Durante certo período morei em uma casa e nunca ia dormir sem, antes, me deitar na varanda e observar o céu noturno. De preferência com todas as luzes apagadas.
Olhar o céu à noite muda a nossa perspectiva sobre vários aspectos da vida. A começar sobre o próprio céu. Uma vez, acompanhada de um amigo nessa observação, ele me disse:
- Valéria, já tentou olhar o céu não como um plano sobre as nossas cabeças, mas sim como algo infinito mesmo? Se tirássemos uma reta de onde estamos agora em direção ao céu, não iria parar nunca, não teria fim.
É...
Outra coisa: ao observar o céu atentamente, descobrimos novas estrelas, bem pequenininhas, brilhando lá longe. Um olhar mais rápido não nos permite enxergá-las. É preciso estar relaxado e atento ao mesmo tempo.
A prática da observação nos permite ver não apenas estrelas cadentes, ocasionalmente, mas também as diferentes posições das estrelas no espaço, umas mais próximas, outras mais distantes da Terra e da gente.
Além dessa observação física das estrelas etc, o hábito de olhar o céu noturno nos obriga a refletir sobre a nossa pequenez, a pequenez dos nossos problemas, quem somos e para onde vamos, a nossa finitude - diante da infinitude do universo e das estrelas (se bem que até elas têm fim um dia, né?)
Recomendo a todos a terapia de olhar as estrelas alguns minutos, todos os dias antes de ir dormir, mesmo morando em apartamento. Basta esticar o pescoço para fora da janela e dar uma espiadinha.
A recomendação vale até para quem pensa com uma das Cobras do Veríssimo (abaixo).
10 comentários:
Valéria
Eu não sei qual das gemeas que tinha medo de olhar as estrelas. Ela nem acampavam por causa do céu. Eu era por causa de cobra.
Hoje eu adoro as estrelas. Dormir na roça tem um sentido maior.
Dormir no interior o céu está aberto. EM BH a gente ve a maravilha das luzes das cidade mas as estrelas quase nunca.
Mas o que mais me alegra é a lua cheia, em qualquer lugar ela é magnifica
Amanha é meu aniversário
com carinho MOnica
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pátio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Olavo Bilac
Valéria,
Pena que hoje em dia, nas cidades grande, já não se consiga ver toda a beleza do céu.
Mas olhando bem, ainda dá para admira uma estrela ou outra.
bj
Valéria,
que dôce lembrança vc me fez, do passado, e uma para o presente.
Apesar de sermos urbanas, amo a natureza , o céu e seus mistérios.
Bela dica, e feita com muito carinho
obrigada.
Lulu & Sol
Valéria
Eu sempre me emociono com os telefonemas de amigas e amigos. Uma vez um aluno meu me telefonou. Eu fiquei tão emocionada que as palavras acabaram.
Foi preciso mamae pegar o telefone e conversar com a criança. Eu emudeci.
Ontem , graças a Deus consegui falar com voce e agradeço o carinho e a atenção que tem para comigo.
Eu sei que os gestos por menor que seja e por maior que ele tenha o sentido é de bem querer.
E assim que vivo dos pequenos gestos de carinho dos irmãos e amigos.
Muito obrigada Monica
Valéria
Eu sempre me emociono com os telefonemas de amigas e amigos. Uma vez um aluno meu me telefonou. Eu fiquei tão emocionada que as palavras acabaram.
Foi preciso mamae pegar o telefone e conversar com a criança. Eu emudeci.
Ontem , graças a Deus consegui falar com voce e agradeço o carinho e a atenção que tem para comigo.
Eu sei que os gestos por menor que seja e por maior que ele tenha o sentido é de bem querer.
E assim que vivo dos pequenos gestos de carinho dos irmãos e amigos.
Muito obrigada Monica
Valéria,
Tem uma citação do Van Gogh, retirada do livro cartas a Theo que é muito linda:
"não tenho certeza de nada, mas o brilho das estrelas me faz sonhar".
Eu também observo muito o céu de portas abertas para o infinito.
bjs.
Sigo seu blog já tem algum tempo,no entanto nunca postei nada,até pq desde então venho usando pouco a internet. De início o nome me chamou a atenção. Adorei esse texto,faço essa observação ás vezes, e logo o tempo e a própria vida parece se dissolver;quando olho muito para a curva do céu,a o entardecer,me lembro que esse céu já não existe mais,de que é muito,muito antigo - é como estar vendo um ancestral muito antigo. E me sinto leve e sem tempo, e sinto paz. E isso é muito,muito bom. Um abraço!
Valeria
Estamos com visitas. Mais um casamento desta vez de minha prima
com carinho MOnica
Olhar o céu é um paradoxo.Um olhar para o infinito nos convida a entrar no interior instrospectivo de nós mesmos.
É quase terapêutico.
Bjão
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