A partir de hoje vou contar algumas das aventuras em Buenos Aires, onde estive em Dezembro.
Essa foi a minha quarta viagem à capital portenha. Dessa vez, encontrei-a bastante suja e bagunçada - exceto os oásis turísticos da Recoleta e Puerto Madero. A nossa moeda, o Real, está valendo duas vezes mais que o Peso Argentino, o que nos dá uma sensação bem gostosa de sentir... Poder! De compra, pelo menos. Não muito, mas um pouco! E a cidade continua animadíssima, com as ruas cheias de gente dia e noite, os bares e restaurantes lotados, todo mundo rindo e falando alto.
Meu primeiro passeio foi uma visita à casa de Carlos Gardel (1890-1935), no bairro de Abasto. A minha avó Violeta adorava Buenos Aires e Gardel. Lembro de uma vez em que fui levá-la ao porto do Rio de Janeiro, onde embarcou em um enorme navio de passageiros junto com meu avô para uma viagem à Argentina. Lembro do rostinho dela lá no alto, debruçada na mureta da embarcação, me acenando com as mãos. (Acho que ali comecei a ficar encantada com a Argentina).
A casa de Gardel remete à epoca em que viveu a minha avó. Numerosos recortes de jornais e revistas, capas de discos e outras imagens dão uma visão da trajetória do artista que se tornou um mito quase à altura de Marilyn Monroe ou James Dean. Ele cumpriu todos os requisitos para isso: infância pobre, carreira rápida e ascendente, estrela de cinema, fenômeno de sucesso mundial e... morte súbita aos 45 anos, no auge da fama, em um acidente de avião.
De tudo, o que mais me impressionou foi o cuarto de planchar, um pequeníssimo comodo de teto baixo onde sua mãe, Bertha, trabalhou durante anos a fio, passando roupa para sustentar o filho único. Detalhe: era solteira e permanece ate hoje o mistério sobre quem foi o pai de Carlos.
Na cozinha, uma frase de Gardel expressa o amor e consideração por essa mae: "O mais modesto pucherete (espécie de cozido) vale mais e é mais saboroso que o mais caro prato do melhor dos hotéis do mundo".
No hall de entrada, iluminado por luz natural proveniente de clarabóias, o silêncio e o ar fresco nos fazem sentir um pouco da atmosfera em que viveu Gardel. Eu o imaginei criança, entrando correndo, vindo da escola, para encontrar a mãe no cuarto de planchar, e o abraço afetuoso dos dois.
Na bagagem, uma biografia do ídolo.
Na bagagem, uma biografia do ídolo.
5 comentários:
Valéria
Eu li o blog anterior e adorei!
Quero dizer que mamae e eu não fomos na caa de Gardel. Ela iria gostar. mas estava estipulado pela empresa onde iriamos e seguimos a risca. Eramos bem mais bobinhas.
Eu quero em tempo de lhe agradecer.
Agradecer a sua atenção.
Me faz sentir a pessoa mais importante do mundo.
Me convidar para seus eventos.
Mostrar interesse por BH.
São estes gestos de carinho que faz com que tenhamos animo de viver.
Muito obrigada!
Continuo a aguardar sua visita.
E meu sonho será ve-los lá em casa no interior.
Voce e seus filhos.
Com carinho MOnica
Uau! Obrigada por esse artigo. Lendo-o revivi todas as minhas férias de verão em 2010. Ai, que saudades de Buenos Aires! Tudo tão lindo, um povo super culto e educado. Teatros e livrarias para todos os lados. A noite ferve com bares e restaurantes (não posso falar das casas noturnas, estou um pouco velha para frequentá-las). Confesso que antes de sair de casa fiquei com medo de não saber o que fazer lá e foi aí então que meu marido e eu descobrimos uma mina de ouro: o pessoal da BsAs4U. Nossa, eles têm de tudo! E lembro que graças a eles que pude conhecer a maioria dos locais descritos aqui. Então, se me permitem, deixo a propaganda para quem quiser desfrutar dessa Paris da América do Sul, como os hermanos costumam chamar a sua capital (para facilitar a vida de todos, o site deles é http://bsas4u.com/).
Joanne ;-)
Daienne, entrei no site e achei bacana. A moça que trabalha para mim fez um curso de informática em 2010, incentivada por mim, e foi tão bom que ela decidiu investir na compra de um computador e vai voltar a estudar esse ano! Tem muito valor esse seu trabalho.
Joanne, que bom que vc também gosta de Buenos Aires!
Beijos em todas,
Então
Estive Buenos Aires em duas ocasiões mas não a conheço
1º buscar meu irmão, que se mandou p/estudar medicina, uma vez que nosso pai não admitia que estudássemos outro curso... caso não fosse administração.No final foi contornado e meu irmão pôde se formar pela Gama.
2 º trabalho -não andei muito por lá também, mas deu tempo de conhecer uma casa de Tango rs.Mas aprendi a dançar os Tangos de Gardel com minha Vó uma portuguesa que se dividia entre o Fado e o Tango,lá em casa,ainda se dança até hoje, e quando tenho oportunidade, gosto de dançar um bom tango...
Um trechinho do tango que considero um dos mais bonitos
"El día que me quieras
no habrá más que armonía.
Será clara la aurora
y alegre el manantial.
Traerá quieta la brisa
rumor de melodía..."
Pois é ...
Belo passeio, Valéria!
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