vida afora. O tempo, o lugar e as pessoas mudaram, mas os sentimentos continuam lá, repetindo-se, repetindo-se... Quem é do tempo da vitrola lembra de quando a agulha ficava pulando em algum risquinho do vinil e repetindo um trecho da música.

Essa repetição atrapalha um bocado a vida da gente.

Ainda sobre o filme O discurso do rei - não que eu tenha gostado tanto, gostei mais de A última estação, sobre os últimos dias da vida de Tolstói -, tem uma hora em que o fonoaudiólogo chega para o rei e diz: "Você não é mais aquele menininho assustado e sacaneado pelos irmãos. Isso ficou para trás, passou..." É uma fala simples e, aparentemente, está na cara. O rei é adulto e tem plenos poderes para assumir o seu destino. Mas os velhos sentimentos...

Fico me perguntando por que nos apegamos a essas coisas, se elas nos atrasam tanto. Desconfio que é porque em priscas eras, quando aconteceram as situações que originaram os sentimentos, obtivemos alguns ganhos a partir deles: atenção, amor... Ou o que pensávamos que era amor na época.

Velhos sentimentos devem ficar no passado. Deixo amorosamente o meu passado para trás, ensina a mestra Louise Hay. Mas, ao mesmo tempo, dá um medo deixá-los!... Como será a vida sem eles?

Lembrei agora daquele personagem da Turma do Snoopy, o Linus, que carrega sempre um paninho. Querido Linus, pode soltar o paninho... Mas ele deve pensar: ainda serei eu sem o paninho? Vão me reconhecer? Continuarei recebendo amor e atenção? (ui!)

Vamos todos tentar soltar os nossos paninhos? Dá um medo!... Mas acho que a recompensa vale muito: a Liberdade.



7 comentários:

Entre Calcinhas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Duarte disse...

ô Valéria, como eu gostaria de poder soltar meu paninho, mais como você diz, O MEDO É GRANDE DEMAIS!!!
adorei o post!
xeros pra ti!!!!

Mônica disse...

Valéria.
Sabe que eu não tive nenhuma coisa pra me apegar em criança? Não gostava de bico e nem tinha paninho.
Mas as coisas que tenho do passado estão tão dentro de mim que não consigo solta-las.
Nem com reza brava.
Será o que o pai da Rainha Elizabete conseguiu apagar os seus temores infantis?
Eu adorei o filme porque ainda gosto de reis e rainhas.
Vou estar assistindo na TV ao casamento do principe Willian de madrugada como foi da princesa Diane.
E vou torcer para poder ve-lo ser rei.

com carinho MOnica

Carolina disse...

Puxa Val,que post singelo e ao mesmo tempo profundo. E caiu como umaluva no dia de hoje, realmente nos agarramos com unhas e dentes em "alguns paninhos" pelo tanto que nos desfazendo deles sairemos da zona de conforto. E o medo,aonde deixamos?

Belas palavras.

bjão

Carolina disse...

Puxa Val,que post singelo e ao mesmo tempo profundo. E caiu como umaluva no dia de hoje, realmente nos agarramos com unhas e dentes em "alguns paninhos" pelo tanto que nos desfazendo deles sairemos da zona de conforto. E o medo,aonde deixamos?

Belas palavras.

bjão

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Valéria Martins disse...

É isso aí, amigos. Obrigada pelas contribuições. Beijos!