domingo, 29 de novembro de 2009

Infância

A professora faltou e o colégio apresenta uma substituta que a turma não conhece, e que tampouco sabe os nomes das crianças.

Bagunça, gritaria, risadas... Lá pelas tantas, Bernardo, um dos meninos mais levados da sala, cai no chão com cadeira e tudo. A professora, furiosa, pergunta:

- Garoto! Aonde você pensa que está???

João Pedro, outro indisciplinado, responde:

- No chão, ué!...

HAHAHAHAHAHAHAHAAAAAAAAAAAA!!!

A mulher, soltando fogo pelas ventas:

- Qual é o seu nome, menino? - para aquele que está no chão.

Bernardo responde:

- Frederico...

HAHAHAHAHAHAHAHAAAAAAAAAAAA!!!

A professora sai da sala bufando. Cinco minutos depois volta com a diretora. Esta, que conhece cada um ali desde os 2 anos de idade, aperta os olhos, mãos na cintura:

- Quem aqui é o Frederico?...

Meu filho me contou essa história, que aconteceu na sala dele, e eu ri muito... Que delícia a infância, né? Convenhamos que não é certo desrespeitar assim uma professora, mas...

Me lembrou Oscar Wilde, que em O retrato de Dorian Gray diz queItálico depois que envelhecemos, aquilo de que menos nos arrependemos são os erros cometidos na juventude.

Boa semana a todos!



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O jovem Benjamin Moser

O jovem Benjamin Moser é uma graça. Encantador. Fala com tanto amor e propriedade sobre Clarice Lispector que é como se ela fosse sua parente. Como se estivesse viva. É isso: Clarice reviveu segunda-feira, no palco do Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura no Conjunto Nacional (SP), através da voz e das histórias narradas por seu biógrafo, um rapaz de 33 anos, alto, louro, lindo (gay), que fala português tão bem quanto quanto inglês.





Moser é norte-americano nascido em Houston e formado em História. Conheceu a obra de Clarice por acaso, na universidade, quando escolheu estudar português após fracassar no aprendizado de mandarim (chinês).

- Não havia vagas em outros cursos de idiomas, então, eu fiquei com o português.

No meio do curso, o professor sugeriu a leitura de alguns escritores brasileiros: Jorge Amado, José Lins do Rego... e Clarice Lispector.

- Li A hora da estrela e fiquei impactado. O que me pegou - e o que me toca até hoje - é o desejo de saber mais, de ir além do que os olhos vêem. Isso não é para todos, nós não podemos passar muito tempo pensando em Deus e no que está além da realidade. Clarice pagou um preço alto por ser assim.

Segundo Moser, Clarice ainda carregava o peso de uma infância passada na miséria, em uma aldeia no interior da Ucrânia. Era comum, naquela época, os soldados russos invadirem as aldeias de judeus e estuprarem as mulheres. Num desses ataques, a mãe de Clarice foi violentada e contraiu sífilis.

Acontece que não havia tratamento para a doença. Havia, sim, a crença em que uma mulher com alguma doença venérea, ao ficar grávida, seria automaticamente curada. Clarice foi concebida com esse fim e é lógico que a mãe não se curou.

- Quando criança, ela rezava pedindo que um milagre salvasse a mãe, o que nunca aconteceu. Talvez por isso tenha escrito "Escrevo como que para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha."

Quem quiser conhecer Benjamin Moser pessoalmente pode ir à Livraria da Travessa Ipanema nesta quinta-feira, dia 26/11, a partir das 19h30. O homem passou os últimos 5 anos lendo, estudando, viajando e realizando entrevistas (mais de 100) para compor Clarice (CosacNaify, R$ 79,00) Vale!



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Encontro com Lygia

"A palavra é a ponte que eu estendo até o leitor. E digo: 'vem até onde eu estou'".

