O verniz da civilidade é ralo, descasca por qualquer coisa. O Ensaio sobre a cegueira, de Saramago e Meirelles, mostra isso. Basta o homem ser ameaçado em sua segurança e conforto para que as piores coisas venham à tona. Como diz uma sábia amiga, mais velha, "até nós mesmos damos umas escorregadas de vez em quando". Sim, todos nós escorregamos – na m..., fica subentendido.
Recentemente, tive decepção enorme com uma pessoa próxima que julgava minha amiga. Afinal, nós éramos amigos. Mas de repente, tudo mudou. Como uma mudança de canal. Estranho... Procurei entender a origem de seu comportamento, coloquei-me em seu lugar e consegui enxergar que talvez me sentisse de forma semelhante ao que imagino que se sentia – e daí o comportamento estranho. As nossas maneiras de lidar com o desconforto e com a insegurança é que são muito diferentes.
Mas ninguém é santo. Eu mesma, outro dia, em almoço de trabalho, me vi elogiando um colega que emagreceu não sei quantos quilos enquanto ao lado de nós almoçava uma moça bem gordinha. Percebi que ela escutava a conversa e que o teor a incomodava. Mas continuamos o papo e confesso que senti um prazer mórbido com a situação. O almoço terminou, eu e o colega nos levantamos e refleti: "é assim que eu sou má". Porque é claro que, se fosse fácil emagrecer, a moça escolheria ser magra em vez de gorda!
Esse é um post um pouco amargo, um pouco virulento. Mas faz parte do processo de deixar para trás uma relação que um dia foi de confiança e amizade, mas que desandou.
E vocês, quando e como são malvados? Lembrem-se, hoje é Haloween!...
7 comentários:
É verdade!
simples! no fundo, não somos contra os outros, mas sim a favor de nós!
e como tudo são relações de poder, o mundo fica mesmo envernizado desta maneira!
(: todos os abraços!
Sim, todos temos o mal e o bem em nós. Não existe essa de maniquísmo, o Bem x o Mal. Não é assim.
Somos imperfeitos, somos bons e somos maus. Não dá para separar as pessoas em boas ou más. Estamos todos no mesmo barco.
Eu também sou má, às vezes. Tento não fazer isso sempre, mas é impossível, claro.
O lado negro da força, ou do poder? Quem não tem? E como tu mesma disse, temos consciência, algumas vezes quando mostramos a nossa face má. Fica uma sensação inicial mórbida, um riso sardônico a nos expiar bem lá no íntimo, mas depois vem um incômodo vazio. Faz parte.Somos metade ruim metade bons. Faz parte. Somos humanos, ou talvez o bicho menos domesticado, apesar das aparências.
Ótimo post.
Bjos meus
Eu também sou mau, às vezes.Ninguém é perfeito.
Gostei deste post. Também sou assim um pouco FDP com algumas pessoas gordas. Mais especificamente, aquelas que se arrastam e lamentam.... não suporto. Acho que não merecem pena.
De quem eu realmente tenho pena é da criançada que morre à fome em África. Desses sim, eu tenho pena. Não das gordas que se entopem de pão e bolos, e depois se lamentam..
Comentáriozinho FDP, né?
kakkakaka
Xiii!
Não vou p/céu nem de disco voador ,rs.
Postar um comentário