sexta-feira, 2 de abril de 2010

Considerações sobre a profissão - II

Mas como a vida é um prisma de múltiplas faces, uma semana após encontrar Luis Naves, tive a oportunidade de conhecer melhor outro escritor, Luís Novais (foto), cuja trajetória é bem diferente de tudo o que vi e ouvi nas Correntes D´Escritas.

Luís é um self made man, fez seu pé-de-meia cedo e hoje se dedica a ler, escrever e viajar – as três coisas que mais ama fazer na vida.

Apesar de ter nascido gostando escrever e ter se formado em História, aos 27 anos, a realidade – ela, mais uma vez – chamou-o às vias de fato. Era o ano 1994 e começava o boom da internet. De forma bem pragmática, Luís observou que aquele era um bom mercado para investir e criou uma empresa de softwares. Em menos de uma década o negócio cresceu e apareceu: os softwares usados pelo governo de Portugal – presidência, ministérios etc – são fornecidos pela empresa dele. Porém, há dois anos decidiu entregar a gestão a uma administração contratada, mantenho-se apenas como acionista.

Desde então, é um homem livre. Mora metade do tempo em Braga, a outra metade em Lisboa. Tem ainda uma casa na Guiné, África, gosta de velejar e de mergulho submarino. Passa as manhãs escrevendo e as tardes lendo ou fazendo o que der na telha.

Luís escolheu uma profissão completamente diferente do que ordenava o seu coração – escrever – e mesmo assim chegou lá, gloriosamente. Tem dois livros lançados em Portugal: O sol se põe em Machu Pichu e Os parricidas, com excelentes vendas (o primeiro vendeu 8 mil exemplares e o segundo já está na segunda edição) e boas críticas. Em breve serão publicados no Brasil.

Aí eu penso no meu pai, o jornalista Justino Martins (1917-1983), diretor da revista Manchete nos seus áureos tempos, portanto, muito bem sucedido: ele não queria que eu fosse jornalista. De jeito nenhum! Costumava dizer:

– Vá ser economista ou trabalhe com informática!

Ah, seu eu tivesse ouvido o meu pai...



15 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Pois eu acho que vc não deveria mesmo ter ouvido seu pai (questão ampla).
Seu pai deve ter conhecido meu tio, irmão de minha mãe, o jornalista Flávio Costa, que também foi diretor da Manchete, depois da Fatos & Fotos e Tendência.

Ana Cristina Melo disse...

É, eu fui fazer informática. rsrs Mas percebi que não podia deixar meu sonho guardado por muito tempo... :) Bjs

Pablo Lima disse...

como economista, eu teria sido um bom batuqueiro...


boa páscoa.

Moda Trash disse...

Oi Valéria!
Estou voltando aos poucos, fiquei tanto tempo sem mexer no blog que estou até meio perdida.
Parece que tudo travou, deve ser a velhice, hahahaha!
Gosto mto de passar porra aqui pois o que vc escreve é uma delícia, a gente começa e não para mais. Com isso já lhe digo que seu pai não tinha razão. O jornalismo é a sua arte!
bjkasssssssss

Babi Mello disse...

Valéria que legal poder fazer o que gosta e de ter cedo conquistado as coisas, de coração queria que isso acontecesse comigo, mas sei que o sucesso depende somente de nós mesmos.

Sabe hj penso que não sei se de fato seria publicitária, eita mercado complicado. Deveria ter feito algo no ramo de direito ou mesmo de informática, mas escolhas são escolhas e quem sabe não tenha algo muito grande guardado para nós.
bjocas!

Neide disse...

Val,

Que bom que você não ouviu seu pai, caso contrário, não teríamos o privilégio de tão boa leitura...

Acredito que nada é por acaso neste mundo, você ter escolhido ser jornalista, certamente terá um propósito... A semente já está lançada(Shahid)e já germinou, agora é só aguardar o crescimento e na hora certa você colherá os frutos..

Bjuuuuuuuuuuusssssssssssss

Neide disse...

Val,

Que bom que você não ouviu seu pai, caso contrário, não teríamos o privilégio de tão boa leitura...

Acredito que nada é por acaso neste mundo, você ter escolhido ser jornalista, certamente terá um propósito... A semente já está lançada(Shahid)e já germinou, agora é só aguardar o crescimento e na hora certa você colherá os frutos..

Bjuuuuuuuuuuusssssssssssss

DOIDINHA DA SILVA disse...

Pois eu considero sua profissão uma das coisas mais prazeirosas da vida....

De qualquer forma, DEUS abençoe qualquer escolha que você fizer !

Mônica disse...

Valéria.
Será porque seu pai não a queria como jornalista?
Papai sempre nos incentivou a ser dentista. Eu nunca quiz. E adorei ser professora.
Mas você quer mudar de profissão?
Eu a acho uma excelente jornalista e com tendencia a cada vez escrever melhor e em poucos anos a fazer um livro ou outro conto como aquele que achei muito bom.
Além disto voce já tem um pé dentro porque conhece vários escritores.
Eu continuo torcendo para cada vez mais ter sucesso, porque aplauso voce tem de mim e daquelas que passam por aqui para te ver.
com carinho e sucesso Monica

Mônica disse...

Valéria
Voce também está em casa?
Marilia disse que hoje nem teve como trabalhar.
Espero que a calma volte ao Rio e que não haja problemas maiores.
com carinho Monica

Jorge Felix disse...

Valéria, adorei o site e conhecer mais da Shahid. Adorei seus posts e agora vou voltar sempre, sempre. Ainda bem que você escolheu o jornalismo e descobre agora que essa nossa profissão é boa por nos permitir tantas opções de trabalho quanto a nossa criatividade é capaz de inventar. Você não ficou se lamentando em redações ou se deixou consumir pela lógica cruel do jornalismo. Mostrou que quem domina o jogo é você. E só isso prova quão boa jornalista você é. Um beijo.

Anônimo disse...

Fez muito bem não ouvir o teu pai.Sua profissão é muito querida e respeito apesar das divergências com(Judiciário).Mas é fato e notório reconhecer tua essência nos textos.
Bom,
Fui educado p/substituir meu pai nos negócios(o seu desejo),mas resolvi seguir a minha história acreditando ser longe da tal empresa,estudei direito.Os anos passaram trabalhei no renomado escritório de advocacia no RJ,(já realizado como profissional e financeiramente)um dia de brincadeira(e foi mesmo)prestei concurso p/determinado cargo e passei(era plenitude certeza do caminho),mas a vida reservava surpresas.Meu pai adoeceu...
Hoje,ocupo o seu lugar e exerço minha profissão.
Enfim, vamu que vamu.
Pois acordar e ver o oceano a 200m tem seu preço,mas vale a pena...Principalmente p/Prefeitura ,risos.

Anônimo disse...

Chove muito,espero e desejo que estejam bem.Por favor,deixa notícias...

. fina flor . disse...

a escrita jorra, quando tem uma nascente verdadeira, querida, não importa quanto tempo leva, a profissão escolhida... ela brota!

beijos e boa semana,

MM.

Valéria Martins disse...

Queridos, está tudo bem aqui na ilha em que eu vivo, o Leblon. Penso nas pessoas em Niterói, que perderam seus familiares. 50 morreram por lá. Muito triste. Vamos rezar uma prece por essas pessoas - as que foram e as que ficaram. Beijos, obrigada pela preocupação.