Nesta quarta-feira fui à Bienal passear, bisbilhotar as estantes, ler as orelhas, fuxicar os saldos. Ô, coisa boa!
A melhor surpresa, no entanto, foi a Exposição José Olyimpio - O editor e sua casa, montada dentro do pavilhão verde - o mesmo das grandes editoras. É um espaço enorme, lindamente decorado com projeto museográfico do bamba das capas de livro, Victor Burton.
Um painel narra a cronologia da vida do grande editor: nascido no interior de SP, foi para a capital aos 15 anos para trabalhar como livreiro na Livraria Garraux. Aos 28, compra uma biblioteca e abre a Livraria José Olympio Editora, inicialmente na Rua da Quitanda, Centro do Rio. Em 1934, a loja muda-se para a Rua do Ouvidor, onde fica até 1955.
Uma parede da exposição é estampada com uma imensa foto da fachada da livraria na Ouvidor. Me encanta ver jovens estudantes de escolas públicas amontoando-se em frente à foto, pedindo aos colegas que tirem fotos suas como se estivessem olhando as vitrines da José Olympio hoje.
Que mais? Inúmeras primeiras edições e edições antigas de Graciliano Ramos, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Drummond, Manuel Bandeira e outros.
Um texto datilografado e marcado a caneta por Guimarães Rosa, que vem a ser um texto de marketing para ajudar a vender Grande Sertão Veredas - enfatizando que não se mencione nada sobre o fim do livro, para não estragar a surpresa dos leitores!!!
O poema José, de Drummond (E agora, José?...), datilografado pelo poeta e com um bilhete ao final: "Sossega, José. Não há de ser nada. A vida da Casa vai continuar." Um consolo ao amigo editor na época do Estado Novo, quando os negócios tiveram queda de 70%!
A Exposição José Olympio é um mundo dentro do mundo da Bienal. Valeria a pena visitar a feira nem que fosse só para ver a mostra. Ainda dá tempo. Até domingo. Abaixo, a fachada da livraria antigamente.
11 comentários:
Quisera estar por aó para ver.
Beijo, valeu passeio por seu post. Maria
Pode ser!... Um bom dia para ti também.
É uma pena que não morre ai para ir a exposições como essa. Cuiabá é meio fraca em eventos assim, mas quem sabe um dia chegamos lá.
O evento forte que temos é o literamerica.
bj!
Nossa, que lindo! Adorei a fachada, muito bonita. E fiquei muito curiosa pra ver como ficou essa exposição, deve ser mesmo mágica.
Beijo e bom fim de semana!
E eu que esse ano jurei que não ia a Bienal... agora, fiquei curiosa! Outro dia te vi caminhando na orla de Ipanema. bjos
Valéria, sou amiga da Renata Garcia e fomos no espaço cultural do Leblon ("algo como... Telezon"? não sei bem). Lembrou?
Maravilhosa homenagem.
Mais que um editor (ou livreiro), o fundador da José Olympio Editora foi um civilizador, um apaixonado pelas letras que acreditava (corretamente) que um grande país se constrói a partir dos livros.
Um fraterno abraço tenha uma excelente semana.
Ah! E que bacana você na bienal - parabéns!!!!!
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