Essa foi uma das falas da dama da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles, na Livraria da Vila, domingo, 14h30. Muito animada, aparetamente recuperada da morte do filho único, o cineasta Goffredo Telles Neto, ela compareceu à livraria acompanhada de uma das netas e de meia dúzia de amigos escritores.

Magrinha, 86 anos, caminhando com certa dificuldade, mas como sempre elegante - os cabelos grisalhos com duas mechas mais brancas na frente - ela conversou durante uma hora e meia com a platéia lotada. Contou vários causos, especialmente sobre a amizade com Clarice Lispector, inspirada pela presença, de surpresa, do biógrafo norte-americano da escritora ucraniana, Benjamin Moser, que está em SP para o lançamento do livro Clarice (CosacNaify), segunda-feira, às 18h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

Algumas outras falas de Lygia:
"Eu e Clarice viajamos para um congresso de escritores em Cali, na Colômbia. O avião começou a sacolejar e eu comecei a rezar: 'Meu Deus, não quero morrer agora.' Clarice percebeu o meu nervoso, segurou o meu braço e disse, com seu sotaque carregado: 'Lygia, querrida, fique tranqüila. A minha cartomante já disse que eu não vou morrer de desastre."




"Aos 18 anos, eu estudava educação física e direito ao mesmo tempo. De manhã, dava braçadas na piscina, jogava vôlei, fazia ginástica olímpica... E esgrima! Havia o uniforme branco com aquela máscara e, no lugar do coração, tinha um coração de feltro vermelho colado. O professor dizia: 'olhem o coração! Cuidado com o coração exposto! Touché!' Até hoje, o meu coração está exposto".

"Clarice acreditava em Deus. Ela me dizia: ' Lygia, querrida, o que somos nós sem Deus? Nada.' Nós conversávamos muito. E fumávamos. Mas havia certas assuntos, certas dores que a Clarice carregava, e nós calávamos sobre esses assuntos. Todo ser humano tem cavernas dentro de si, onde jazem coisas nas profundezas. Nós respeitávamos as nossas cavernas."

"Eu e o João Ubaldo fomos a um encontro de escritores em Berlim. Eu não falo uma palavra de alemão. Mas comentei com ele que precisava comprar um creme para a pele, que haviam me recomendado, de lá. O Ubaldo disse: 'eu falo muito bem o alemão!'
Fomos juntos a uma farmácia e ele falou um monte de coisas com a atendente, e ela trouxe o tal creme. Agradeci e a viagem continuou. Chegando ao Brasil, abri o pacote e vi que a bula do produto era em alemão, sem versão para o inglês ou espanhol. Procurei um colega da Academia Paulista de Letras, que era alemão, e pedi que traduzisse para mim. O homem leu, leu, virou pra mim e disse: 'Mas Lygia, esse creme é para crescer a barba!'"

Ao fim do encontro, Marcelino Freire anunciou: "Lygia Fagundes Telles é a esctitora homenageada da Balada Literária 2010". Vida londa a Lygia!



domingo, 22 de novembro de 2009

Balada Literária



Estou em São Paulo para a Balada Literária promovida pelo escritor Marcelino Freire, mas ainda não consegui assistir a nenhuma palestra... Por enquanto, é festa. Vejam o blog da também escritora Ivana Arruda Leite, com os registros da noite deste sábado no bar Mercearia:
http://doidivana.wordpress.com/

Quem tiver paciência de rolar a barra lateral vai me ver no meio das fotos...

O plano é assisitir a Lygia Fagundes Telles conversando com Manuel da Costa Pinto e outros escritores convidados da Balada, às 14h30, na Livraria da Vila. Vamos ... (cansada!)

Aqui, a programação completa do evento: http://baladaliteraria.zip.net/



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fotos e um breve registro

Amigos, foi uma semana intensa... Muito trabalho e estou bastante cansada, mas o resultado foi considerado excelente por todos os envolvidos e estamos todos felizes!

