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Smashwords – A maior plataforma de auto-publicação e distribuição de ebooks dos Estados Unidos
Mark Coker parece ter pouco mais de 40 anos. Usa calça cáqui meio amarrotada e camisa xadreza de mangas curtas. Seu jeito de falar é direto, sem rodeios. Sua apresentação em PowerPoint tem apenas frases, gráficos e poucas imagens – nada de cores ou efeitos. Esse homem aparentemente comum é o fundador e mantenedor da plataforma de auto-publicação e distribuição de ebooks que mais cresce atualmente nos Estados Unidos: Smashwords (http://www.smashwords.com/ )
Em uma hora de palestra na Casa do Saber (RJ), no dia 30 de setembro, Mark não mencionou a palavra “papel” uma vez sequer quando se referiu ao futuro dos livros. Falou, sim, no impacto das novas tecnologias para editoras e livrarias. E mostrou números significativos do crescimento desse mercado – e de sua própria ferramenta, o Smashwords – defendendo que “No futuro, os autores vão determinar o que será publicado e os leitores vão determinar o que será lido".
Abaixo, um breve resumo em tópicos da palestra de Mark, que veio ao Brasil a convite da Singular Digital (http://www.singulardigital.com.br/) – braço da Ediouro para impressão de livro sob demanda/digitais.
“What´s an ebook? It´s a different way to enjoy a book”.
O computador (PC) ainda é o principal leitor digital hoje no mundo.
Ebooks podem oferecer uma experiência melhor de leitura porque, entre outros motivos, as letras podem ser aumentadas quanto o leitor quiser; são mais baratos que os livros impressos (nos Estados Unidos, um título em hardcover custa U$ 35 e a versão em ebook, U$ 10).
Uma breve história do livro: a escrita nas grutas de Lascaux, França; os monges copistas, na Idade Média (que detinham o poder sobre o conhecimento); a prensa de Gutemberg (que torna possível a impressão e distribuição massiva de livros); as editoras como conhecemos hoje. Segundo Mark, a relação de poder continua, só que em vez dos monges, são os editores que decidem: quem merece ser publicado? Quais lançamentos terão investimento em promoção e marketing? Quais livros o público irá ler?
“But then internet happened and... Pow!” – Mark mostra o cartum de um alce com os olhos arregalados prestes a ser atropelado.
Mais e mais clientes estão comprando on line porque: os preços são mais baixos; conveniência/conforto; maior perspectiva de visualização/seleção de títulos – pois as livrarias também têm sua cota de poder e decidem quais livros serão expostos nas bancadas.
Em 2009 foram publicados mais ebooks nos Estados Unidos, do que livros impressos.
“Eu acredito que, no futuro, ebooks serão mais comprados e mais lidos que o livro impresso”.
“Um autor da Smashwords vai ganhar 20 mil dólares este mês – isso representa a receita de um ano a ser ganha por um autor de livro impresso nos Estados Unidos”.
As editoras estão cada vez mais seletivas e não querem assumir riscos. Estão tendo dificuldade em se adaptar às mudanças porque seus custos são altos e querem preservar os preços altos de seus produtos.
Ao mesmo tempo, com a democratização dos livros, há uma explosão de conteúdo disponível, o que nos leva a perguntar: o que merece ser lido? Resposta de Mark: “No futuro, os autores vão determinar o que será publicado e os leitores vão determinar o que será lido".
Algumas dicas que o gestor da Smashwords dá às editoras: desenvolver estratégias de longa cauda e nunca dizer ‘não’ a um autor; agregar o self-publishing ao seu negócio; dizer ‘sim’ ao relacionamento com novos e improváveis autores; desenvolver os talentos brasileiros (Mark ficou impressionado com a predominância de autores de língua inglesa traduzidos nas livrarias que visitou no Rio de Janeiro); transferir o risco da publicação ao autor; os autores que apresentarem boa performance, estes, sim, merecem investimento.
