Aguardo a hora de assistir a Contardo Calligaris e Alessandro Baricco, na mesa Fábulas italianas, e corri à sala de imprensa para mais novidades e impressões sobre esta Flip, que está sendo considerada pela maioria como a Flip morna... Sim, porque até agora, tirando Roudinesco e a mesa das três super-poderosas, que comentei ontem, nada de emplogante acontece nesta "festa" literária.
Ontem houve o jantar da Editora Record e sentei-me ao lado do escritor pernambucano Marcelino Freire, agitador cultural, morador da Vila Madalena, que desde o primeiro ano da Flip comparece em Paraty. Compartilhamos nossas impressões que, de modo geral, são as mesmas: a programação é fraca, debatedores discorrem longamente sobre a rebimboca da parafuseta, a mudança da Livraria da Vila para o outro lado do rio é negativa – muita gente deve desistir de ir atrás dos autógrafos ou para tomar um café na tenda dos autores, ou porque está com preguiça, ou porque vai deixar pra depois... E depois não acontece.
Além disso, as mesas sempre foram compostas de dois escritores e um mediador. Uma hora para o debate e meia hora para as perguntas da platéia. Este ano, várias mesas têm três autores e um mediador – o que é muito, demais! – e não há espaço para as perguntas.
Uma pena, comentamos eu e Marcelino, porque se no ano que vem a Flip não se recuperar, é provável que a festa entre em decadência e acabe. Tristíssimo de imaginar, porque este é sem dúvida o melhor evento literário do ano! Paraty é uma cidade maravilhosa e a Flip sempre trouxe estrelas como Ian McEwan, Toni Morrison, Salman Rushdie (com quem tenho foto abraçada no meio do forró de sábado à noite na Praça da Matriz, em 2005. E olha que eu nem estava trabalhando este ano!).
Ano passado, tínhamos Amoz Oz, J.M. Coetzee e Nadine Gordimer – estes dois últimos, ganhadores do Prêmio Nobel! E este ano? Ofereci Lya Luft ao curador Flavio Moura mais de uma vez. A autora tem livro novo, está na lista de mais vendidos desde a publicação. Argumentei: "vamos repetir Adélia Prado em 2006, cuja fila de autógrafos atravessava a ponte sobre o rio Perequê!" Ele não se manifestou. Não dá para entender...
Bem, agora vamos falar da parte boa: o "Bar da Editora Record", que na verdade é o Che Bar, na Praça da Matriz – o bar mais animado e transado de Paraty –, com o qual firmamos parceria, é o point de reunião do mercado editorial na Flip. Ontem, estavam lá as equipes da Objetiva, Rocco e Casa da Palavra. Marta Ribas, dona desta última, prometeu festa de arromba hoje à noite, com música do Dj Dodô, presente na Flip, num lugar obscuro chamado Lado B. Marta sabe fazer festa, no ano passado ocupou o Che Bar com uma que deixou lembranças (boas e ruins) comentadas até hoje...
Chega! Amanhã tem mais. Até!!!
Um comentário:
Nossa, só agora me dei conta que a última vez que fomos juntas foi em 2005, o ano do Salman Rushdie! Que triste essa impressão, pois no O Globo parece tão legal...
Beijocas, amiga!
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