Muito se falou de ebook e ereader. Muitas questões e poucas respostas. O importante é que o evento deu uma chacoalhada em quem vinha acompanhando a evolução do suporte para o livro com perplexidade. Agora, sabemos do que se trata, ouvimos gente que acompanha o panorama e reflete sobre ele. Temos o que dizer, opiniões começam a se formar. Principalmente, estamos ligados ao presente, nos sentindo vivos e integrados. Subimos no bonde da História!

Obrigada a todos que compareceram, haverá outras oportunidade para os que não foram. Abaixo, alguns registros do primeiro e do segundo dia.




Ao fim da mesa de quarta-feira: Lucia Riff (esq.), Rui Campos, eu, Suzana Vargas, Carla Branco (gestora de projetos culturais da Oi) e Carlo Carrenho. Todos felizes!


A platéia do Oi Futuro Ipanema, lotada e interessada. Teve gente que compareceu aos três dias de evento., inclusive às oficinas à tarde.


Nossos convidados no palco: Álvaro da Costa e Silva, o Marechal (editor do caderno Idéias do JB, o segundo da esq. para dir.) fez mediação engraçada e brilhante.



No primeiro dia, Fabiano Vianna (esq.) - o homem das fotonovelas (umas graças! http://www.crepusculo.com.br/), eu, Heloisa Buarque de Hollanda, Suzana Vargas, Murilo Marinho - o criador do e-reader nacional e Diego, gerente do projeto - e Fábio Earp. Este último, fez um exercício de futurologia muito consistente. O cara é o autor do único estudo sobre a cadeia produtiva do livro realizado no Brasil, e saca muuuuito do assunto.
Em breve, postarei as fotos do último dia. Obrigada por acompanhar o blog!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Livro@Futuro.com

Amigos, a vida quando acontece, resolve acontecer toda de uma vez. As coisas boas também.(Normalmente as pessoas só prestam atenção quando as coisas ruins se acumulam). Então, aí está o grande evento na semana que vem. A entrada é franca. Quem mora no Rio pode ir. Vou adorar receber vocês lá. Até!



Livro@futuro.com
Ideias, debates e workshops sobre livro e leitura na web

Discutir o futuro do livro como produto e objeto de consumo frente à revolução provocada pelos leitores digitais é a proposta do seminário Livro@Futuro.com, realizado no Oi Futuro em Ipanema (RJ), nos dias 16, 18 e 19 de novembro. O evento terá mesas-redondas reunindo profissionais de todos os segmentos do mercado editorial e representantes da criação literária nacional, além de workshops sobre novos recursos de expressão criativa na rede. Todas as atividades têm entrada franca.

Com patrocínio da Oi, o projeto tem curadoria e produção minha e de Suzana Vargas, diretora da Estação das Letras (http://www.estacaodasletras.com.br/).

MESAS-REDONDAS Horário: 19h30 às 21h –(senhas serão distribuídas com meia hora de antecedência)

Dia 16 de novembro, segunda-feira
Livro digital: apocalipse ou integração? A revolução digital na indústria cultural
Participantes: Heloísa Buarque de Hollanda, editora do Portal Literal e da Aeroplano Editora e curadora da antologia digital Enter; Murilo Marinho, diretor da Mix Tecnologia e criador do Mix Leitor D, o primeiro leitor nacional de ebooks; Fábio Sá Earp, economista autor do estudo A economia da cadeia produtiva do livro, produzido para o BNDES.
Mediadora: Manya Millen, editora do caderno Prosa & Verso do jornal O Globo.

Dia 18 de novembro, terça-feira
O Brasil como mercado para o livro virtual
Participantes: Lucia Riff, agente literária diretora da Agência Riff; Rui Campos, sócio-diretor da Livraria da Travessa; Carlo Carrenho, publisher da Thomas Nelson Brasil.
Mediador: Álvaro Costa e Silva, editor do caderno Idéias do Jornal do Brasil.