Por Valéria Martins
8 comentários:
Quando surgiu o CD, disseram que o vinil iria desaparecer. Num primeiro momento, foi mais ou menos o que aconteceu. Porém, passados alguns anos, hoje há uma verdadeira ressureição do vinil, que creio não ser apenas uma moda passageira. Talvez o vinil não volte a ter mais aquele status, ser praticamente o único meio de reprodução de música; mas certamente continuará a ser usada por muitos e muitos anos. Como dizia Napoleão, só está destruído o que é substituído. Quero crer que o vinil apresenta algumas características insubstituíveis; razão pela qual jamais seria destruído por completo. Entendo que ocorre um fenômeno semelhante nessa questão/relação entre o livro e o e-book. Muito já se discutiu e vem sendo discutido, com a apresentação de dados, argumentos, etc; então, abstenho-me de repetir aqui o que todos já mais ou menos sabem. Gostaria apenas de fazer um comentário pontual a este trecho "Ebooks podem oferecer uma experiência melhor de leitura porque, entre outros motivos, as letras podem ser aumentadas quanto o leitor quiser; são mais baratos que os livros impressos". Acho um tanto relativa a afirmação pura e simples de que os e-books oferecem um experiência melhor de leitura. A coisa não é bem assim. Por outro lado, essa discussão sobre preço também se encontra num campo em que há bastante relativismo, pela própria natureza do preço e sua determinação, no mínimo. Para não me estender demais, abstenho-me de detalhar os fundamentos de minhas afirmações, quanto a esses dois aspectos mencionados, reiterando a comparação inicial, que nos fornece bons subsídios para refletirmos sobre o assunto. Gostei do post! :-)
É inevitável que o e-book alcance o livro, mas só vou dizer uma coisa: quem nasceu no século 20 sempre sentirá o encanto do livro, sempre precisará pegar o livro, sentir seu cheiro, manusear suas páginas.
Val querida,
Concordo com Gerana, não importa o vanço da tecnoligia, o surgimento do e-book, um livro pra nós que adoramos uma boa leitura terá sempre o seu lugar preservado. Nada substituirá o folher das paginas, uma após a outra, tê-lo juntinho de nós na cabeceira da cama, na bolsa, em nossa valise de viagem, na praia, na casa de campo junto da lareira...
Estes encantos permanecerá!!!
Bjuss
Ops!!
Desculpe-me pelos erros de digitação, estou saido pra viajar e não queria deixar de comentar.. Val estou indo pra SP, te mando e-mail de lá...
Bjus
Valéria
Não quero perder a visão maravilhosa que o livro nos dá. O manuasear o papel e tudo mais.
Eu não dei conta de ler nnehum livro pela internet, tive que imprimir o que li.
Vou ser bem chatinha.
Mas ainda bem que vai demorar a acabar com os livros.
com carinho MOnica
OBS estamos te esperando!
Essa conversa dá sempre panos para manga. Acho que nossa tendência é, mais das vezes, a de conservar o familiar. A experiência de leitura, para nós da geração livro, é táctil, tem o ritual da virada de páginas, de marcar o livro, enfim, é uma experiência sensorial completa. A leitura em outro suporte é uma outra leitura, eu acho. Podemos nos adaptar mas, diferente do vinil (escutar a música é parecido com o cd e com o vinil) acho que ler é uma experiẽncia mesmo que envolve não apenas o conteúdo do lido, mas o suporte e tudo o mais... enfim, é conversa para um seminário inteiro (rs). Beijo,
Sempre sonhei em publicar um livro...Acho que me sentirei mais ecológica se for um E-BOOK...
Mas sempre terei muito mais carinho com os livros de papel...
Oi, Valéria... Por favor, se concordar, divulgue a Crônica postada no endereço a seguir:http://saofranciscobyceliaregina.blogspot.com/2010/10/aborto-de-uma-tragedia.html. Um abraço!
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