Dia 19 de novembro, quinta-feira
Da criação à web – Modos de produção, leitura e divulgação na era digital
Participantes: Michel Melamed, artista e escritor; Ítalo Moriconi, escritor e crítico literário; Ana Paula Maia, escritora.
Mediador: Almir de Freitas, editor sênior da Revista Bravo!

WORKSHOPS (15h às 18h - 30 vagas; inscrições: 21-3237-3947 e 3201-3010).

Dia 16, segunda-feira
Revistas literárias na internet – Como fazer?
Oficina com Márcio-André e Victor Paes, escritores e editores da revista digital Confraria do vento, especializada em cultura contemporânea: http://www.confrariadovento.com/

Dia 18, quarta-feira
Oficina de fotonovela na internet
Oficina com FABZ, arquiteto e designer, criador das fotonovelas eletrônicas do site O Crepúsculo: http://www.crepusculo.com.br/

Dia 19, quinta-feira
Como publicar seu livro na internet
Oficina com Ana Paula Maia, escritora, autora dos romances O Habitante Das Falhas Subterrâneas e A Guerra dos Bastardos. Mantém o blog: http://www.killing-travis.blogspot.com/

Oi Futuro em Ipanema – Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema (Próximo à Praça General Osório). Tels.: (21) 3201-3010
http://www.oifuturo.org.br/

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desdobramento: Martha no Portal da Revista Época

Amigos, a matéria na veja especial teve um desdobramento inesperado. Fui convidada por Ruth de Aquino, diretora da Revista Época no Rio, a escrever um texto sobre minha mãe para o blog Mulher 7 X 7, que ela mantém junto com outras seis jornalistas.

Ruth, para quem não sabe, foi a primeira mulher a ser diretora de redação de um jornal brasileiro, O Dia. Ela foi minha chefe no período 1997-1998, quando eu assinava a página Religião & Fé, no jornal.

O convite da Ruth trouxe a oportunidade de contar o outro lado da história. O lado sombrio, difícil e dolorido - talvez o mais valioso. Quem quiser se aventurar, vá lá:

http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/11/11/martha-a-primeira-miss-brasilia-ha-50-anos/

Muito obrigada, Ruth!

domingo, 8 de novembro de 2009

Miss Martha na VEJA Especial - 50 anos de Brasília

Milagres acontecem todos os dias... Só temos que ter olhos e coração para ver. Eles não acontecem na hora em que a gente quer, é preciso saber esperar...

No final de Julho, li no informativo Jornalistas & Cia, que abastece de informações o mercado de jornalismo, que a Veja estava preparando uma edição especial, comemorativa dos 50 anos da fundação de Brasília.

A pequena nota revelava o nome e o email do editor, Fábio Altman, dizendo que nos próximos meses estaria encarregado exclusivamente dessa tarefa. Ao ler isso, surgiu uma idéia... Uma semente que tratei de plantar imediatamente: escrevi ao jornalista me apresentando e contando sobre a minha mãe, que estava muito doente, mas era a 1º Miss Brasília.

Fabio não apenas me respondeu como enviou uma repórter à Vila do Sol, onde minha mãe mora, para entrevistá-la. Eu avisei:

- Não sei se vai render...

Mas ela fez questão de ir assim mesmo.


Em agosto, recebemos a visita de Debora Chaves, que conversou com minha mãe (na medida do possível, então), olhou atenciosamente todo o álbum de fotografias em que estão guardadas todas as fotos e recortes de jornais da época.

Mais alguns meses se passaram e esta semana recebi um email do Fabio Altman avisando que a revista estaria nas bancas neste domingo - 8 de novembro - e que minha mãe estaria nela.

Confesso que minhas mãos tremeram ao abrir a revista... Mas lá está ela, sorridente, posando em frente ao Palácio do Planalto, quando Brasília era ainda um canteiro de obras.

Ohem! Vejam! É com muita alegria que eu narro essa história toda a vocês. Porque em agosto, eu não acreditava que minha mãe sobreviveria para ver sua foto estampada na revista de maior circulação do país, 50 anos após o período de maior glória em sua vida.

Sem dúvida, milagres acontecem.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Verão no Rio de Janeiro

Após quatro meses de chuva e frio quase ininterruptos, o sol brilha sobre o Rio de Janeiro. O verão chegou. Em todo lugar só se fala do calor, muito embora as reclamações contenham uma ponta de orgulho e felicidade por finalmente reconhecermos nossa cidade como ela realmente é. Antes, estava parecendo Londres!

O Rio de Janeiro tem muuuitos problemas. Eles estão estampados nas capas dos jornais do mundo inteiro, para todo mundo ver. Uma vergonha. Tanto, que o cantor Lobão mudou de cidade. Foi morar em São Paulo. Há duas semanas, ele escreveu um artigo no Estado de S. Paulo explicando o motivo da mudança. Falou que não aguentava mais os cariocas e o seu escapismo. Se temos futebol, praia e Carnaval, as balas perdidas podem voar por aí que nem ligamos. Não é bem assim.

A questão é que na praia, no Carnaval e no futebol, todos se encontram: ricos e pobres, honestos e marginais, homos e heteros, velhos e jovens, e por aí vai... Essas zonas de interseção mantem um equilíbrio tênue, que nos últimos tempos vem sendo quebrado com muita frequência. E nós sofremos, sim.

Tudo isso para dizer que esta semana eu curti - sem culpa - o primeiro dia de verão no Rio de Janeiro. Acordei cedinho, peguei a bicicleta e pedalei até o Arpoador. O mar estava calmo, verde e cheio de peixinhos. Idosos, crianças e gringos se banhavam com sorrisos de orelha a orelha. Nenhuma nuvem no céu azul turquesa. Concordo com um amigo que costuma dizer:

- Isso aqui ainda tem que piorar muito para ficar ruim.

Amigos e leitores quem não moram no Rio de Janeiro, eu os convido a visitar a cidade neste verão. Vamos sair e beber um chope. Pegar uma praia no fim de tarde e assistir ao por do sol no Arpoador. Ir à Lapa e sair num bloco de rua. Assistir a um clássico no Maracanã (essa eu passo!)

O máximo que pode acontecer é ter que fugir de um arrastão (eu tenho uma técnica: em vez de correr para o calçadão, a dica é ir para o mar, onde ninguém vai); correr de uma bala perdida; ficar queimado feito um pimentão. Mas desconfio que assim mesmo vocês vão gostar.



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Amor em paz

Me pediram para escrever sobre o amor... Quem sou eu e com que propriedade posso fazer isso?

Sou um simples ser humano que já se apaixonou algumas vezes, amou poucas vezes e conheceu muita gente por aí. O que aprendi ao longo da vida é que para encontrar um amor é preciso - antes de olhar para fora e para os outros - prestar atenção a nós mesmos. Estamos realmente abertos? Prontos a nos deixar levar pelas mudanças e transformações promovidas pelo amor?

Porque um relacionamento de verdade traz esse movimento quase sempre acelerado, que nos faz ter a ilusão de que estamos perdendo o controle. E isso dá medo. (Bobagem! Não controlamos nada!)

A pessoa que atraímos, por sua vez, é um termômetro do nosso estado atual. Quem reclama que só atrai gente complicada deve olhar para si mesmo: eu sou complicado? Como? O que preciso fazer para mudar?

"Os semelhantes se atraem" é uma frase muito verdadeira que remete a outra, da Bíblia: "Diga-me com quem andas e te direi quem és."

Por fim, entre muitas outras coisas que poderia dizer sobre o amor, prefiro citar a dedicatória do livro Somos todos iguais nesta noite (Ed. Rocco), do escritor carioca Marcelo Moutinho para a esposa Flávia: "Para F., o amor em paz."

Sim, quando estamos em paz ao lado de uma pessoa é sinal de que chegamos lá.